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Análise do poema "Ascensão da África"

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Por:   •  20/10/2014  •  Seminário  •  660 Palavras (3 Páginas)  •  264 Visualizações

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Análise do poema “Vozes D’África”

Trabalho apresentado à disciplina Let 552 – Seminário de Poesia Brasileira, ministrada pelo Professor ...do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Federal de Ouro Preto – Departamento de Letras.

Mariana, Abril de 2004.

Vozes D’África

Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no dia 14 de março de 1847 na fazenda Cabaceiras, perto de Curralinho na Bahia.

Em 1863 publicou seus primeiros versos abolicionistas “A Canção do Africano”. Conheceu a atriz portuguesa Eugênia Câmara, dez anos mais velha, por quem se apaixonou, e nessa época apresenta os primeiros sinais de tuberculose.

Seu primeiro grande sucesso público aconteceu em 11 de agosto de 1865, data de abertura dos cursos jurídicos, quando recita “O Século” no salão de honra da faculdade onde estudava direito.

Segundo Antônio Cândido, o poeta Castro Alves ficou sendo o cantor do negro escravo e por extensão dos oprimidos, tendo como idealização, a liberdade de um povo, de uma nação, se preocupando com a realidade. Mostra em seus poemas a desarmonia do homem contra a sociedade, parte do interior para o exterior, ou seja, do “eu sobre o mundo”, escreve a injustiça e a escravidão.

No poema Vozes D’África, nota-se uma tendência do Romantismo. É uma personificação do continente africano em busca de redenção e justiça. O poeta escolhe a voz de uma mulher e escreve o texto em primeira pessoa para acentuar melhor a realidade. Transfere para a África todo o peso da escravidão. Faz uma junção da problemática social e a religiosidade.

O poema apresenta uma evocação a Deus de uma pessoa perdida e abandonada por ele: “Mas eu, senhor!... Eu triste abandonada.” (p. 105).

Aparecem palavras que reforçam o tamanho da injustiça e sofrimento de um povo: “galé”(p. 105), que se refere à embarcação de vela e remo que era manejada por escravos ou indivíduos setenciados a trabalhos forçados; “anátema” que significa maldição.

Nota-se uma intertextualidade, uma comparação entre sofrimento do Cristo (A C.) e o sofrimento dos escravos: “Há dois mil anos te mandei meu grito,”(p. 105) refere-se ao Cristo que morreu para nos salvar; “Há dois mil anos... eu soluço um grito...” refere-se ao sofrimento dos escravos, a África morre para salvar a Ásia, a Europa, a América e posteriormente a Oceania.

O autor do texto descreve um pouco de cada continente que a África salvaria, primeiramente descreve a Ásia, “Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas” (p. 106); a Índia continental e peninsular, “Embala-se coberta de brilhantes/Nas plagas do Hindustão”(p. 106); a Europa, “A Europa é sempre Europa, a gloriosa!...”; e passa a falar de Universo “O universo após ela – doudo amante”(p. 107)

O poeta faz referência também à mitologia clássica, cita “Promoteu” , um herói, semideus, que fora acorrentado a um rochedo, onde os abutres devoravam seu fígado, toda noite renovado, Promoteu permanecia indiferente à dor. “Qual Promoteu tu me amarraste um

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