DISGRAFIA: SUA INTERFERÊNCIA NA APRENDIZAGEM QUALIFICADA DO ALUNO NAS SÉRIES INICIAIS
Por: cris250 • 20/3/2020 • Artigo • 5.172 Palavras (21 Páginas) • 223 Visualizações
DISGRAFIA: SUA INTERFERÊNCIA NA APRENDIZAGEM QUALIFICADA DO ALUNO NAS SÉRIES INICIAIS
Erica Cristina F. Guimarães ¹
Orientador: Gilderley Silva ²
RESUMO
Este artigo é resultado de um estudo bibliográfico sobre a disgrafia e seu impacto no processo de ensino e aprendizagem em crianças que se encontram nas séries iniciais. Aprendizagem é um processo muito importante na vida da criança, pois durante sua vida se depara com variadas escritas que facilitarão o desenvolvimento e participação da mesma na sociedade. Sabe-se que durante esse processo de desenvolvimento, a criança poderá apresentar alguma dificuldade de aprendizagem, e o professor necessita ter conhecimento a respeito do processo de aprendizagem e suas dificuldades. Dessa forma, poderá intervir nesse processo para facilitar, estimular e favorecer a aquisição da escrita. Por meio deste estudo percebeu-se a importância do desenvolvimento psicomotor, cognitivo, social e afetivo, antes mesmo de ir para a escola. Para tanto se buscou uma fundação Teórica em Emília Ferreiro para acertar na recuperação dos alunos que apresentam este diagnóstico. Assim, aponta qual o papel do professor, pedagogo, e outros profissionais do contexto escolar para trabalhar com a disgrafia.
Palavras–chave: Disgrafia, Escrita, Leitura.
1. INTRODUÇÃO[pic 1]
Hoje, a Educação passa por profundas transformações, tendo em vista as mudanças constantes que vêm ocorrendo no mundo contemporâneo, sobretudo no que diz respeito às diferentes competências que os profissionais devem desenvolver para atuar na sociedade, em especial, no campo educacional. Em meio a estes desafios, a disgrafia vem instigando os profissionais da educação a buscarem novo saberes, conhecimentos, metodologias e estratégias de ensino.
No contexto escolar, visualizam-se novas perspectivas para as crianças que apresentam dificuldades no processo de aquisição da escrita. Elas não têm possibilidades de dominar os instrumentos e movimentos através da interiorização de suas sensações corporais. Porém, a escola costuma exigir que elas acompanhassem um currículo convencional, e que aprendam como as outras crianças, ou seja, mais depressa do que suas possibilidades. Muitas vezes em um ambiente onde são discriminados. Torna-se difícil, assim, evitar que tenham uma imagem e sentimentos negativos de si próprios.
Em alguns momentos, os profissionais que trabalham com crianças não levam em consideração as dificuldades reais de aprendizagem da escrita e toda a complexidade que isso supõe. Muitos profissionais desconhecem os fatores e requisitos cognitivos, motores e psicológicos necessários para que se tenha uma aprendizagem favorável da escrita e por isso não atendem a essas dimensões no processo educativo.
Assim no âmbito escolar muitas expressões utilizadas para se referir a problemas de aprendizagem são usadas inadequadamente. Pois nem sempre os educadores compreendem os significados distintos que esses termos possuem e acabam por generalizá-los empregando de forma errônea, dentre eles está a disgrafia.
Partindo destes pressupostos verificou-se a importância de um estudo aprofundado sobre as dificuldades que envolvem a escrita particularmente voltadas à disgrafia por ser um aspecto frequente em nossas salas da aula.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Definições em torno da disgrafia
Historicamente, o conceito de alfabetização se identificou ao ensino-aprendizagem do sistema alfabético da escrita, que significa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e na escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais gráficos.
A partir dos anos 1980, o conceito de alfabetização foi ampliado com as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, particularmente com os trabalhos de Ferreiro (1995) e Teberosky (1995). Diante desses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança, desde os seus primeiros contatos com a escrita, construiria e reconstruiria hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita. Tabaquim (apud SENNYEY, 2008) expõe sua concepção da disgrafia como “disfunção da integração sensório-motora que acarreta problemas de ordenação, sequenciação, planificação e execução da escrita” (p. 112). Enfatiza também a importância da psicomotricidade e da integração sensório-motora para a recuperação da escrita. Estes dados nos reportam à idéia de como estas características se apresentam no cotidiano escolar, pois a realização de algumas das atividades rotineiras em sala de aula explora as habilidades citadas acima, porém quando a criança não consegue desenvolve-las são vistas como preguiçosas e desinteressadas, fato que gera outras consequências mais graves, além da reprovação e o descaso frente à situação.
Uma contribuição largamente conhecida dos estudos de Piaget (apud FERREIRO, 1995) para a educação é pelas descobertas de Ferreiro (1995) a respeito da psicogênese da língua escrita encontrando um apoio maior nos estudos de Vigotsky (1998) sobre o desenvolvimento da aprendizagem. Compreender que o alfabetizando não aprende a escrever porque copia o que lhe é mostrado, mas porque formula hipóteses explicativas para o mecanismo da escrita nos fez dar um salto qualitativo para uma alfabetização mais eficaz, além de nos ajudar a compreender certos fenômenos classificados sob o carimbo da disgrafia. Segundo Ajuria guerra (apud MORAIS)
“Existem quatro fatores que interferem o desenvolvimento gráfico que são: o desenvolvimento da motricidade, desenvolvimento mental em seu aspecto global e específico, desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento sócio afetivo. Uma deficiência em qualquer um desses fatores pode ocasionar na criança, dificuldades de aprendizagem da escrita. Estas dificuldades podem traduzir-se numa disgrafia (quando a qualidade da escrita é deficitária – escrita ilegível, lenta – não havendo nenhum déficit neurológico ou intelectual que explique o distúrbio), ou por uma disortografia (dificuldade de escrever corretamente a linguagem falada). Em síntese, a disgrafia está relacionada à qualidade do traçado, enquanto a disortografia implica em trocas ortográficas” (1997, p. 136).
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