A Literatura Brasileira II
Por: Luiz Martins • 23/7/2019 • Trabalho acadêmico • 2.226 Palavras (9 Páginas) • 166 Visualizações
LITERATURA BRASILEIRA II
UNIDADE 1
2 Na próxima página, há um organograma com palavras-chave referentes aos acontecimentos históricos e sociais do contexto das produções literárias da época. Seguindo essas palavras-chave e as setas indicativas, produza um texto explicativo desses acontecimentos na história da humanidade, influenciando a literatura e os temas por esta arte poetizados, isto é, explique o que o organograma está representando.
No final do século XIX, até o limite do século XX, ocorreu a Revolução Industrial, ocasionando grandes transformações na vida, na arte e no pensamento. No período romântico a exaltação da liberdade individual, da rebeldia foram substituídos por novas palavras de ordem: a ciência, o progresso, a razão. Esses princípios foram primordiais à classe dominante na estabilização de suas conquistas, de preservação da bandeira brasileira, “Ordem e Progresso”, nutridos pelo pensamento da época. Na classe dominante temos o capital industrial do comércio e da implantação do capitalismo avançado e sua expansão.
A situação das massas trabalhadoras nas cidades industriais, foram a explosão urbana, a eletricidade, o telégrafo sem fios, a locomotiva a vapor, criaram uma nova forma de vida, antecipadora da civilização industrial de nosso tempo.
O avanço científico e tecnológico foi o período das invenções de máquinas, que utilizam o vapor e a eletricidade com fontes de energia.
Na revolução podemos destacar o desenvolvimento científico de algumas doutrinas científicas - filosóficas da época que marcaram a produção literária como:
• O Positivismo, de Augusto Comte, abrangeu vários campos, da Teoria do Conhecimento à Sociologia, e se caracterizou pela orientação cientificista que consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação.
• O Evolucionismo, de Charles Darwin, é uma teoria de que o homem é o produto da evolução natural das espécies e o reconhecimento dos mecanismos pelos quais essa evolução aconteceu deram à Biologia um papel de destaque.Com isso o homem passa a ser visto especialmente sob o aspecto biofisiológico, tomado como ser animal, regido pelo instinto biológico, pelas mesmas leis que regem todos os animais. Dessa noção, deriva o gosto dos autores do Naturalismo pela zoomorfização, que consiste na aproximação, buscando semelhanças entre o homem e o animal, com o propósito de deprecia-lo.
• O Determinismo, de Hypolyte Taíne, sugere que o comportamento humano é determinado por forças biológicas (o instinto, a herança genética), sociológicas e ambientais (ecologia, meio social), e históricas. Todos os fatos psicológicos e sociais são manifestações naturais, nem a razão nem a vontade escapam desse condicionamento. Toda a realidade passa por um processo evolutivo, dentro de um sistema de leis naturais absolutamente definidas.
A Literatura teve grandes repercussões no plano artístico e seu fortalecimento com a burguesia que era a classe detentora do poder. Ocorreram intensas manifestações literárias, entre elas temos o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo que foram as manifestações artísticas mais expressivas.
Características e tema do realismo:
O Realismo foi o movimento que buscou uma maior aproximação com a realidade ao descrever os costumes, os conflitos interiores do ser humano, suas relações sociais, etc. Todas essas questões eram tratadas à luz das correntes filosóficas em voga na época, sobretudo o positivismo, o determinismo e o darwinismo.
Características e tema do Naturalismo:
O Naturalismo é caracterizado por apresentar uma visão mais determinista, mais mecanicista; ressaltando o aspecto biofisiológico do Homem, visto como um animal, regido pelo instinto e pela fisiologia, não pelo espírito nem pela razão.
Características e tema do Parnasianismo:
O parnasianismo tem sua principal característica na sentença “arte pela arte”, ou seja, pela busca da perfeição das formas poéticas e no rigor estético, que permeavam os valores clássicos. Diante disso, os escritores do parnasianismo buscavam o sentido da vida ao escrever sobre temas da realidade, fatos históricos e assuntos pertencentes à cultura clássica.
UNIDADE 2
2 Leia terceiro capítulo do livro O cortiço, de Aluísio de Azevedo.
3 Relacionando a narração do capítulo com as características objetivismo e impassibilidade, do Realismo, responda: a) como se concretizam essas características na descrição das personagens e do espaço? Cite exemplos do texto.
“O Cortiço”, de Aluísio Azevedo está representado no mesmo espaço. Sendo o protagonista da história o próprio cortiço, detentor das classes sociais mais inferiores, denotam o organismo vivo que é o próprio cortiço, bem como os casarões e palacetes que completam, de forma personificada, o espaço, representando as classes sociais mais elevadas.
É possível perceber que tanto no realismo quanto no naturalismo permanece uma preocupação com a verdade, por meio de uma observação e da análise, expõe em primeiro plano as impressões sensoriais, com um profundo interesse pelos detalhes, isso se dá o nome de objetivismo.
“Eram cinco da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas uma infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.” (O Cortiço, de Aluísio Azevedo, cap. III).
Na impassibilidade, o autor assume uma posição neutra, ausenta-se da narrativa, tendo sempre uma explicação lógica e científica para a função de uma personagem, que é vista pelo narrador desinteressado em seus destinos, jamais confundi sua visão particular com a visão e os motivos das personagens, há um predomínio das narrativas em terceira pessoa.
“Fechava a fila das primeiras lavadeiras, o Albino, um sujeito afeminado, fraco, cor de espargo cozido e com um cabelinho castanho, deslavado e pobre, que lhe caia, numa só linha, até a bo pescocinho mole e fino. Era lavadeiro e vivia sempre entre as mulheres, com quem já estava tão familiarizado que elas o tratavam como a uma pessoa do mesmo sexo; em presença dele falavam de coisas que não exporiam em presença de outro homem; faziam-no até confidente dos seus amores e das suas infidelidades, com uma franqueza que o não revoltava, nem comovia.” (O Cortiço, de Aluísio Azevedo, cap. III).
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