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A Poesia Marginal

Por:   •  4/11/2021  •  Dissertação  •  623 Palavras (3 Páginas)  •  197 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” - FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS, CÂMPUS ASSIS

Beatriz Victoria Cabral Gagliardi -  Noturno

Poesia Marginal

Como já dito em aula, poesia marginal é um movimento que contestava os valores tradicionais das literaturas e artes. O objetivo era fazer uma crítica a formalidade e ao comum, confronta a cultura tradicional brasileira. Não segue os padrões literários da Academia. Inconformismo com a censura feita pela ditadura. Propõe inovação poética e inventividade artística. Inspirada nos movimentos de contracultura.

O que mantém um (a) autor (a) vivo (a) ao longo dos tempos (as reedições) nada mais é do que a sua atualidade e potência imaginativa, uma vez que propõe a ruptura com o autoritarismo de uma única perspectiva possível, restrita aos meios especializados, isto é, abre lugar para os múltiplos vieses de leitura. Em face disso, ainda que se trate ou não de trabalho anticomercial, é o estilo e a originalidade que conservam as (re) publicações longe do chavão e no regaço do íntimo coletivo.

Ana Cristina Cesar foi uma das principais representantes do movimento da poesia marginal a principal característica de suas poesias são: experiencia existencial, discurso na primeira pessoa, coloquialismo em evidencia, e valorização pelo cotidiano. Em sua poesia samba canção o título de início já demonstra toda a complexa e multifacetada arquitetura da poesia. O eu-lírico diz que se distorceu em várias para tentar fazer a pessoa gostar dela foi de tudo um pouco para tentar agradar, diz ter sido até burra tudo isso pra querer apenas o carinho de alguém, sendo uma pessoa que não é, tentando se fazer um personagem para a pessoa se encantar por ela, A poeta não usa esse recurso à toa, pois a expressão serve como ruptura da ideia de feminino como sendo


apenas vinculado à mulher e nos passa a impressão de uma possível transformação do corpo, isto é, as expressões referentes ao mundo masculino se misturam ao feminino formando uma estrutura una e vária ao mesmo tempo. A tristeza do amor não correspondido, bem como os obstáculos da conquista amorosa expressos nos trechos “Tantos poemas que perdi” / “eu fiz tudo pra você gostar” são dotados de mordaz ironia.

Francisco Alvim integra a geração de poetas marginais suas características principais contribuem para a retomada do modernismo: a linguagem antiliterária, o poema curto, o poema-piada, a escrita espontânea e o coloquialismo.

Em Elefante (2000), as representações das cruéis condições de trabalho a que se sujeitam muitos brasileiros são sutis, mas suficientes para colocá-los como produtos provenientes do passado escravista, por um lado, e do imediatismo da modernidade, por outro. O título da obra surgiu da perspectiva de trabalhar a matéria corpórea de um ser e suas fraquezas. É apresentada a visão de um mundo desconcertado, doloroso, que oferece obstáculos que não fortalecem o ser por meio da dor, mas apenas enfraquecem e constrangem a carne, a alma, a família, a sociedade. Da mesma forma, a crítica ao estado de repressão e a perda de liberdade nas obras marginais se reflete através do uso de alegorias e o uso do humor sarcástico, estratégia de dissimulação empregada para refletir as manifestações da contracultura sem levantar suspeitas da sua crítica. A mesma forma, a crítica ao estado de repressão e a perda de liberdade nas obras marginais se reflete através do uso de alegorias e o uso do humor sarcástico, estratégia de dissimulação empregada para refletir as manifestações da contracultura sem levantar suspeitas da sua crítica. O teor histórico da poesia marginal nos leva a analisar os problemas políticos, existenciais e socioculturais que se alastraram nos anos de chumbo. Ao buscar alternativas contra as estruturas de dominação, a “geração mimeógrafo” inventou saídas para as dores vividas pelo estado de repressão através do humor, a ironia e a paixão.

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