Documentário sobre Vinícius de Moraes
Por: Abinadabes • 22/5/2016 • Trabalho acadêmico • 527 Palavras (3 Páginas) • 224 Visualizações
Há algumas aulas nos foi apresentado o documentário da vida de Vinícius de Moraes. Um arquivo rico em detalhes que tratou desde assuntos de cunho mais pessoal, como os inúmeros casórios que ele já teve a assuntos mais técnicos, mais voltados à sua obra em si.
Ao longo do documentário, vários tópicos concernentes à pessoa dele foram sendo falados, como a sua profundidade, a sua maneira mais intensa do que a maioria das pessoas de viver a vida. Do tipo de quando ele ficava triste, era uma tristeza que afundava o redor todo; mas também quando ele se alegrava, contagiava todo o arredor. Falou-se da sua valorização, admiração que ele tinha pela cultura negra no Brasil de modo a até ser considerado o poeta branco “mais negro” do Brasil.
Porém, de todas essas coisas, o que mais me chamou atenção foi a sua fase mística, espiritual, algo mais voltado para o transcendental, a qual foi a primeira fase poética dele. Muito influenciada pelo misticismo e notoriamente cristã, muito disso devido a sua criação e formação católica no Santo Inácio, um famoso colégio de padres jesuítas.
A escolha do meu poema, portanto, escrito por ele é a seguinte:
Eu, Senhor, pobre massa sem seiva
Eu caminhei
Nem senti a derrota tremenda
Do que era mau em mim.
A luz cresceu, cresceu interiormente
E toda me envolveu.
A ti, Senhor, gritei que estava puro
E na natureza ouvi a tua voz.
Pássaros cantaram no céu
Eu olhei para o céu e cantei e cantei.
Senti a alegria da vida
Que vivia nas flores pequenas
Senti a beleza da vida
Que morava na luz e morava no céu
E cantei e cantei.
A minha voz subirá até ti, Senhor
E tu me deste a paz
Eu te peço, Senhor
Guarda meu coração no teu coração
Que ele é puro e simples
Guarda a minha alma na tua alma
Que ela é bela, Senhor.
Guarda o meu espírito no teu espírito
Porque ele é minha luz
E porque só a ti ele exalta e ama.
(Purificação)
No poema acima, somos capazes de ver que a caminhada rumo à luz dele se dá quando ele se reconhece alguém “sem seiva”, sem conteúdo espiritual interior. Alguém vazio. Ele nem reconhecia sequer a “derrota do mal que havia nele” e, uma vez que ele reconhece isso, então, ele se quer ver totalmente guardado por Deus, unido com ele em coração, espírito e alma.
A visão da natureza fica muito marcada ao longo do poema.
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