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Interpretação

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Por:   •  8/5/2014  •  Trabalho acadêmico  •  3.421 Palavras (14 Páginas)  •  290 Visualizações

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I

Este material é parte integrante da disciplina ―Leitura e Produção Textual I‖ oferecido pela UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os exercícios, chats, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente de aprendizagem on-line.

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I

Sumário

AULA 01 • COMUNICAÇÃO ............................................................................................................5 Elementos da Comunicação ........................................................................................................5 Veja o esquema gráfico dos elementos de comunicação: ...........................................................6 Regras básicas para a comunicação eficaz .................................................................................8 AULA 02 • VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NÍVEIS DE LINGUAGEM .................................................9 Variações de linguagem ............................................................................................................10 Adequação ................................................................................................................................16 Níveis de linguagem ..................................................................................................................16 AULA 03 • LÍNGUA ORAL E LÍNGUA ESCRITA ...........................................................................19 Diferenças entre a língua falada e escrita

..................................................................................20 AULA 04 • TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL ...............................................................................21 AULA 05 • COMO LER? COMO COMPREENDER .......................................................................23 Leitura informativa .....................................................................................................................24 Leitura detalhada .......................................................................................................................26 Palavras finais. ..........................................................................................................................31 AULA 06 • LEITURA INICIAL E DETALHADA ...............................................................................32 Leitura Global Informativa..........................................................................................................32 Objetivo da Leitura ....................................................................................................................33 A Teoria da Matriz .....................................................................................................................33 Leitura de pontos principais .......................................................................................................35 Leitura detalhada .......................................................................................................................35 AULA 07 • ESTRUTURA DO PARÁGRAFO E PARAGRAFAÇÃO ................................................38 Parágrafo

..................................................................................................................................39 A estrutura de um parágrafo padrão ..........................................................................................40 Introdução .................................................................................................................................41 Desenvolvimento .......................................................................................................................42 Conclusão .................................................................................................................................44 AULA 08 • APRESENTANDO FATOS E OPINIÕES: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO.............................................................................................................................46 Narração ...................................................................................................................................47 Descrição ..................................................................................................................................49 Dissertação ...............................................................................................................................49 AULA 09 • DAR OPINIÕES E CONVENCER: COMO FAZER ISSO? ...........................................52 Detalhes da estrutura dissertativa .............................................................................................52 Introdução

.................................................................................................................................54 Desenvolvimento .......................................................................................................................55 Conclusão .................................................................................................................................57 Palavras finais ...........................................................................................................................59 AULA 10 • LIGANDO AS IDÉIAS • COESÃO TEXTUAL ...............................................................64 Ligando frases e parágrafos ......................................................................................................64 Mecanismos de coesão contextual ............................................................................................67 AULA 11 • O TEXTO HARMÔNICO - COERÊNCIA ......................................................................69 O que você observou? ..............................................................................................................70 Um argumento cínico ................................................................................................................71 Falsa Incoerência ......................................................................................................................73 AULA 12 • O TEXTO CONFUSO • ATENÇÃO PARA NÃO ERRAR ..............................................75 Defeitos de um Texto ................................................................................................................76 AULA 13 • VOCÊ FAZ O QUE SE PEDE?

....................................................................................80

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I

(Organização - Professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan) ............................................80 AULA 14 • TEXTOS ACADÊMICOS ..............................................................................................82 Resumo .....................................................................................................................................83 Resenha ....................................................................................................................................86 Relatório ....................................................................................................................................89 AULA 15 • TEXTOS PROFISSIONAIS ..........................................................................................92 Carta .........................................................................................................................................92 Proposta ....................................................................................................................................93 Memorando (comunicação interna) ...........................................................................................95 Ata .............................................................................................................................................96 E-mail ........................................................................................................................................98 AULA 16 • DÚVIDAS GRAMATICAIS •

ERROS COMUNS ......................................................... 100 Expressões que oferecem dificuldade ..................................................................................... 100 AULA 17 • DÚVIDAS GRAMATICAIS.......................................................................................... 108 Assassinaram a gramática ...................................................................................................... 108 Não erre mais .......................................................................................................................... 110 AULA 18 • ACENTUAÇÃO .......................................................................................................... 111 Relembrando algumas regras.................................................................................................. 112 Crase....................................................................................................................................... 113 Casos Especiais ...................................................................................................................... 115 Pontuação ............................................................................................................................... 116 AULA 19 • DÚVIDAS GRAMATICAIS.......................................................................................... 119 Concordância .......................................................................................................................... 119 Concordância Verbal (adaptado dos professores Jorge Torresan, Nanci Prieto e Telma

