Ilha das Flores

ILHA DAS FLORES

Este documentário me causou algumas reações, sendo a primeira dela a de rir, pois enquanto o narrador utilizava-se de uma linguagem culta, as imagens enunciadas se repetiam várias vezes. Este efeito fez com que tivesse um ar de descontração, já que eu ainda não fazia ideia de seu verdadeiro objetivo.

Colocou o tomate como protagonista, explicando o seu processo de colheita até chegar à mesa de certa consumidora, sempre dando ênfase de forma dinâmica e divertida processos tanto sociais quanto econômicos. Depois, o primeiro foco da curta aparece: O problema ambiental que o lixo causa. Conhecemos a ilha das Flores, que é o lugar onde para onde é levado o tomate podre que a consumidora descartou, pois julgou não servir para sua alimentação. Chegando neste local, que é um imenso depósito de lixo, o tomate é novamente selecionado, agora para servir de alimento para porcos. Sendo que, o tomate também não passa por este teste e é ai que observamos o real sentido do documentário.

Depois de entregue os alimentos aos porcos, aquilo que foi considerado impróprio para alimentação dos porcos, fica a mercê da população que reside próximo ao lixão. Esta é a verdadeira temática do documentário, que se utiliza de uma linha de raciocínio em que tudo pode explicado com enunciados lógicos. Tudo menos a liberdade, que é "palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda". E esta liberdade está diretamente ligada aos fatores socioeconômicos que o ser humano possui, ou não possui como é o caso dos habitantes da ilha das Flores.      

A constante dualidade entre temas tão importantes, tratados de uma maneira tão impessoal, dá ao documentário, certas características singulares.  Sendo estas, que impressionam a quaisquer pessoas que assistir. Nuances de humor, porém, com enfoque tão dramáticos, tudo isso tratado com o mais puro cientificismo. Enciclopédico. Este documentário marcou-me profundamente, com suas questões sociais, que nos remetem a pensamento de mudança, de atitude e ao mesmo tempo, certas impotência ao ver tantos fatos predominantes em nossa cultura.

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