Discurso
Seminário: Discurso. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: daniel12345 • 28/10/2013 • Seminário • 702 Palavras (3 Páginas) • 421 Visualizações
A preparação de um discurso requer inúmeros cuidados, principalmente porque suas variações dependerão dos resultados que o orador pretende obter e do público ao qual ele irá se dirigir, como adverte Joly. "A emoção, a necessidade de tocar fundo os atos humanos, é uma característica marcante", enumera Cortez.
Mesmo com essas subjetividades, de acordo com Bôsco, é possível elaborar uma lista das principais características de um discurso retórico, que deve:
* Remeter a uma crença das pessoas do auditório;
* Fabular imagens de realização de quem o escuta;
* Conter dizeres que enganam porque persuadem por sua verossimilhança com um real possível;
* Produzir efeitos de espelhamento do outro naquele que escuta;
* Legitimar memórias, desejos imaginários, valores de verdade;
* Fomentar a capacidade de um ser de sentir-se realizado;
* Conter dizeres que deixam escapar vestígios da imaginação de quem ouve, que revelam seus saberes;
* Provocar no ouvinte sensações de poder.
Divulgação Ricardo Stuckert/Abr
A propósito, muito se fala em torno das habilidades oratórias do presidente dos EUA, mas esquece-se de que o Brasil tem um presidente - considerado por alguns um demagogo - que também tem o dom da palavra. Nesse caso, ficam claras, portanto, as diferentes maneiras de se apoderar da retórica. Em seus discursos, o presidente Lula se preocupa em utilizar um recurso que, na opinião de Bôsco, é voltado para conquistar os que fazem questão de rejeitá-lo, mas só consegue aumentar o apreço dos que o amam e "fomenta, ainda mais, o recalque de uma sociedade de uma social democracia falida, calcada na força disciplinarizante de instituições reguladoras", brada o professor. À sua maneira, Cortez prefere indicar o uso de expressões populares, "como uma forma de estar mais próximo do grande público".
Usar ou não usar? Eis a questão
Duas coisas podem acontecer àqueles que decidem realmente usar a arte de bem argumentar em seus dizeres. Podem receber grandes elogios sobre as performances utilizadas ou pelas belas e sábias palavras - mas, nesse caso, o elogio seria mais bem aplicado se dirigido aos ghost writers por trás dos discursos -, ou críticas ferrenhas atacando-os, acusando-os de fazer logomaquias por meio de happenings bizarros a e exagerados que transformam a política, por exemplo, em uma técnica para única e exclusivamente conquistar o poder. "A retórica desprovida de qualquer estudo científico é comumente vista como discurso 'floreado'. Daí podemos falar em algo pejorativo", arrisca Cortez. Como foi dito anteriormente por Joly - que também é o organizador da obra "História e Retórica: ensaios sobre historiografia antiga" (Ed. Alameda) -, Bôsco concorda que a retórica sempre fez parte da política e afirma que "a política sempre foi constituinte, constitutiva e constituída pela retórica".
"O ser humano sempre teve necessidade de fazer valer suas opiniões",
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