Análise De Áporo

Análise do Poema Áporo, de Carlos Drummond de Andrade

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Áporo em suas metáforas

Mergulhado no contexto histórico da década de 40, o poema Áporo, escrito por

Carlos Drummond de Andrade, possui métrica redondilha menor, no formato de soneto.

Este poema com rimas ricas de formato A B A B, C C B D, C D A, A A B, é feito em

linguagem culta e repleto de figuras de estilo (de linguagem). Como exemplo de figuras de

estilo fônicas, temos as aliterações e assonâncias. Podemos vê-las em “(...) inseto (…)

sem (…) sem”. Já como figuras de estilo semânticas temos, predominantemente, as

metáforas.

Analisando o poema, podemos relacionar as metáforas contidas nele à situação

de nosso país na década em que ele foi escrito. Nesta década, o rígido Estado Novo

instituído por Getúlio Vargas desde 1937 começa, a partir de 1945, a perder seu poder. O

governo passou a liberalizar, aos poucos, o regime, e o analfabetismo, que era muito

presente no Brasil, começou a diminuir gradativamente após o término da Segunda

Guerra Mundial. O “inseto” então seria o brasileiro que, exausto por viver “ em país

bloqueado”, o Brasil autoritário, ilogicamente (“antieuclidiana”) consegue uma solução

(“uma orquídea forma-se”) para tanta agonia: Vargas é deposto pelas Forças Armadas.

Outra possível interpretação de Áporo é como se este poema fosse uma metáfora

da vida. Neste caso o “inseto” seria uma pessoa em sua vivência: problemas, procura por

soluções (“Um inseto cava/ cava sem alarme/ perfurando a terra/ sem achar escape”),

dificuldades (“labirinto”) e, misteriosamente, antieuclidiana, uma “luz” aparece no fim do

túnel.

REFERÊNCIAS:

http://www2.camara.leg.br/atividadelegislativa/

plenario/discursos/escrevendohistoria/visitantes/panorama-dasdecadas/

decada-de-40

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/carlos-drumond/a-rosa-do-povo-1.php