Análise A Lingua de Eulália
Por: Amanda Afonso • 20/6/2021 • Trabalho acadêmico • 564 Palavras (3 Páginas) • 132 Visualizações
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália - novela sociolingüística. Editora Contexto. São Paulo. 2006.
O presente texto tem como objetivo fazer uma análise e reflexão sobre o livro “A língua de Eulalia: novela sociolinguística”, de Marcos Bagno; Abordando a variedade linguística e o preconceito, gerado contra pessoas que falam o português-não-padrão.
O autor Marcos Bagno nasceu em Cataguases- MG. Tradutor, contista, poeta e autor de livros infantis, formado em letras pela Universidade Federal de Pernambuco e mestre em linguística, pela mesma universidade; Doutor em filologia e língua portuguesa pela universidade de São Paulo.
A obra foi publicada pela primeira vez em 1997, e tem como objetivo desfazer o preconceito linguístico que muitas pessoas apresentam, por falta de conhecimento sobre a língua portuguesa. O autor desenvolve sua narrativa de maneira leve, utilizando uma linguagem mais acessível e de fácil entendimento, além de tratar a sociolinguística de maneira séria mas também divertida.
De maneira resumida, o livro apresenta Vera e duas amigas, que acabaram de entrar de férias e que para o sitio da tia de Vera, numa cidade do interior, onde a escolaridade é baixa e as pessoas são humildes. Ficam hospedadas na casa de tia Irene, que mora com sua amiga Eulalia. As três amigas que a principio acham graça da maneira como Eulalia fala, vão aprender muito sobre a língua portuguesa e sua variedade.
O livro deixa claro que não há uma maneira corretar e errada de falar, e sim variações, sejam elas fonéticas, sintáticas ou semânticas. Essas diferenças se dão de acordo com o lugar onde tais pessoas vivem, assim como as diferenças de gênero, socioeconômicas, de faixa etária e nível de instrução. Através da personagem Irene, o autor explica que a norma padrão da língua portuguesa é apenas mais uma das inúmeras variantes, e que as escolas brasileiras ensinam que a norma padrão é a “correta” e que falar diferente disso é “incorreto”, o que mostra a desconsideração com os alunos de linguagem e cultura tidas como inferior, gerando preconceito. Os alunos das classes desfavorecidas são taxados e não são valorizados mesmo dentro do sistema educacional.
Outro fator presente no livro é a consideração de que o português, e também o espanhol, italiano, francês e etc; são originários do latim, e que devido a isso vão surgir diferenças de pronuncias, influenciadas pelo latim vulgar, além das transformações ocorridas através dos séculos. Tia Irene explica que as transformações das palavras começam pelas formas que elas são faladas e depois passam a forma escrita.
Levando em consideração todos os fatos, explicações, ensinamentos e reflexões proporcionados pelo livro, é perceptível que há regras logicas e racionais com relação a língua portuguesa, e que o preconceito linguístico deve ser evitado, Cabe aos professores começar a adotar uma postura diferente para com os alunos, não taxar nada com errado ou certo, mas orienta-los para utilizar a norma padrão quando necessário.
O livro é recomendado para todos, principalmente aqueles que têm preconceitos linguísticos, para que o individuo mude sua maneira de pensar. As pessoas que gostam de gramática e linguística vai se encantar com o livro. Leitura interessante e até esclarecedora, de uma maneira que você aprende mais a cada capitulo e que não é nada maçante ou cansativo. Marcos Bagno fez um excelente trabalho.
Texto redigido por Amanda Afonso da Silva, acadêmica do 4° período de Letras Português, na Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES. Montes Claros- MG. 20 de Agosto de 2017.
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