Comunicação E Expressão
Resenha: Comunicação E Expressão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mauricinho26 • 30/11/2013 • Resenha • 1.230 Palavras (5 Páginas) • 314 Visualizações
REDAÇÃO
Desenvolva uma dissertação, em prosa e a tinta, sobre
tema comum aos textos abaixo.
Texto I
Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara.
Artigo único da constituição proposta em 1926
pelo historiador Capistrano de Abreu
Texto II
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel
Antônio de Almeida, mostra o quanto podemos ser
avacalhados. Mostra como funciona o “jeitinho” numa
sociedade em que o esforço vale muito pouco.
Leandro Sarmatz
Texto III
A transição para o regime democrático foi feita de
uma maneira gradual. O impeachment do Collor se fez
por uma via legal e depois nós tivemos a transição de
um presidente para outro, do FHC para o Lula, que foi
civilizada e normal, como deveriam ser todas as transi-
ções. Então isso dá uma certa marca. Não de concor-
dância de todas as posições, mas de respeito a alguns
princípios e também de uma capacidade de barganha,
de entendimento, de jogo de cintura.
Adaptado de Boris Fausto
Texto IV
Para Gilberto Freire, “antagonismos em equilíbrio”
convertem o brasileiro em uma figura até certo ponto
peculiar, posto que, sempre se equilibrando entre
visões de mundo bastante diferentes, ele se mostra
incapaz de cultivar uma personalidade mais uniforme,
rígida e constante. Esta incapacidade, porém, não deve
ser avaliada como um defeito ou uma falta. Ao contrá-
rio.
Adaptado de Ricardo Benzaquen de Araújo
Comentário de Redação
Propôs-se uma discussão acerca do comporta-
mento do brasileiro, a saber, das características que o
distinguem, aos olhos de alguns, como pacífico, corda-
to, flexível e, aos olhos de outros, como desavergo-
nhado, “avacalhado”, permissivo.
Ofereceram-se, como subsídios à produção textual
do candidato, quatro textos, dois dos quais tecendo
severas críticas à ausência de “vergonha na cara” e ao
“jeitinho”, traços que justificariam a pecha de malan-
dro, safo e indolente com que freqüentemente se defi-
OBJETIVO
M a c k e n z i e ( G r u p o s I I e I I I ) - J u n h o / 2 0 0 4
ne o brasileiro. Já os outros dois textos vêem tal com-
portamento de uma perspectiva bastante diversa dos
anteriores. Tanto para Boris Fausto quanto para
Ricardo B. de Araújo, a flexibilidade e a facilidade de
conviver com “antagonismos” confeririam ao brasilei-
ro uma marca de civilidade que se refletiria especial-
mente na política – palco de divergências constantes,
em que só é possível governar quando há disposição
para barganhas, concessões, “jogo de cintura”.
Após refletir sobre as opiniões apresentadas, o
candidato deveria proceder à própria análise do perfil
nacional. Caberia, para tanto, ressaltar os aspectos
comportamentais que, do seu ponto de vista, fossem
predominantemente positivos ou negativos. No pri-
meiro caso, seria apropriado lembrar, por exemplo,
algumas transições ocorridas no cenário político que
se pautaram pelo respeito e por uma impressionante
disposição de negociar, o que certamente tem possibi-
litado a coexistência – em geral pacífica – de inúmeros
partidos políticos no país. Essa mesma tendência se
comprovaria pela inexistência, em terras brasileiras, de
conflitos – raciais, religiosos, ideológicos.
Caso optasse por traçar um perfil negativo do bra-
sileiro, o candidato poderia, a exemplo de Manuel
Antonio de Almeida e de Mário de Andrade, apontar
algumas falhas de caráter que revelariam um povo cíni-
co, capaz de orgulhar-se de suas “proezas”, principal-
mente no que diz respeito à transigência com regras e
princípios em geral.
Uma terceira possibilidade de abordagem do tema
contemplaria uma visão menos maniqueísta do brasi-
leiro, que considerasse a convergência de característi-
cas
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