A Semântica e Pragmática da Língua Portuguesa
Por: r.juliana • 21/5/2019 • Artigo • 1.127 Palavras (5 Páginas) • 231 Visualizações
Disciplina: Semântica e Pragmática da Língua Portuguesa[pic 1]
Professora: Sabine Mendes Moura
Aluna: Juliana Machado Ribeiro
Humor polissêmico: análise de cartuns a partir do conceito de polissemia e referência
Resumo: O objetivo principal deste artigo foi apresentar o modo como o conceito de polissemia pode estar presente em tirinhas de humor; e para que possamos entender o real sentido, e o sentido humorístico, deve haver um “objeto” servindo como referência. Para tal análise, partirei dos princípios da Semântica Lexical e da Enunciação.
Palavras-chave: Polissemia; referenciação; cartum
Introdução: A escolha da polissemia como tema principal se deu por ser o assunto pelo qual mais me interesso, e ao pesquisar sobre o assunto e uma base para a minha análise encontrei um site cujo conteúdo é sobre polissemia, tirinhas de humor todas polissêmicas.
Portanto, nem todas as tirinhas são de simples entendimento para todos. Para que haja total compreensão, é preciso certa vivência de mundo, pois a maioria das imagens trata de ditados populares ou até de uma linguagem diferente (o site citado é português, contendo assim uma linguagem um pouco diferenciada da nossa). Por isso, utilizarei a área da Semântica da Enunciação por Benveniste (1974, 80) e Koch (2002), dando ênfase ao conceito de Referência segundo Rodolfo Ilari (2001); e claro, também, a área da Semântica Lexical de acordo com Lopes e Pietroforte (2004) e com o conceito de polissemia.
Revisão Bibliográfica:
- Semântica Lexical
Essa área da semântica estuda o sentido. Faz parte da semântica estruturalista, que assim como Saussure, se preocupava não apenas com os objetos, com as coisas, mas sim com a linguagem. E como as palavras apenas se definem ligadas umas às outras, elas assim estabelecem um sentido.
“Se é da linguagem que emana o sentido, é a partir de mecanismos de linguagem que se constrói efeitos de sentido tanto de denotação quanto a conotação. Assim, a linguagem produz efeitos de sentido e não é reflexo das coisas.” Lopes e Pietroforte (2004)
Polissemia
Não precisa ir muito longe para entender o conceito básico de polissemia, no dicionário podemos encontrar o seguinte conceito:
polissemia
po.lis.se.mi.a
sf (poli1+sema+ia1) Gram Qualidade das palavras que variam de sentido: O de cabeça grande é o cabeça da insurreição.
Dicionário Michaelis (2004)
Porém, não temos uma explicação mais aprofundada do conceito, apenas o básico.
De acordo com Lopes e Pietroforte, quando utilizamos o termo polissemia, o critério de definição muda do significante para o significado. Podemos então concluir que as palavras polissêmicas possuem para um significante mais de um significado, diferente das palavras denominadas monossêmicas que possuem apenas um significado.
Podemos citar como exemplo: “O rapaz é um tremendo gato.” *
A palavra gato perde o sentido de “animal mamífero” para “bonito, charmoso”.
- Semântica da Enunciação
Koch (2002) afirma que a Semântica da Enunciação “tem por função identificar enunciados cujo traço constitutivo é o “de serem empregados com a pretensão de orientar o interlocutor para certos tipos de conclusão, com exclusão de outros”.
“A enunciação é a colocação em funcionamento da língua por um ato individual de utilização”, em outras palavras, as produções dos enunciados são feitos a partir da língua.
A semântica da enunciação então estuda o enunciado e o modo como é colocado pelo falante.
Referência
Segundo Ilari, referência é a operação linguística por meio da qual selecionamos, no mundo, um ou mais objetos específicos, tomando-os como assunto de nossas falas.
Pode-se concluir que referência nada mais é do que “objetos” existentes nos textos verbais ou não-verbais, e de nossa fala, que faz com que entendamos o contexto do que está sendo dito. Podem ser:
- Uma multiplicação de classes, que são as propriedades do objeto de que se quer falar. Ex. substantivos comuns, adjetivos e orações adjetivas restritivas.
- Uma operação de dêixis, que são recursos linguísticos utilizados para localizar o objeto num sistema de coordenadas. Ex. pronomes e os artigos. Em alguns casos, os tempos dos verbos e certos advérbios.
Metodologia: Para elucidar o tema proposto por mim neste artigo farei uma pesquisa qualitativa. A minha análise parte das imagens de humor polissêmicas retiradas do site Polissemia Levas, criadas por um jovem estudante português chamado Filipe Simões que além de publicar seus cartuns em seu site, também os publica em uma pequena coluna no Jornal Torrejano.
Ressaltando o objetivo desta análise é a importância da identificação do principal referente de um texto ou fala para que se possa entender o significado que está sendo passado, já que, como se trata de polissemia, há mais de um significado. Esta análise não se encaixa apenas nos cartuns humorísticos polissêmicos, mas também em textos, redações e da fala propriamente dita.
E para isso, utilizaremos os conceitos citadas acima da área de semântica lexical e da enunciação.
Análise de dados: Abaixo se encontram alguns dos cartuns utilizados para análise.
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