CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
Por: Gheany Leal • 6/2/2019 • Trabalho acadêmico • 4.363 Palavras (18 Páginas) • 241 Visualizações
ESTADO DE MATO GROSSO
NSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO, CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE
- Identificação:
a) Nome da candidata: Gheany Roberta Leal
- Título do projeto: A desconstrução das palavras na obra "O bem Amado": possibilidade de sentidos.
- Linha de pesquisa: Estudo dos processos discursivos e análise semântica da enunciação
II. Apresentação:
A escolha do presente trabalho foi feita a partir do trabalho de graduação em Licenciatura Plena em Letras – UNEMAT o objetivo é investigar os advérbios terminados em - mente no livro O Bem Amado. Baseando-nos nas classes gramaticais e como nelas há a possibilidade de sentidos, acrescentando informações que não estão diretamente ligados ao conteúdo, pois os advérbios nos permitem essas possibilidades de sentidos amplos, e com isso proponho estudar este mecanismo das possibilidades de sentidos que o advérbio pode nos trazer e também ajuda a ampliar os nossos conhecimentos através destes mecanismos analisados.
Considerando que a carga semântica é muito variável e essa extrema mobilidade ativa que possuem os advérbios, faz com que seja difícil estabelecer uma significação clara e coerente para tal classe de palavras, principalmente porque a terra dos sentidos pode nos parecer muito instável. Com tudo isso, algumas classes gramaticais vêm merecendo uma atenção especial entre os gramáticos e linguistas de modo que nelas (as classes gramaticais) destacamos o advérbio.
Nesse sentido analisaremos como a obra aplica a função dos advérbios formados com o sufixo – mente, assim iniciaremos os estudos a partir do estudo de algumas compreensões teóricas a respeito dos advérbios. Isso ocorrerá através de uma analise mais aprofunda do funcionamento lingüístico, para que amplie o conhecimento sobre as diferentes possibilidades de uso da linguagem, com ênfase nos diversos sentidos que essa classe gramatical pode apresentar, pois apresentam mais sentidos vastos e revelado na obra do que em sua estrutura sintagmática.
A face da analise em questão, é apresentar uma opção para explorar as inúmeras possibilidades que a nossa Língua Portuguesa proporciona para que possamos divulgar nossas idéias e juízos sobre o mundo. Isto será realizado através da sistematização dos possíveis sentidos que os advérbios formados com – mente pode assumir na obra O Bem Amado, tendo em vista as reais intenções do sujeito (locutor) frente ao já dito.
- Objetivo Geral:
- Compreender que há nos advérbios inúmeras possibilidades de significantes nos sistemas lingüísticos distintos, a partir desse sentido analisaremos como a obra O Bem Amado aplica a função dos advérbios formados com o sufixo – mente, assim estudaremos a possibilidades de sentidos e algumas compreensões teóricas a respeito do advérbio.
Objetivos Específicos:
- Compreender as possibilidades de sentidos amplos que há nos advérbios no já dado, e as inúmeras possibilidades que a linguagem nos proporciona para que deferíssemos opiniões em relação ao sujeito.
- Tomar os deslizamentos da língua, pois é somente pela língua que há essa possibilidade de novos sentidos, do advérbio, fazendo com que os sentidos sejam amplos e não seja um mecanismo qualquer da língua, mas sim dos sentidos.
- Compreender a relação entre o sujeito locutor/já dito, pensando a sistematização dos possíveis sentidos através dos advérbios formados com mente pode assumir através da língua.
- Delineamento do quadro teórico:
A autora que lançou a Análise do Discurso no Brasil foi Eni P. Orlandi, ela é autora de inúmeros livros, mas para a construção deste trabalho partiremos do livro Discurso e texto: formação e circulação dos sentidos, no qual a autora coloca que a Análise do Discurso não tratará da língua e nem da gramática, ela trabalha com a possibilidade de sentidos, portanto, o foco é o discurso, pois, ele (o discurso) se significa na/pela língua. Então, sabemos que só há discurso pela língua, com esse intuito o de mostrar como, segundo a autora, a língua é tomada por uma possibilidade de materialidade que vai significar.
Portanto, pretendemos neste trabalho, investigar as relações de construção dos sujeitos e os sentidos na Análise de Discurso. A nosso ver, há uma sobreposição entre a produção de sentidos e a construção do sujeito que ocorrerá nesse indivíduo, pois, somos sujeitos a partir da língua. Designadamente, nosso empenho está em verificar como a construção de sentido está absolutamente ligado ao sujeito, para isso faremos uso de dois conceitos da Análise de Discurso, o sentido e o equívoco.
Pretendemos então, verificar as relações de construção entre o sujeito e sentido na Análise de Discurso. Apresentamos para este estudo os conceitos de Ideologia e Significante que vão nos levar até essa construção do sujeito. Observamos que este processo de construção do indivíduo em sujeito está diretamente unido à questão do sentido, devido o ele (o sujeito) se significar somente através dos sentidos e ser definitivamente oriundo dele. Como já colocado antes, lembramos que estes métodos que faremos uso o equívoco e a falha, não se dão de maneira constante, sem desvios; pelo contrário, eles tornam o trajeto do sujeito falho e propício ao equívoco, espalhando - se pelo caminho. Dessa maneira, a formulação determinada pelo sujeito é constituída a partir da memória do dizer, acarretando a intervenção no histórico-ideológico, pois, é através da formulação que a linguagem ganha vida e junto com ela, a memória se atualiza pelos dizeres outros agregados e o sujeito se expõe se constituindo como sujeito através da formulação. Nesse sentido Eni Orlandi coloca que:
Formular é dar corpo aos sentidos. E, por ser um ser simbólico, o homem constituindo-se em sujeito pela e na linguagem, que se inscreve na história para significar, tem seu corpo adotado ao corpo dos sentidos. Sujeito e sentido constituindo-se ao mesmo tempo têm sua corporalidade articulada no encontro da materialidade da língua com a materialidade da história. (Orlandi, 2001. p.9)
Então, não há corpo que não se constitua sem que essa formulação aconteça, pois não existem sujeitos que não sejam investidos de pela ideologia.
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