Genero Textual

No Brasil, a violência

é apontada como uma das

principais causas de morbi-mortalidade, deixando de

ser considerada um problema da área social e jurídica

para ser incluída no universo da saúde pública

1,2

. Em

diferentes formas, é um fenômeno que atinge a realida-

de familiar compondo grave ameaça à vida, principal-

mente contra crianças e adolescentes.

A violência intrafamiliar contra crianças e ado-

lescentes representa um fenômeno histórico, com-

plexo, dinâmico e desafiador, que envolve fatores in-

Oliveira

SM et al.

Artigo de Pesquisa

Original Research

Artículo de Investigación

Recebido em: 1

6.04.

201

1

–

Aprovado em:

0

8

.09.

2011

Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro,

2013 dez

;

21

(

esp.1

):

594-9.

• p.595

problema social, exigindo do profissional de saúde

posicionar-se como mediador e articulador na rede

de apoio de proteção às vítimas, principalmente aque-

les que trabalham na atenção básica, lócus que a cada

dia se confirma como porta de entrada no Sistema

Único de Saúde. Estudo acerca da temática revelou

que, apesar de já instituída há alguns anos, a notifica-

ção ainda não faz parte da rotina de profissionais da

estratégia saúde da família (ESF) de Fortaleza, uma

vez que 55,6% dos participantes identificaram casos

de maus-tratos infantis e não notificaram

8

.

A subnotificação talvez ocorra por que existe

um tipo de aceitação social da violência contra cri-

anças e adolescentes justificada pela necessidade de

educar, especialmente quando não produzem danos

físicos visíveis e duradouros. Outros motivos para a

não notificação é o medo do agressor, a crença de que

o que acontece no ambiente familiar é privado, inte-

ressa apenas aqueles que fazem parte do ambiente e

não deve ser tornado público e o fato de os profissio-

nais não receberem retorno das medidas adotadas,

acreditando que