Enaio Sobre A Cegueira
Exames: Enaio Sobre A Cegueira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: liviaperes • 17/8/2013 • 983 Palavras (4 Páginas) • 352 Visualizações
Introdução:
Numa tendência pós-modernista onde se enfatiza o vazio, o caótico, o romance do jornalista e escritor português José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira, é uma fantasia que nos faz lembrar "a responsabilidade de se ter olhos quando os outros os perderam". Saramago nos dá uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
A narrativa leva-nos a refletir sobre a moral, os costumes, a ética e o preconceito e nos revela o melhor e o pior do ser humano. E também a questão da sobrevivência, da quebra de valores quando a vida está sendo ameaçada.
A obra é proposta numa perspectiva científica, porque seu título, “Ensaio”, nos dá a entender que se tratará de um assunto que não se tem informação ainda: uma cegueira branca
Estilo:
Pode-se afirmar que a obra é difícil de ser lida não apenas pelo seu contexto filosófico, mas pelo estilo de José Saramago: uma ausência de pontuações, as falas entre vírgulas que forçam o leitor a um verdadeiro mergulho em suas fantasias, pois é impossível parar em meio às idéias do autão há também referência de tempo e espaço, nem deilimitação do momento histórico, mas há marcas de contemporaneidade como: automóveis, trânsito, semáforo.
Personagens:
As personagens não são caracterizadas por seus nomes, mas por particularidades. Saramago se refere a eles somente como “velho da venda preta”, “rapariga de óculos escuros”, “a mulher do primeiro cego” etc, sem dar mais detalhes de suas aparências. .
Cegueira branca: visão da sociedade e da modernidade que escraviza por excessos de imagens. Pessoas alienadas, fora de si. A física, a metafórica e alienação juntas.
Identidade:
No livro os personagens não têm nome. Saramago que de certa forma “cega” igualmente o leitor do livro, impedindo-o de saber detalhes fisicos destas pessoas (além dos mencionados) e forçando-o, como aos personagens do livro, a tentar imaginar estas pessoas de acordo com a forma que se comportam. Nossa identidade está claramente associada à nossa aparência; mais diretamente ao nosso rosto.
Identificamos pessoas que não conhecemos bem justamente pela atividade que exercem ou por detalhes como “aquela gordinha”, “aquele careca” etc, e assim elas passam a serem denominadas, sem necessidade de identificação através de um nome. Neste caso, há a inteção de uma certa “diluição” da identidade de cada um, decorrente da ausência da visão generalizada. É uma crítica a essa forma de “enxergar-sem-enxergar” as pessoas que costumamos lidar no dia-a-dia como por exemplo “o gari” ou “a faxineira do condomínio”, sem se preocupar em conhecê-las direito, saber seus nomes.
Mito das cavernas??
Algumas pessoas, ao ficarem cegas, se aproveitam da situação para tirar vantagens, de forma extremamente cruel. Podemos dizer que a maior parte da sociedade volta para o estado de barbárie, praticamente pré-histórico. Ao perdemos nosso sentido mais importante, no qual a sociedade moderna está completamente baseada, voltamos à idade da pedra, numa sociedade sem leis e na qual quem conseguir algum tipo de vantagem vence.
Apesar de vivermos em uma sociedade onde pobres e ricos são colocados em patamares bem distintos, quando se trata de sobrevivêcia o ser humano como bem colocado em sua análise, regride a seus primórdios, ao tempo das cavernas, a lei da sobrevivência fala mais alto.
Somos guiados pela sociedade, por aquilo que a “sociedade” pode ver. Mas
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