Analise Da Musica Assum Preto
Pesquisas Acadêmicas: Analise Da Musica Assum Preto. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Pizzatto • 16/5/2014 • 387 Palavras (2 Páginas) • 6.522 Visualizações
Assum Preto
Humberto Teixeira/ Luiz Gonzaga
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
não vendo a luz, ai, canta de dor.
Tarvez por ignorança
ou mardade das pió
furaro os óio do assum preto
para ele assim, ai, cantá mió
Assum preto véve sorto
mas num pode avoa
mil vez a sina de uma gaiola
desde que o céu, ai, pudesse oiar
Assum preto, meu cantar
é tão triste como o teu
também robaro o meu amor
que era a luz , ai, dos óios meus.
Assum Preto, de Luiz Gonzaga em parceria com Humberto Teixeira, de estrutura simples. Sua música centra-se no paralelismo semântico e sintático entre o ser humano ignorado pelo seu amor e o pássaro aprisionado. Se destaca pelo ritmo triste e lendo. A presença algumas expressões de cunho regionalista, usadas de forma mais adequadas, para que o compositor consegui-se ser mais enfático e objetivo em suas letras. Emprega esta fala popular do sertanejo, para tornar-se um porta voz deste povo humilde.
Utiliza uma linguagem conotativa, onde faz uma comparação entre os cantos da ave e do eu "lírico". Nesta canção , constatamos a presença de varias expressões populares, com vários exemplos de rotacismo, uso do r em lugar de l: vorta (volta), frôr (flor), tarvezl (talvez). Apócope, perda de fonema(s) no final da palavra: pio(piores), Cantá (cantar), mio ( Melhor), avuá (avoar), aqui percebemos a presença da prótese, acréscimo de fonema no começo da palavra avuá (voar).
Vocalização, transformação de consoante em vogal ou semivogal: óio (olhos), mió (melhor), oiá (olhar). A vocalização na palavra óio, associada à perda da desinência de numero S, que tanto pode ser vista como um solecismo (erro) quanto como uma variação linguística .
Monotongação transformação de ditongo em Vogal: num (não), ignorança (ignorância), furaro (furaram), roubaro ( roubaram). A canção apresenta uma antítese, pois abre a canção com uma imagem de beleza,"mata em frô, sol de Abril, e depois cego dos "óio" num vendo a luz, o pássaro é livre, mas não voa, como não vê, não voa. Voar é símbolo de liberdade, faz uma contradição, pois o pássaro esta impedido de ver a beleza e de estar solto para voar.
Através de sua canção Luiz Gonzaga narrou a vida simples numa linguagem popular, registrando por meio de metáforas simples, as maiores riquezas de uma nação: sua história.
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