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Ensaio Sobre A Cegueira

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Por:   •  2/10/2013  •  568 Palavras (3 Páginas)  •  600 Visualizações

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ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Uma breve reflexão sobre o filme baseado no livro de José Saramago

O filme Ensaio Sobre a Cegueira relata uma pandemia conhecida com “Cegueira Branca” onde toda a população de uma cidade, exceto a mulher de um oftalmologista, perde a visão nítida das coisas e começa a enxergar tudo como um clarão branco.

O autor, José Saramago, nos desperta sentimentos como revolta, asco e pena para com os personagens da trama, pois demonstra claramente onde pode chegar o nível do instinto e do caráter humano, tanto para o bem, quanto para o mal.

Em seu início, aparece o bom samaritano que se prontifica a auxiliar a primeira vítima, porém esse bom “samaritano” nada mais é do que um ladrão que se aproveita da situação para tirar vantagem de um cego e que após roubá-lo, acaba contraindo o vírus da cegueira e se reencontra com ele no abrigo.

Esse fato me faz refletir em quantas vezes, por maldade, má índole, ou inconscientemente, sendo do próprio instinto humano vil e oportunista, pessoas se beneficiam em alguma situação e depois recebem ajuda das pessoas lesadas em algum determinado momento de suas vidas?

Creio que isso faça parte não só do instinto, mas também da cultura e do contexto vivido naquele momento.

Em um momento de extrema necessidade, onde somente uma pessoa não perde sua visão, ela se entrega de corpo e alma a uma situação de extremos (falta de comida, higiene, tendo que conviver com pessoas que nunca havia tido contato antes) para ficar ao lado do marido e ajudá-lo a conduzir uma situação em que ele ser tornara vulnerável a tudo.

Porem, ele não hesitou em traí-la com outra mulher, a incentivá-la a se entregar sexualmente a outros homens em troca de comida e mesmo assim, sua mulher permaneceu firme e convicta de que não deveria ter escrúpulos na tentativa de salva-lo e ajudar as outras pessoas que ali estavam.

A solidariedade, o “se colocar no lugar dos outros”, a esperança de que tudo irá melhorar e o espírito da reciprocidade (“tenho certeza que se fosse ao contrário, você faria o mesmo por mim”) faz com que as pessoas de boa índole, de caráter idôneo abram mão de seus valores em prol da benemerência, ou seja, a fraternidade faz com que exista ajuda mútua entre as pessoas.

E isso, em nossa opinião, é o que realmente falta para a grande maioria das pessoas nos dias de hoje. Os valores da boa ética, da boa conduta se perderam no tempo e como culturalmente as tendências mundiais seguiram o caminho da impunidade, onde parece que o “jeitinho brasileiro” se espalhou pelo globo, tenho a impressão de que o que predomina realmente em todas as sociedades (capitalistas ou socialistas) é a busca incansável pelo poder, pelo lucro, pelo benefício próprio, pelo “cada um por si e Deus pra todos”. São inúmeros exemplos desses casos espalhados pelo mundo.

Mas temos que ser otimistas, não podemos perder a fé de que nunca o mal vence o bem e que tudo irá melhorar, de um jeito ou de outro. Temos que agir de maneira a dar exemplos aos pequenos que serão o futuro: buscar influenciá-los de maneira positiva, arregaçar as mangas e incentivá-los a fazer o que é ético

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