Bueno) ................................................................................................................................................ 120 AULA 20 • CONCORDÂNCIA NOMINAL .................................................................................... 123 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 125

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AULA 01 • COMUNICAÇÃO

A comunicação é uma forma de convivência, e tem por objetivo o entendimento entre os homens. Para que exista esse entendimento, é necessário que os indivíduos compreendam mutuamente o que se comunica, ou seja, os símbolos usados devem ter a mesma significação para ambos. Caso contrário, pode não haver comunicação. Para saber mais, clique no botão "Saiba mais" do menu da aula.

Comunicação - Etimologicamente, comunicação – do latim communicare – significa tornar

comum – ser como um -, trocar opiniões, fazer saber; implica interação, troca de

mensagens. É um processo de participação de experiências, que modifica a disposição mental das partes envolvidas, ter empatia, pensar junto.

Elementos da Comunicação

Todo sistema de comunicação envolve um emissor e um receptor, que enviam, através de um canal, uma mensagem elaborada através de um código lingüístico comum a ambos. Ao efetuarmos uma comunicação com alguém, devemos ficar atentos também ao contexto de sua produção, pois o significado pode variar segundo alterações desse contexto.

Emissor: Pessoa que elabora e envia a mensagem. Receptor: Quem recebe a mensagem. Canal: Meio de

transmissão – som, palavra, desenho, sinal. Mensagem : Conteúdo ou assunto transmitido. Código lingüístico : sistema de signos, como a Língua Portuguesa. Contexto : A situação em que a mensagem foi produzida, a que ela se refere.

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Língua A língua é um sistema de signos organizados a partir de certas combinações ou regras que permitem a comunicação. Do latim, conforme Aurélio, ―o conjunto das palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, e o conjunto de regras da sua gramática, idioma‖. Assim, a língua existe para expressar a cultura, visto que as aquisições culturais são ensinadas e transmitidas em grande parte pela língua. Para Celso Cunha (1975:24), ―a língua é um conjunto de sinais que exprimem idéias, sistema de ações e meio pelo qual uma dada sociedade concebe e expressa o mundo que a cerca; é a utilização social da faculdade da linguagem. Criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua evolução, paralela à do organismo social que a criou‖. A língua pertence a todos os membros de uma comunidade. Como ela é um código aceito convencionalmente, um único indivíduo não é capaz de criá-la ou modificá-la. A fala, entretanto, é sempre individual e seu uso depende da vontade do falante. Nem a língua nem a fala são imutáveis. A língua evolui, transformando-se historicamente.

Veja o exemplo: 1) Um chapéu sobre a cabeça de um camponês é um simples utilitário de proteção contra o sol; sobre a cabeça de uma dama numa cerimônia, é um adorno: na fronte de um cardeal, é um símbolo de poder; na mão estendida de um mendigo, quer dizer um

pedido de auxílio. Em síntese: o significado é definido por relação.

Veja o esquema gráfico dos elementos de comunicação:

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Faltando um desses elementos de comunicação, o processo não se completa e a mensagem não é compreendida. Embora o esquema mostre apenas uma direção da comunicação (do emissor para o receptor), ela acontece mutuamente nas duas direções, quando o receptor torna-se emissor e envia uma resposta, por exemplo. Como se pode perceber, a comunicação é um processo dinâmico em que: • O emissor recebe um estímulo interno ou externo, que provoca uma reação. Traduz em palavras essa idéia e, por associação, organiza as palavras em uma frase-mensagem. Depois seleciona o meio mais adequado à mensagem e a emite rumo ao receptor. • O receptor recebe a mensagem, procurando decodificar o seu significado. Ele decifra os símbolos de acordo com a sua própria interpretação e conhecimento de mundo ou repertório anterior. • A reação do receptor é transportada como uma nova mensagem de volta ao emissor, que a interpreta e avalia se o significado que recebeu é coerente com o que enviou. • Coincidindo os dois significados, completa-se o círculo da comunicação através da compreensão mútua. Assim, podemos afirmar que a eficácia da comunicação está diretamente ligada à percepção do receptor e à habilidade do emissor em elaborar e transmitir a mensagem.

