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BIOGRAFIA DE CECÍLIA MEIRELES

Por:   •  29/4/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.432 Palavras (6 Páginas)  •  134 Visualizações

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  1. ‘Biografia de Cecília Meireles[1]

A poetisa Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, no dia 07 de novembro de 1901, e foi criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides, já que seu pai, Carlos Alberto Carvalho de Meireles, funcionário do Banco do Brasil, faleceu antes de seu nascimento, e sua mãe, Matilde Benevides Meireles, professora municipal, quando tinha 3 anos de idade.

Cecília foi a única sobrevivente dos quatro filhos do casal. Ela diz:

Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. [...] Em toda minha vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade. [...] Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas pra mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área da minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundo geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano (PORTAL ELETRÔNICO DO PROJETO RELEITURAS).

Ela concluiu o curso primário em 1910, na Escola Estácio de Sá. Nessa ocasião, recebeu do poeta Olavo Bilac, então Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, uma medalha de ouro por ter finalizado o curso com êxito. Diplomou-se em 1917 no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro e começou a exercer o magistério primário nas escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Seu primeiro livro de poesias, Espectro, foi lançado no ano de 1919. Quatro anos depois, publicou Nunca mais e Poema dos poemas, e em 1925, Baladas para El-Rey.

Em 1922, casou-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda (que se destacou como atriz de teatro). Teve 5 netos.

Fernando Dias sofria de depressão e cometeu suicídio em 1935. Cinco anos depois, Meireles casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silva Grilo.

Em 1931, ganhou uma página no Diário de notícias, onde escrevia diariamente sobre os problemas da educação. Nisto trabalhou até 1931.

Três anos depois, na direção do Centro Infantil, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, que funcionou durante quatro anos no Pavilhão Mourisco, localizado no bairro Botafogo.

Um ano depois, foi convidada para ministrar aulas de Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na então Universidade do Distrito Federal, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Permaneceu nesse cargo até 1938.

De 1936 a 1938, colaborou ativamente no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

Em 1939, foi contemplada com o Prêmio de Poesia Olavo Bilac pela Academia Brasileira de Letras, por conta de seu livro A Viagem, fato este que rendeu acalorados debates sobre o alto valor literário de sua escrita.

Entre 1939 e 1940, publicou em Portugal, em capítulos, Olhinhos de gato, na revista Ocidente. Um ano depois, lecionou Literatura e Cultura brasileira na Universidade do Texas (EUA).

Em 1942, tornou-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro. Aposentou-se como diretora de escola nove anos depois, em 1951; mesmo assim, continuou a trabalhar como produtora e redatora de programas culturais na rádio carioca Ministério da Educação.

No ano de 1952, foi proclamada Oficial da Ordem de Mérito do Chile. Em 1953, tornou-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, na Índia, e no mesmo ano foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Déhil, também na Índia.

Em 1962, recebeu o prêmio de Tradução/Teatro pela Associação Paulista de Críticos de Arte, e em 1963, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, da Câmara Brasileira do Livro, pela obra Poemas de Israel. No mesmo ano, foi homenageada com a concessão de seu nome para a Escola Municipal de Primeiro Grau de Cangaíba, São Paulo (SP).

Viajou diversas vezes aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, realizando conferências sobre Literatura, Educação e Folclore.

Faleceu em 09 de novembro de 1964, aos 63 anos, vítima de um câncer de estômago que enfrentava desde 1962.

Tabela I- Principais obras publicadas por Cecília Meireles

Título

Ano de publicação

Espectro

1919

Nunca mais... e Poema dos poemas

1923

Baladas para El-Rei

1925

O Espírito Vitorioso

1929

Saudação à menina de Portugal

1930

Batuque, Samba e Macumba

1935

A Festa das Letras

1937

A Viagem

1939

Vaga Música

1942

Mar Absoluto

1945

Rute e Alberto

1945

Retrato Natural

1949

Problemas de Literatura Infantil

1950

Amor em Leonoreta

1952

Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta

1952

Romanceiro da Inconfidência

1953

Batuque

1953

Romance de Santa Cecília

1957

Obra poética

1958

Poemas de Israel

1963

Fonte: Própria

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