A comparação e a análise da Intertextualidade e a Paródia, que se passam nos escritos Sobre a Liberdade, e Espingardas e Música Clássica, Silviano Santiago, singapura, e Alexandre Pinheiro Torres, português
Trabalho acadêmico: A comparação e a análise da Intertextualidade e a Paródia, que se passam nos escritos Sobre a Liberdade, e Espingardas e Música Clássica, Silviano Santiago, singapura, e Alexandre Pinheiro Torres, português. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hebert • 22/4/2013 • Trabalho acadêmico • 967 Palavras (4 Páginas) • 912 Visualizações
RESUMO
Este trabalho pretende comparar e analisar a Intertextualidade e a Paródia que se
realizam nas obras Em Liberdade e Espingardas e Música Clássica, de Silviano
Santiago, brasileiro, e de Alexandre Pinheiro Torres, português. Pretende, ainda,
mostrar os aspectos históricos, políticos e culturais ocorridos em Portugal e no Brasil, e
que estão presentes em ambos os discursos literários.
PALAVRAS-CHAVE: intertextualidade, paródia, história, metaficção.
ABSTRACT
This work intends to compare and analyze the intertextual and the parodic process in
Em Liberdade and in Espingardas e Música Clássica, whose authors are Silviano
Santiago and Alexandre Pinheiro Torres, Brazilian and Portuguese writers,
respectively. It also attempts to make a discussion around the historical, political and
cultural aspects revealed in both texts, in order to show the relation between the
Literature and History, about the events occurred in the countries of these authors and
in which they process their discourses.
KEY WORDS: intertextuality/ parody/ history/ metafiction. 2
A meu marido, João Luís Cabral e a meus filhos,
Júnior e Ivana. 3
Agradeço, em especial, à Professora Dra. Maria Aparecida de Campos
Brando Santilli, pela orientação, pela compreensão e por tornar possível
este momento. À inesquecível mestra meu eterno reconhecimento.
INTRODUÇÃO 4
Este trabalho pretende desvendar o procedimento intertextual em que se
sustentam as obras Espingardas e Música Clássica (1989) e Em Liberdade
(1994), respectivamente de Alexandre Pinheiro Torres e de Silviano Santiago.
Ao analisar as narrativas dos autores, houve necessidade de estender-se à
inserção crítica no sistema literário português e brasileiro, a instâncias da
história recente e à anterior dos dois países.
O texto de Pinheiro Torres parodia Amor de Perdição (1862), de Camilo
Castelo Branco, em visão dialógica, através da qual se manifesta a utopia da
redenção do homem português, bem como se questionam as bases do
imaginário nacional, em que se articula a temática da perdição x salvação, em
processo de intertextualidade. Ao sabor de uma narrativa épica, o entrecho se
alinha em uma unidade de tempo compacta: cerca de quinze dias (entre 1961 e
1962), e se ambienta em uma cidade fictícia de Portugal. Movimenta-se a ação
em torno de uma paralisação, em uma indústria têxtil, de propriedade do Juíz
aposentado, Tadeu de Albuquerque.
Na obra Em Liberdade (1994), de Silviano Santiago, confluem vários
momentos da realidade política brasileira, sob o aspecto das “lutas pela
liberdade”, através do diário escrito por Graciliano Ramos (1892-1953), no
intervalo entre a sua saída da prisão, a 13 de Janeiro de 1937, e a instauração
do Estado Novo, período do governo Getúlio Vargas, sob regime ditatorial. O
autor de Vidas Secas havia permanecido durante dez meses e dez dias em
diversas prisões, tendo sido transferido muitas vezes – da cadeia de Pirajuçara,
em Maceió, para o Forte Cinco Pontas, em Recife, depois, transportado nos 5
porões do navio Manaus para o Rio de Janeiro, onde ficou na Casa de
Detenção. A seguir, rumou para a Colônia Correcional de Ilha Grande.
Por esse tempo, Graciliano escreveu apontamentos minuciosos sobre a
vida na prisão, os quais deram embasamento a Memórias do Cárcere (1953),
vindo à estampa, postumamente. Embora não estivesse filiado ao Partido
Comunista (só o faria em 1945), nem participasse de qualquer grupo
revolucionário, ou tivesse cometido algum impropério contra o governo,
Graciliano foi preso – após sofrer pressões, ameaças, tornando-se, por
decorrência, o mais torturado dos romancistas brasileiros, em época de
repressão e censura.
Em Liberdade mantém momentos que dialogam entre si: seja o do diário
de Graciliano Ramos, ao sair da prisão, para onde fora levado pela ditadura
getulista,
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