Receptor Da parte do receptor, são empecilhos para a comunicação: • Nível de conhecimento insuficiente para a compreensão da mensagem; • Falta de experiência; • Falta de imaginação; • Ausência de atenção (distração); • Falta de

disposição para entender.

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Emissor

Da parte do emissor, são empecilhos para a comunicação: • Incapacidade verbal (oral ou escrita) para expor o próprio pensamento; • Falta de coerência entre os diversos fragmentos de frases ou de pensamentos; • Intromissões de opiniões, juízos de valores quando somente os fatos podem gerar soluções; • Uso de termos técnicos desconhecidos do receptor; • Imprecisão vocabular ou uso de frases longas para impressionar o receptor; • Ausência de espontaneidade; • Acúmulo de pormenores; • Excesso de advérbios e de frases feitas (clichês).

É claro que todo esse processo se dá automaticamente, sem que os falantes parem para pensar em cada etapa da comunicação. Além disso, a divisão em tais etapas tem efeito didático, pois a comunicação é um processo contínuo em que os falantes trocam de papéis a todo momento.

Regras básicas para a comunicação eficaz

• A mensagem precisa ser clara, objetiva e organizada; • Planejar a estrutura (ordem) da comunicação a ser feita, segundo um objetivo pretendido; • Ter informações suficientes sobre o fato, mas não em excesso ou inoportunas; • Tratar o assunto com propriedade, evitando opiniões; • A mensagem precisa, antes de tudo, despertar o interesse do receptor; • Deve-se conhecer ou imaginar o leitor (nível cultural, informações esperadas) • Precisa ser transmitida no código lingüístico do receptor; • Deve-se conhecer todas as palavras necessárias; • O meio deve ser dominado tanto pelo emissor como pelo receptor.

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AULA 02 • VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NÍVEIS DE

LINGUAGEM

Como diz o ditado popular, ―quem conta um conto aumenta um ponto‖, o que dificulta ou até inviabiliza a comunicação dentro de uma empresa. Assim, acompanhe agora a história adaptada da ―Babel Moderna‖, na qual cada um acrescenta a sua própria interpretação à informação. ―Diretor industrial ao gerente de divisão‖: Na próxima sexta-feira, por volta das 17h, o Cometa Halley estará visível no céu desta área. Trata-se de fenômeno raro, que ocorre somente a cada 76 anos. Por isso, por favor, reúna os operários no pátio da fábrica, usando capacete de segurança, que eu farei uma preleção explicando o fenômeno. Mas, se estiver chovendo, não poderemos ver nada. Nesse caso, reúnaos no refeitório e eu farei a preleção acompanhada de projeção de um vídeo sobre o cometa. Gerente de divisão ao supervisor de produção: -Por ordem do diretor industrial, na sexta-feira, às 17h, o Cometa Halley, fenômeno raro que só acontece de 76 em 76 anos, vai aparecer no céu sobre o pátio da fábrica, se não chover. Mas, se chover, leve todos os operários usando seus capacetes, para o refeitório, onde o diretor vai fazer o favor de dar uma explicação científica, acompanhada de vídeo, sobre o raro fenômeno. O supervisor, uma pessoa perceptiva e atenta às novidades, levou a notícia, a seu modo, a seus operários: - Olha, pessoal: outra novidade da engenharia. Nesta sexta-feira, às 17 horas, antes de encerrar o turno da tarde, o diretor industrial vai confraternizar com os operários no refeitório, fenômeno raro, que não acontece há 76 anos. É para todos comparecerem, levando seus capacetes, que, em sinal de educação, devem ser retirados da

cabeça. Vem acompanhado de um tal de Halley, entendido em cometas e especialista em problemas de segurança relacionados com a chuva. Projetará, inclusive, um filme sobre tudo isso. No dia seguinte, um operário comentava com outro, na hora do almoço: - Você já sabe? Vão colocar um vídeo aqui no refeitório. O diretor industrial vem, pessoalmente, fazer a inauguração…‖

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Variações de linguagem

Linguagem

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Existem muitos tipos de linguagem: a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o código de trânsito, etc.

