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Análise - A ROSA DE HIROXIMA

Por:   •  22/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  430 Palavras (2 Páginas)  •  709 Visualizações

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A ROSA DE HIROXIMA

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas  
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Vinícius de Moraes

A obra de Vinícius de Moraes é tida primeiramente como um protesto em forma de poema sobre um dos mais brutais e tristes eventos históricos pelo qual a humanidade já passou. Nos introduz ao contexto histórico pelo qual passou a cidade de Hiroshima, ao final da segunda guerra mundial, após ser atingida por uma bomba atômica.

Vinícius de Moraes nos leva a sentir um pouco do que as vítimas da tragédia sentiram nos primeiros 4 versos, ao relatar possíveis consequências da radiação nas crianças e mulheres.

Demonstra também o fato de diversas famílias terem perdido suas moradias, terem perdido sua cidade em si quando fala que houve “Rotas alteradas” muito provavelmente devido a destruição ocasionada pela explosão.

Nos versos 7 e 8, primeiramente nos leva a imaginar as “feridas” das pessoas, tanto físicas quanto sentimentais e em seguida utiliza a metáfora “Como Rosas Cálidas” para fazer uma breve comparação com o verso 7, nos transmitindo a sensação de que mesmo após o acontecimento, os estragos continuavam e queimavam.

Discorre em seguida sobre o título do texto e ressalta a importância de não esquecermos deste. Ao utilizar a metáfora “Da rosa de hiroxima” é feita uma alusão clara à bomba, em um tom mais leve e poético.

O autor caracteriza a “rosa” nos versos 12 e 13, com a metáfora “A rosa hereditária”, diz respeito ao fato de que os efeitos da bomba serão sentidos por muitos anos após sua explosão devido aos efeitos da radiação, os descendentes dos sobreviventes serão afetados, como se fosse algo hereditário.

Começa então, no verso 14, o seu protesto poético. Destacando a desnecessariedade e injustiça da “Rosa”, ao chama-la de “Estúpida e inválida”.

Nos verso 14 e 15, se utilizando de outra metáfora, Vinícius retrata o teor metafórico de “Rosa”, dizendo que esta rosa é doente: “A rosa com cirrose” para nos mostrar que está tratando de uma outra rosa, uma “antirrosa atômica”, que não possui nenhum traço de uma rosa normal, mas sim de uma bomba devastadora.

Nos dois últimos versos, protestando e ainda nos demonstrando o teor metafórico da obra, a “rosa” é caracterizada como “Sem perfume” que uma rosa normal teria, “Sem rosa”, pois não se trata de realmente de uma rosa e sem nada, pois não deixou nada no local em que foi utilizada.

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