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A SEMÂNTICA LÉXICA

Por:   •  16/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.034 Palavras (9 Páginas)  •  259 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PÓLO: UAB- CAMOCIM

CURSO: LETRAS- PORTUGUÊS

TURMA: 2012.1

SEMÂNTICA LÉXICA

NATALI ALVES CARDOSO

CAMOCIM- CEARÁ

2015

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1

1.  Comente os pares sinonímicos abaixo conforme os parâmetros estudados.

a) recusar/rejeitar- recursar é um termo mais geral do que rejeitar, pois no nosso dia a dia é mais comum fazermos uso desse termo do que do outro.

b) adorar/amar- o primeiro termo traz uma carga emocional maior do que do que o segundo, pois ao falarmos a adorar associamos a deuses, ídolos e amar parte para algo mais terreno, pessoas, coisas etc.

c) morrer/perecer- o primeiro termo traz em sua própria palavra um sentimento pesaroso, mórbido, triste, tem um significado pesado, já o segundo termo tem um impacto menor, mais conformador, não há tanto sofrimento imediato nessa palavra.

d)
 falaz/enganador- o primeiro termo é mais literário, mais coloquial, já enganador é mais comum de ser usado em nosso dia a dia.

e) rango/comida- o primeiro termo está mais voltado para o nosso dialeto, está em mais constante uso, já o segundo termo, comida, é pouco menos frequente de ser falado do que o primeiro.

2.  Analise as diferenças de significado entre os vários sinônimos parciais do texto abaixo, considerando não somente critérios semânticos, mas também aspectos pragmático discursivos.

[...] Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice.  O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem.  A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical.  O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais...  Não dá.  O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil. O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol.  Ao invés de xingar a mãe do juiz e o centroavante pereba tomar naquele lugar, cantaremos nas arquibancadas o alegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, Alegria dos Homens, do velho J. S. Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do Pé Junto.

Disponível: http://www.oparaense.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1041:politicamente-corretoo-cravo-nao-brigou-com-a-rosa &catid=9:opiniao&Itemid=10

R. viado /bicha; pensamos que o primeiro termo é mais local que o segundo, visto que é mais comum escutarmos o termo “viado” por exemplo, no Ceará e o termo “bicha” no Rio de Janeiro.

DESENVOLVIMENTO:
* viado /bicha
- o primeiro termo “viado” é tido para a sociedade como um desvio moral, e é o termo mais usado por nós, já o segundo termo “bicha” usamos mais não para identificar o homossexual, mais sim em uso de conversas ou frases vulgares para falar com o mesmo, mais para identificar a opção sexual do indivíduo usamos mais “viado”.  
   
* branquelo/ branco azedo- o primeiro termo é mais usado por nós, quando queremos na maioria das vezes dizermos que esse indivíduo é muito branco, já o segundo termo “branco-azedo” usamos quando queremos de certa maneira ofender.

*gordo/rolha de poço- o primeiro termo também é mais usado por nós quando queremos dizer que um indivíduo está acima do peso, quando queremos dar uma característica dessa pessoa, já o segundo termo “rolha de poço” já vai mais para a maldade, quando se quer fazer pouco de alguém que está acima do peso, é um termo para ofender.

*
magricela/ pau de virar tripa- o primeiro termo está associada a pessoa abaixo do peso, também é mais comum ser usado por nós, já o segundo termo é quando se quer caçoar de uma pessoa magra, já passa para a ofensa, apelido maldoso.

*
crioulo/picolé de asfalto- o primeiro termo é usado para identificarmos a etnia, é um termo em comparação do segundo mais usado por nós, já o segundo termo “picolé de asfalto”, é usado até de certa forma como preconceito, é uma forma agressiva de se identificar uma pessoa de cor negra.

*  
mulher feia/nasceu pelo avesso- o primeiro termo é mais usado por nós, quando queremos dizer que tal mulher é desprovida de beleza, ou está fora dos padrões de beleza, já o segundo termo “nasceu pelo avesso” é usado para ofender a mulher que para tal alguém não se encaixa no seu perfil de mulher bonita.

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