No exemplo, você reparou na diferença, não só no conteúdo, mas também na forma de se expressar dos diferentes funcionários da empresa? A isso chamamos de variantes, que podem estar ligadas ao falante ou à situação de produção da mensagem: Variedades ligadas ao falante ou socioculturais: • Idade (considerando-se o locutor adulto, as variações devidas às faixas etárias se limitam muito mais ao vocabulário e nem sempre são fáceis de perceber). Modernamente, fala-se muito em uma ―linguagem jovem‖ entendendo-se como tal um vocabulário com gírias, mais empregado pelos indivíduos dessa faixa etária.

Linguagem jovem

―Diálogo com um surfista‖ De que é que você mais gosta? Das ondas. E depois das ondas? As gatas. O que é que está faltando nas grandes cidades? As ondas. Você se sente livre? Olhaí, que nem um passarinho. Você gosta de música?

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CONTINUAÇÃO Só de som, brasileira não

tem nada a ver. Você já leu algum livro? É um saco. Teatro? Aí, tá ruço. Cinema? Só quando o filme é manero. E as palavras? Caretice. Virgindade, o que é que você acha? Não tem nada a ver. E contrato de risco? Contrato de risco? Contrato de risco? Tá ruço, pô. (Revista Veja – nº.375-nov.1975-p.56)

Gíria: o termo gíria vem da palavra sinônima denominada geringonça, do espanhol jeringonza, ou ainda, jerga. Etimologistas acreditam que, por onomatopéia, jerga tenha

nascido do verbo latino garrive que significa tagarelar (falar sem conhecimento das regras da língua, falar sem parar, falar muito, dizer o que devia calar, bisbilhotar, barulho) Para Deonísio da Silva, professor de Literatura Brasileira da Universidade São Carlos, o termo gíria viria do termo grego hiéros, que significa aquilo que é oculto, sagrado, pois a gíria só é compreendida pelos membros pertencentes ao grupo falante. A gíria vem de grupos restritos – dos presos, dos malandros, dos surfistas, dos estudantes.

• Sexo (de acordo com a comunidade, a oposição linguagem do homem/ linguagem da

permanece em grupos herméticos, outras desaparecem por um tempo, mas nunca

Muitas vezes, a gíria é assimilada pela língua oficial e acaba no dicionário ou

mulher pode determinar diferenças sensíveis, em especial no campo do vocabulário, morrem devido a certos tabus morais). Esta variação tende a minimizar-se devido à mídia (meio de comunicação de massa), à mulher trabalhando fora do lar, aos colégios mistos e aos movimentos feministas, que têm exercido um papel nivelador. Por exemplo:

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Renato – Vamos

combinar… ele é um canalha, mas é tudo de bom!!! Pode até ter matado o tio mas é um gatinho!!! E essa história que ele tem um caso com o Joel, é intriga desse bando de homem feio que anda por aí!!! Darlene – A rainha da baixaria!!! Nossa, essa que tinha que morrer… ou ir presa… Que mulherzinha! E, olha, silicone puro aquilo, viu? Fernando – outro que é um fofo, né? Mas poderia matar por amor… Ou porque daria um bom roteiro pra um curta que ele vai dirigir… Nossa, um homem lindo, rico e ainda curte cinema nacional… Que tudo!!! Será que foi ele? Laura – cachorra! Deve ter sido ela, sim. Pegou todo mundo na novela, amiga. Deve ter matado o coroa pra botar a culpa na Maria Clara. Beatriz – Essa não mataria nem uma mosca… Aliás, ela é a verdadeira mosca. Morta. Será que foi ela? Será que o pai tinha descoberto o segredo dela? Será que o pai ameaçou ela – não, porque todo mundo ameaça essa perua, nunca vi. Marcos – Noooossa!!! O michê… ô michêzinho… Se ele matou o Lineu, querida, foi de inveja… Porque quando ele coloca aquela cuequinha preta e sai desfilando… que que é aquilo?

