CONDIÇÕES PARA CRIAR TRABALHOS ACADÉMICOS
Resenha: CONDIÇÕES PARA CRIAR TRABALHOS ACADÉMICOS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: FernandaSchissel • 11/6/2014 • Resenha • 5.208 Palavras (21 Páginas) • 435 Visualizações
CONDIÇÕES PARA SE ELABORAR UM TRABALHO ACADÊMICO
Prof. Teófilo L. de Lima (limateo@bol.com.br – lima.teo@hotmail.com)
Como toda atividade, a elaboração de uma monografia pressupõe algumas condições; umas são inerentes ao próprio agente, outras, externas.
No primeiro aspecto, tem-se como pré-condição a vontade, predisposição para o “querer-fazer”, sem as quais só se encontrarão dificuldades. Nesse caso, Thompson apresenta a realidade de muitos estudantes e sugere a “receita”, quando diz que:
Dada a irremediabilidade da situação, menos ruim que cumprir o dever a contragosto será cultivar aquele inicial motivo de vontade, até transformá-lo em “corrente de vontade”. [...] Provoca alguma angústia, a princípio. Logo, vira obrigação suportável. Daqui a pouco, atraente. [...] As dificuldades [...] vencidas geram prazer. (1991, p. 1)
Cabe também ao estudante a disciplina, tarefa, por sinal, de difícil consecução, uma vez que é sua prerrogativa controlar o ritmo e a forma dos trabalhos. Daí, então, a necessidade de se estabelecer dias e horários para dedicar tempo à monografia, a princípio com períodos curtos de estudo, que serão aumentados paulatinamente à medida em que for tomando gosto pela tarefa.
Atenção: Programar e não cumprir o programado só ajuda na indisciplina, aumentando as dificuldades com as tarefas.
Ainda no tocante à disciplina, cabe ao estudante exercitar a capacidade de concentração, sem a qual poderá se pegar virando páginas sem saber sequer explicar ou mesmo apontar a última frase lida (ou olhada!). Eleja, portanto, prioridades; classifique suas dificuldades e busque em separado as alternativas, pois quando se tenta resolver todas as dificuldades em um só momento, só se consegue criar mais dificuldades.
Quanto aos fatores externos, chamamos a atenção para o ambiente, que deve ser agradável, possibilitando o seu conforto físico. Não adianta empertigar-se numa cadeira dura para não dar sono durante as leituras-estudos; isto pode ser chamado de autoflagelação. Da mesma forma uma poltrona confortável não resolverá o problema da falta de concentração. Cada estudante deve conhecer suas dificuldades e suas limitações, definindo, assim, qual a postura que lhe trará maior rendimento nos trabalhos.
Por último, e mais importante, é ter ao alcance das mãos os recursos necessários para um estudo eficiente, incluindo aí uma bibliografia básica da área escolhida para estudo e bons dicionário, tanto de língua portuguesa como da área específica, os quais, sem dúvida, caracterizam-se como excelentes auxiliares.
1 Planejamento
Uma das grandes dificuldades encontradas na elaboração de uma monografia, e também nas mais diversas atividades, é a ausência de um planejamento. Normalmente, o assunto é escolhido, e o estudante parte “quebrando a cabeça” para construir textos e textos relacionados ao assunto, sem que tenha, primeiro, observado alguns procedimentos - método - de trabalho que resultem em qualidade.
Este planejamento, por muitos erroneamente chamado de projeto, é mais um processo de raciocínio lógico do que uma ação materializada, que deve anteceder à elaboração do projeto. Não são poucas, salienta-se, as pesquisas que são levadas ao insucesso pela falta de um planejamento consistente. O projeto, afirmam Cervo e Bervian, faz a previsão e a provisão dos recursos necessários para atingir o objetivo proposto, estabelecendo a ordem e a natureza das diversas tarefas a serem executadas dentro de um cronograma a ser observado (1983, p. 62). Estes sugerem como planejamento de uma pesquisa os seguintes passos:
1. Escolha do assunto
2. Formulação do problema
a) Investigação 3. Estudos exploratórios
4. Coleta e análise dos dados
b) Comunicação 5. Estrutura do relatório
6. Redação
7. Apresentação
Figura 1 - Planejamento da pesquisa - teoria metodológica (Fonte: CERVO e BERVIAN, 1983, p. 71)
Tais passos, chama-se a atenção, destinam-se a facilitar a elaboração do projeto. Há de se cuidar para não confundi-los com o próprio. Ainda que para muitos autores a maior dificuldade encontrada na elaboração de um projeto esteja na formulação do problema, é na escolha do assunto que se percebe insegurança na maior parte dos estudantes. A escolha do assunto, de tarefa aparentemente fácil, mostra-se com tal complexidade que, logo de início, produz no estudante os primeiros temores quanto a conseguir ou não concluir a tarefa.
Isso muitas vezes se dá pela ânsia de querer escrever sobre algo que possa chamar a atenção pelo novo, algo que não pareça a reprodução das idéias de outras pessoas. Por mais nobre que seja esse objetivo, não pode ser desconsiderado o fato de que o conhecimento se constrói a partir de informações acumuladas, daí o mito do ineditismo acadêmico, que desconsidera a dialética do conhecimento e gera no estudante monstros frente ao fazer pesquisa. A escolha do assunto, primeiro passo no processo de planejamento de uma pesquisa, deve, sim, ser feita com segurança, sabendo-se de fato sobre o que se quer falar, sob pena de incorrer em falar sobre o assunto escolhido com um enfoque que pode ser encontrado facilmente em livros disponíveis na biblioteca. Para isso, procedem-se à escolha e à delimitação do assunto.
2 Seleção e delimitação do assunto
“Selecionar um assunto equivale a eliminar aqueles que, por uma razão plausível, devem ser evitados e fixar-se naquele que merece prioridade.” (CERVO e BERVIAN, 1994, p. 73)
Os fatores que levam alguém a escolher um assunto podem estar pautados em questões pessoais, de ordem intelectual (desejo de conhecer) ou prática (aprimorar ações praticadas), sendo possível conciliar também os dois aspectos, devendo sempre surgir de um ponto que lhe desperte interesse, seja ele no campo profissional ou pessoal, evitando-se escolher assuntos por demais explorados (rever a questão da originalidade!) ou que não estejam dentro das suas
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