A Língua de Eulália: Novela sociolinguística
Por: Thalitaalii • 14/8/2018 • Trabalho acadêmico • 723 Palavras (3 Páginas) • 217 Visualizações
BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália: novela sociolinguística. 15º ed. São Paulo: Contexto, 2006.
Thalita Maria de Jesus Santos[1]
1. CITAÇÕES REPRESENTATIVAS
“A fala da Eulália não é errada: é diferente. É o português de uma classe social diferente da nossa, só isso — explica Irene”. (p.14)
O mito da unidade linguística do Brasil pode ser resumido na resposta que a Vera e a Sílvia me deram agora há pouco: “No Brasil só se fala uma língua, o português”. Um mito, entre outras definições possíveis, é uma ideia falsa, sem correspondente na realidade. (p.17)
Até agora, falamos das variedades geográficas: a variedade portuguesa, a variedade brasileira, a variedade brasileira do Norte, a variedade brasileira do Sul, a variedade carioca, a variedade paulistana... Mas a coisa não para por aí. A língua também fica diferente quando é falada por um homem ou por uma mulher, por uma criança ou por um adulto, por uma pessoa alfabetizada ou por uma não alfabetizada, por uma pessoa de classe alta ou por uma pessoa de classe média ou baixa, por um morador da cidade e por um morador do campo e assim por diante. Temos então, ao lado das variedades geográficas, outros tipos de variedades: de gênero, socioeconômicas, etárias, de nível de instrução, urbanas, rurais etc.(p.20)
“Porque toda língua, além de variar geograficamente, no espaço, também muda com o tempo”. (p.21)
O importante, meninas, é a gente ter sempre em mente que “nem tudo o que se escreve se pronuncia”, assim como “nem tudo o que se pronuncia se escreve”. A língua escrita serve como registro permanente é usada para a transmissão do saber e da cultura, e muitas vezes é até interessante que ela permaneça sem muitas mudanças, para que a gente possa ler com facilidade documentos antigos e livros impressos há muito tempo. O que não podemos admitir é que ela seja usada como um “instrumento de tortura” ou uma “prisão” para a língua falada. Nunca é demais lembrar que o homem fala há milhões de anos e que as primeiras formas de escrita datam apenas de 3.500 antes de Cristo. (p.87)
2. TEXTO CRÍTICO
O livro “A Língua de Eulália”, tem como objetivo principal acabar com o preconceito linguístico que muitos apresentam por conta da falta de conhecimento a respeito da origem da língua portuguesa. Assim, Bagno sugere uma postura diferente aos professores de português, onde eles devem respeitar e compreender a carga social e linguística que cada aluno tem ao ingressar na escola, de tal modo o professor deve orientar o uso das variantes linguísticas segundo o contexto e situação apropriada.
A obra é narrada em terceira pessoa, onde a história começa quando as amigas Emília, Silvia e Vera decidem passar as férias na casa de Irene, que é uma professora aposentada. Irene mora com Eulália, uma senhora a quem ensinou a ler e escrever. Durante essas férias as meninas aprenderam o mito da língua única, o português de Portugal, diferenças sintéticas e fonéticas e variações da língua.
Bagno deixa claro através dos seus personagens que o mito de que a língua é homogênea deve ser quebrado, afinal nem todos tem acesso a norma culta, e a fala variam de região e cultura.
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