A Muralha
Por: A26santos • 12/8/2016 • Resenha • 794 Palavras (4 Páginas) • 316 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XIII
COLEGIADO DE LETRAS
AROLDO SAMPAIO DOS SANTOS
RESENHA CRÍTICA:
A MURALHA
ITABERABA
2016
AROLDO SAMPAIO DOS SANTOS
RESENHA CRÍTICA:
A MURALHA
Resenha Crítica apresentada ao Curso de Letras, da Universidade do estado da Bahia – UNEB, como requisito avaliativo das disciplinas de SIP II e Estudos da Produção Literária no Brasil, solicitada pela Prof.ª Ana Sheila Soares Mascarenhas.
ITABERABA
2016
RESENHA CRÍTICA
AMARAL, Maria Adelaide. A Muralha. Dirig. Denise Saraceni. São Paulo: Rede Globo, 2000.
Maria Adelaide Almeida Santos do Amaral, jornalista, dramaturga, é autora de diversas obras para o teatro e para a televisão, principalmente minisséries. Nasceu na cidade do Porto, em Portugal, no dia 1º de julho de 1945. Aos 12 anos, veio com a família para o Brasil e foi morar em São Paulo. Antes de tentar a carreira de jornalista e escritora, exerceu também as profissões de bancária, escrituraria e trabalhou numa fábrica de roupas. A sua obra, ampla e variada, caracteriza-se inicialmente pelo melodrama que é possível compreender um percurso temático que constantemente correlaciona-se com dramas familiares e efetivos, perfis biográficos em situações que reforçam a intensidade das emoções, atraindo o espectador para que acredite no inverossímil.
O filme, A Muralha, é uma síntese da minissérie brasileira de televisão, de mesmo nome, exibida pela Rede Globo em 2000, que por sua vez é baseada no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz. Exibida em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil, A Muralha explorou a saga dos bandeirantes rumo ao interior do país, aos quais tinham como objetivo a descoberta de novas riquezas, bem como a captura de índios para serem vendidos como escravos.
O enredo da série é marcado por conflitos, que a autora explora detalhadamente, mostrando as mazelas dos forasteiros que tentavam se apossar do território indígena, o massacre dos índios, as constantes disputas territorial, a captura de mão de obra escrava, as desvirtudes de homens cristãos que incorpora os vícios capitais já impregnados na sociedade portuguesa, a gula, a luxúria, a avareza, a ira, a soberba, a preguiça e a inveja, uma síntese da hipocrisia religiosa de seu tempo, que são retratadas de uma maneira singular.
Para Maria Adelaide Amaral, o mundo que espelha a moral cristã deve fazer valer sua verdade, na exposição de traços de personalidade, de atitudes e desejos de modo exacerbado e claro, ela faz uma crítica a esses costumes, pois a conduta dos bandeirantes contradiz os princípios cristãos aos quais a sociedade europeia era inserida. A crueldade dos portugueses nos faz refletir sobre a selvageria do ser humano e repensar em conceitos formados a séculos atrás sobre os verdadeiros “selvagens”, na presença de um olhar domesticado, acostumado com as linguagens do modo melodramático.
Contudo, a desculpa para tal barbárie era a salvação dos índios, convertendo os gentios das terras recém descobertas para o catolicismo, pela Companhia de Jesus, grupo formado para enfrentar a perda de poder desencadeada pela reforma protestante. Os Jesuítas tiveram um papel importante na formação de nosso país, fundaram várias cidades, bem como, a inauguração de escolas que eram bases para sua missão e são responsáveis pela circulação dos primeiros textos literários no Brasil, a chamada Literatura Informativa. Apesar de estarem a serviço da Igreja Católica e da coroa portuguesa os Jesuítas eram contra a dominação e o desrespeito aos índios, como vimos essas características no padre Miguel.
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