Laura - é aquela deliciosa. Cheia de malícia, que faz de tudo – cara, ela faz de tudo mesmo – pra subir na vida. E como sobe… Corina - é a coroa que finge ser gente boa. Mãe da Maria Clara – outra deliciosa. Ela traía o maridão com o Lineu… Mas isso era no tempo que Dondon jogava no Andaraí… Ubaldo – aquele, revoltado, bandido… O cara não é muito firme, não… Ficou 30 anos na cadeia, sai e tu não vê ele com mulher… Esquisito pra caramba!!! Jackie – se ela matou o Lineu, amigo, ele morreu feliz… Ela é aquela que tá com o bombeiro, que saiu

peladona na revista…(nããão, não é a Luma) Fernando – é aquele mané, que curte documentários… filmes cabeça…Aquele que acha que é pai do filho de outro cara… E acha que outro cara é pai da filha dele… O rapaz é confuso… era genro do Lineuzão. Renato – o malandrão que trabalha na revista mas passa o tempo fazendo armação… O cara é boa pinta, tem carrão e mora num flat legal… Mas vive acompanhado dum tal de Joel, pra cima e pra baixo… Sei, não. Bom, mas isso é opinião pessoal. Ele era sobrinho do milionário.

• Raça (ligada a fatores etnológicos ou culturais) • Profissão linguagem técnica – jargão técnico – ou profissional em que os falantes utilizam um vocabulário condizente com sua atividade (médicos, advogados, ambulantes, militares, policiais) • Posição social o status do falante também exige dele um cuidado com a linguagem a fim de ser distinguido dentro do grupo em que atua. Um político, um chefe de Estado, um dirigente industrial, assim como um bancário ou um operário não têm o mesmo nível de linguagem, embora possam conviver na mesma comunidade em que atuam. Seu idioleto (saber lingüístico individual) varia de acordo com a sua cultura, posição social e instrução. • Grau de escolaridade observe: 1- se você ver o Antônio diz pra ele que eu quero falar com ele; 2- se você vir o Antônio diga-lhe que quero falar-lhe. Na frase 1 temos uma economia lingüística que torna a frase mais compreensível a todos os ouvintes. Já a frase 2 demonstra domínio das formas lingüísticas ausentes na linguagem popular, o que

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limita o tipo de ouvinte capaz de entendê-la. Normalmente o grau de

escolaridade está associado à classe econômica do falante. • Local em que reside (linguagem urbana: mais próxima da linguagem dita padrão, pois recebe influência direta de fatores culturais como escolas, meios de comunicação de massa, literatura etc; linguagem rural: mais conservadora e isolada, extinguindo-se gradualmente com a chegada da civilização).

Linguagem rural: A primeira vez do Minerinho

Joãozinho, mineirinho batuta da quinta série, escreveu uma poesia na aula de redação chamada "A primera veiz"

O céu tava bem craro, A lua quasi dorada, Ali nu campu eu i ela, I não si via mais nada.

Sua pele era suave, As ancas tava exposta, I eu tocando di leve, U macio di suas costa.

Num sabeno começá, Olhei u corpo isguio. I dicidi pô as mão, Sobre seu peito macio.

Eu sentia medo. Meu coração forte batia, Enquanto ela divagarinho, As suas perna abria.

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Inda bem qui cunsigui! Tudo então melhorô. Pelo menos desta veiz, O líquido branco jorrô.

Finarmente tudo acabô, I quasi saio di maca. Foi assim a primera veiz Qui tirei leite da vaca.

Variedades ligadas à situação: • Ambiente (falamos diferentemente em casa e no trabalho, por exemplo) • Época (o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje) • Tema (para alguns temas temos mais facilidade, intimidade e vocabulário do que para outros) • Estado emocional do falante (quando estamos nervosos usamos uma linguagem mais eufórica, com mais adjetivos e até palavrões do que quando estamos calmos) • Grau de intimidade entre os falantes

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Época Eu levo

ou deixo? Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe: - Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada. E o ladrão, confuso, diz: - Dotô, eu levo ou deixo os pato?"

Intimidade entre os falantes

a) Dois amigos se encontram no pátio do colégio, no intervalo, e Marcos pergunta: - Como é que é, Zé? Ta a fim de dar uns giros por aí depois da aula ? - Normal! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma lanchonete batê um rango – respondeu José animado. b) No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-aluno, agora seu colega. O professor lhe diz: - Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! - Como está, professor? É bom revê-lo – sorriu o ex-aluno - o senhor nem pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri em suas aulas.

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Adequação

Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta:

não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, enfim, fugir das normas típicas dessa situação. Falar uma língua é parecido com vestir-se: assim como existe uma roupa adequada para cada situação, também existe uma variedade lingüística adequada a cada situação. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser ―poliglota de nossa língua‖. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.

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