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Estudos Disciplinares de Manuel Bandeira

Por:   •  26/5/2016  •  Dissertação  •  428 Palavras (2 Páginas)  •  433 Visualizações

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Introdução

Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto. Em seus poemas sentimos a valorização da vida cotidiana. Há uma incorporação em sua poética, da cultura popular, das palavras usadas no dia a dia e versos livres. Sua obra é repleta de traços bibliográficos que refletem sua história de vida, em especial sua doença, a tuberculose.

Sua primeira obra, intitulada Cinza das horas, foi publicada em 1917, ainda sob a influência simbolista. Em 1924, publicou Ritmo dissoluto, sendo este o primeiro livro modernista. Em 1930 lançou versos reunidos em um único livro, Libertinagem, estes rompendo com o metro tradicional. Segundo Fábio Lucas:

Ele [Bandeira] trouxe para a poesia nacional os primeiros momentos de certa liberdade formal e vocabular, rompendo velhos tabus linguísticos e preconceitos verbais. Daí o emprego de uma elocução direta, sem rodeios, na invocação dos apelos eróticos, certa rudeza lexical que chegou a chocar nos primeiros momentos, pois tudo passou a ser dito sem polidez, abrandamentos ou eufemismos. Encurtava-se a distância entre o registro de situações formais e informais de comunicação, de tal sorte que as regras de defesa do decoro literário se foram revogando. (LUCAS, 1989, p. 7).

Em Libertinagem, por exemplo, os temas presentes são: a infância, a doença, o erotismo e a morte. As técnicas propostas na primeira fase do Modernismo estão presentes nessa obra: verso livre, coloquialismo, humor, paródia, incorporação das vanguardas Europeias, nacionalismo crítico e valorização do folclore. A morte é tratada como algo corriqueiro, em função de sua doença, o que causa estranhamento em alguns versos.

Nessa obra, Bandeira alcança o extremo da libertação em relação à tradição literária. Seus versos foram escritos sem preocupações, ele não gostava de modificar nada. Isso contribuiu para a configuração do modernismo brasileiro. Um dos poemas publicado nessa obra foi Pneumotórax, que mostra como o autor rompe com as tradições literárias aderindo ao Modernismo.

Pneumotórax

Nesse poema, Bandeira apresenta uma desorganização consciente, que é forte característica Modernista. Seu poema é melancólico e angustiante, pois trata de um diagnóstico de iminente morte.

Inicialmente, Bandeira destaca a agonia de um tuberculoso, lamentando o que poderia ter feito e não fez. Mostra as dificuldades respiratórias enfrentadas pelo doente. Após, o medico dá ao paciente o diagnóstico, e ironicamente diz que não há o que fazer, a não ser “tocar um tango argentino”, ou seja, aproveite o que ainda puder da vida.

Ao abordar a morte, Bandeira o faz de modo irônico, não se concentra no drama vivido pelo paciente. É um poema moderno, despreocupado em ser agradável ou não e não leva em conta rima e métrica, características presentes nos poemas Modernistas.

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