DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA
Por: Gis Dantas • 14/8/2019 • Projeto de pesquisa • 5.351 Palavras (22 Páginas) • 818 Visualizações
SUMÁRIO
1 PARTE I: PESQUISA ........................................................................................................ 03
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............ 03
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 04
1.2.1. OBJTIVO GERAL........................................................................................................ 04
1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 04
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 05
1.3.1. CULTURA SURDA ..................................................................................................... 05
1.3.2. CULTURA ESCOLAR ................................................................................................. 06
1.3.3. INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE ESCOLAR DO SURDO ........................................ 08
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DO ESTÁGIO .................................................................. 09
2.1 METODOLOGIA ............................................................................................................. 09
2.2 CRONOGRAMA ............................................................................................................. 11
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 11
ANEXOS .............................................................................................................................. 13
1. PARTE I: PESQUISA
1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O presente projeto de estágio, tomando como área de concentração “Educação, escola e políticas públicas”, assumiu o tema “Relação escola versus comunidade surda e ouvinte” a partir do período de observação do estágio curricular realizado no Instituto Municipal de Ensino Eusinio Lavigne, em Ilhéus/BA, em salas dos 6º anos do Ensino Fundamental II. Também, através do diálogo entre a estagiária Gisleide Dantas Freitas (ouvinte) e o estagiário Moabe Sousa dos Santos (surdo) acerca da história de vida escolar e social deste último: suas dificuldades e facilidades no processo de aprendizagem, inclusão social e acessibilidade.
Este diálogo revelou que, na década de 1990, época em que o estagiário Moabe Sousa dos Santos cursava o antigo primário escolar, as deficiências biológicas eram salientadas em detrimento da diferença cultural e da existência de uma língua própria do grupo. Não se conhecia nem se falava sobre intérpretes em salas de aula. O aluno surdo era admitido na escola sem qualquer cuidado e/ou atenção a ele. Faltava-lhe um ensino focado na qualidade de conhecimento. E, portanto, o acesso às diversas informações, como até o próprio desenvolvimento psicossocial, se adquiria de forma tardia.
Cerca de vinte anos depois, o artigo elaborado por ANGNES, MORÁS, KLOZOVSKI E REALI (2016) intitulado “Um estudo sobre a educação do sujeito surdo na rede estadual de educação de Foz do Iguaçu – Paraná” revela a continuidade das mesmas falha no processo brasileiro de inclusão escolar do surdo decorrente de um olhar deturpado a este indivíduo.
Embora, hoje já se encontre intérpretes de Libras nas salas de aula desde o Ensino Fundamental I ao Ensino Superior, ainda é precária a presença de docentes especializados. E, tanto como Cromack (2004) quanto os autores supracitados ressaltam, conclui-se a importância de se compreender pessoas surdas como um grupo de sujeitos com hábitos e valores culturais próprios, comportamentos, modos de socialização específicos, entendimento e experiência visual, além da apropriação peculiar de uma língua.
Assim, preconiza-se que a partir da identificação antropológica do indivíduo surdo no âmbito escolar, a metodologia e os recursos pedagógicos podem facilmente se adaptar de forma a favorecer seu aprendizado e potencializar seu crescimento como cidadão.
O diálogo cursou na crença de que a efetivação da inclusão social também se baseia na expansão da língua visual-motora entre os sujeitos ouvintes. Portanto, ao assimilar o espaço escolar como o ambiente social que agrega as mais diversas relações entre indivíduos, carregados por suas próprias diferenças culturais, produzindo constantemente (re)significados e (re)ações (PAULA, 2009), seria este o cenário mais adequado para essa propagação em massa da língua de sinais, abordando a criança desde seus primeiros anos letivos.
Destarte, promoveria a acessibilidade aos mais diversos ambientes sociais (como hospitais, farmácias, supermercados etc) sem as frequentes intermediações de intérpretes geraria autonomia e independência ao surdo.
1.2. OBJETIVOS
- OBJETIVO GERAL
Identificar a compreensão e assimilação de elementos da cultura surda por discentes ouvintes do 6º ano fundamental de uma escola municipal de Ilhéus/BA e a consequente relação de inclusão e acessibilidade no contexto escolar.
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Favorecer aos discentes o reconhecimento sobre a importância em aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais) com intuito de efetivar interação e comunicação entre indivíduos surdos e ouvintes;
- Levar à ciência dos alunos as principais dificuldades sociais e escolares enfrentadas pelos surdos que convivem com comunidade ouvintista sem comunicação efetiva, a partir do relato de experiência do estagiário surdo;
- Permitir aos estudantes o conhecimento da Libras e suas particularidades, praticando sua modalidade de comunicação gesto-visual com alfabeto datilológico e aquisição de alguns sinais;
- Propiciar noções das diferenças culturais ouvintista versus surda por meio da participação de brincadeiras usualmente desenvolvidas entre surdos;
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