Atribuições de Gênero
Por: Jessie Candida • 18/1/2016 • Exam • 600 Palavras (3 Páginas) • 324 Visualizações
GÊNERO[pic 1]
UFRJ
Jessica Candida Ferreira
Aluno do Curso de Letras (Português-Grego)
DRE N° 113089268
Trabalho entregue ao
Prof. Doutor Anderson Martins Esteves,
na disciplina Optativa.
Faculdade de Letras
Rio de Janeiro, 2º semestre de 2014.
Não se nasce mulher, torna-se uma.” Simone de Beauvoir
O gênero é atribuído no momento em que se descobre o sexo da criança, ainda na barriga da mãe. Se for um pênis a ser visto na ultrassom, aquela mulher e sua família começarão a comprar o enxoval do bebê da cor azul, verde, quem sabe talvez uma ou outra peça de cor de roupa amarela. Sendo um menino, não vai poder usar laços e tiaras de cabelo. Suas orelhas não serão furadas, pois somente bebês do sexo feminino, que possuem uma vagina, podem usar, pois é uma característica do gênero feminino.
Para algumas pessoas o parágrafo anterior soa de forma confusa. É bastante natural e simples, sexo feminino, gênero feminino, sexo masculino, gênero masculino. Homens relacionando-se como mulheres e mulheres relacionando-se com homens. Mas e os homens que possuem características femininas? Ouvir frases como “Tudo bem ser gay, mas afeminado não.” é muito comum e dá a impressão de que ser mulher não é algo bom. É natural, homem usar azul e mulher usar rosa, como se fosse uma ordem compulsória, como explicar os que invertem esses papéis?
Para Butler, filósofa norte-americana, o gênero foge do campo da sexualidade, ela o denomina como uma realização performativa compelida pela sanção social e tabu.
É conveniente com base, em normas e leis para uma determinada sociedade que assim impõe-se ser do sexo masculino, e agir como tal, seja em suas características e também nos seus desejos. Ser homem não significa gostar de se relacionar com mulheres. Ser homem não é o mesmo que ter gênero masculino. Nascer com um pênis não atribui o gênero masculino para este ser. São atribuições sociais e políticas que formam esse ser, que compõem esse gênero.
A generificação passou a ser uma espécie de segunda natureza em que cotidianamente a sociedade a que pertencemos nos reforça a agir conforme o que nos foi proposto. Blogueiras ensinam as mulheres a como se maquiar, homens ensinam a outros homens a como pegar mulheres.
O que acontece quando um homem se identifica com o gênero feminino? Ele o adota pra si, age performaticamente, deixa o cabelo crescer ou coloca apliques, usa roupas femininas, como saia ou vestido. Um homem ao se relacionar com outro não o faz se identificar com o gênero feminino, desejo não está ligado ao gênero ou o contrário.
A ressignificação de gênero vem juntamente com a subversão dele, que apesar de ser grande, ainda é pouca diante das normas idealizadas e socialmente construídas ao longo do tempo. Desconstruir esses ideais é o objetivo de autores, que assim como Butler buscam uma sociedade igualitária e livre de preconceitos.
Bibliografia:
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003.
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