DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO ESPAÇO ESCOLAR
Artigo: DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO ESPAÇO ESCOLAR. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: NANICIRINO • 28/3/2015 • 9.654 Palavras (39 Páginas) • 288 Visualizações
DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO ESPAÇO ESCOLAR.
INTRODUÇÃO
Neste contexto pretendemos explicitar diferentes teorias, influências da literatura e da mídia que no decorrer da história interferiram na construção da identidade do negro no Brasil. Atualmente se tem identificado discussões e ações educativas referentes a inclusão do negro no ambiente escolar e no mercado de trabalho. Algumas propostas inovadoras que estão sendo implementadas para esta inclusão causam polêmica na sociedade brasileira, pois muitas vezes as pessoas rejeitam a idéias de que existe a discriminação racial no Brasil.
O objetivo deste trabalho é contribuir para a construção de uma escola de qualidade em nosso país, ainda que difiram os sentidos e as intenções atribuídos a essa qualidade. Os professores devem estar preparados para estimular a luta a favor da criação de condições políticas que propiciem o acesso e permanência de todos na escola, considerando o resgate da história cultural de todos os povos.
A capacidade humana de se mundializar, ainda que de modo excludente, tem superado a capacidade de conviver com o outro e respeitar suas especificidades, imobilizando assim todo um discurso de responsabilidade, de solidariedade e de esperanças e tornando ainda mais distante a visão de um futuro marcado pelo compromisso com a democracia e com a liberdade (CANDAU4, 1999)
Nosso objetivo é propor uma discussão sobre a situação vivida pelo negro no Brasil e o papel da escola em relação a este aspecto, apresentando aos profissionais da educação, questões pertinentes à diversidade cultural existente no ambiente escolar. A educação, além de sua ação integradora, é formadora de uma subjetividade que corresponde coordenar experiências mentais, introdução de valores e a construção de identidades. Ao mesmo tempo em que reforça determinados padrões de comportamentos pode criar alternativas de negação a padrões autoritários, racistas e elitistas.
Nas salas de aula é comum perceber a ausência de discussões críticas e fundamentadas sobre o preconceito e discriminação racial, ora por falta de informação, formação acadêmica ou o desejo de que o primeiro passo seja dado: o reconhecimento da diversidade e as especificidades que compõem o ambiente escolar.
Nós, educadores, temos o compromisso de viabilizar uma educação democrática e perceber as relações discriminatórias existentes no espaço escolar, material didático e a sociedade, a fim de preparar os alunos a adotarem uma postura ética e respeito às diferenças.
A principal questão é esclarecer como o espaço escolar pode contribuir para que a história vivida pela população negra no Brasil, seja tema de reflexão e encontre meios para amenizar a discriminação racial, possibilitando ações para a permanência dos alunos negros. Na elaboração deste trabalho foi utilizada a revisão de literaturas e as nossas vivências que contribuíram com informações, dados atuais e imagens referentes a este tema. Estas fontes apresentam credibilidade e são acessíveis a todos que pretendem efetuar uma pesquisa sobre a discriminação racial no ambiente escolar em nosso país.
1. HISTORICO DAS PRÁTICAS RACISTAS NO MUNDO
O racismo significa uma crença, segundo a qual as capacidades humanas são predestinadas pela raça ou grupo étnico, geralmente enfatiza a superioridade de uma raça ou grupos sobre os outros, se caracterizando como discriminação, violência física ou verbal.
Desde a Antigüidade existiam indícios que distinguiam os indivíduos perante as suas características fisicas, econômicas e sociais, menosprezando algumas raças, em destaque, a raça negra como escrava.
Alguns filósofos como Platão e Aristóteles justificavam as separações dos indivíduos como forma de dominar outras raças, afirmando a teoria dos mais fortes contra os mais fracos, incentivando o povo romano (século IV e III a.C.) a praticar o racismo para possuir o maior número de escravos para a construção de um império.
A religião através de suas escrituras não condenava a escravidão, o Cristinianismo na Idade Média considerava que não há diferença em relação a sua natureza humana, mas sim na sua condição social, ocasionando uma mudança no olhar da sociedade, na qual os escravos passam a ser servos e que estavam presos apenas a terra, há uma humanização do trabalho e o servo produzia mais do que quando era escravo, sentiam a falsa sensação de liberdade.
A teoria de Charles Darwin conhecida como Darwinismo Social enfatiza as relações desiguais, pois considera que é natural o domínio dos mais fortes sobre os mais fracos.
o Darwinismo social, de maneira geral, pode ser definido na crença de que as sociedades mudariam e 'evoluiria em um mesmo sentido e que tais transformações representavam a transposição de um nível menos elevado para um estágio superior. De maneira análoga ao desenvolvimento do homem, as sociedades, também estariam sujeitas à lei da seleção natural. Dentro de um determinado contexto, prevaleceriam as sociedades mais aptas e capazes sendo as outras extintas, seja pela luta com as mais "desenvolvidas" seja pela dificuldade de superar obstéÍculos naturais. Assim, as sociedades mais hábeis foram prevalecendo em detrimento de outras que não conseguiam prosperar dentro de ambiente hostil. Sociedades menos evoluídas poderiam até sobreviver desde que não fossem submetidas à lei da seleção natural. Alguns revolucionistas chegaram a classificar as sociedades tradicionais da África, América e Oceania como verdadeiros fósseis vivos. Seriam modelos de estágios arcaicos fazendo parte do pretérito da humanidade (OLIVEIRA17,1998).
BENTO2 (1999), nos Estados Unidos, em um movimento criado há mais de 130 anos, chamado de "Ku Klux Klan” com o objetivo de proteger a raça branca, os valores da Constituição e os valores cristãos tinham como inimigos os negros, judeus, estrangeiros e homossexuais e seu lema era "Ordem, Prosperidade, Ciência e Beleza”, tomando a raça branca excepcional. Os crimes praticados por membros deste movimento foram os mais atrozes. Muitas pessoas eram contra a esse movimento e dentre elas estavam Malcom X e Martin Luther King Jr. Ambos negros, que lutaram para elevar a auto-estima dos negros e efetivar a participação dos mesmos no campo político, econômico e social. Malcom Little adotou o “X” por saber que todo negro
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