Livro: Alice no país das Maravilhas
Resenha: Livro: Alice no país das Maravilhas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: asmo • 27/7/2014 • Resenha • 1.132 Palavras (5 Páginas) • 445 Visualizações
Livro: Alice no país das Maravilhas
Características da obra infantil: Linguagem
Ao lermos a obra de Carroll, podemos observar que não estamos lendo apenas uma história de sonho e fantasia, vai, além disso, é um romance extremamente complexo que propõe as mais variadas interpretações por abordar em seu contexto assuntos de diferentes temáticas, além é claro, de ser uma obra eximiamente intrigante, mexe bastante com a imaginação do leitor. Os elementos típicos dos contos de fada, animais que falam, reis e rainhas, bebê que vira porco, mudanças de tamanho em um passe de mágica, personagens enigmáticos que aparecem e desaparecem de uma hora para outra, além do fato de história se passar dentro de um sonho, torna tudo muito instigante, complexo e curioso para o leitor.
O nonsense do autor, ou seja, a linguagem e suas situações absurdas desprovidas de sentido usado em sua obra foram constituídas através de jogosde linguagem, podemos perceber em cada capítulo que os mesmos só terminam quando as proposições se esgotam. A análise do sumário da obra, observando os títulos dos capítulos, permite ver uma colagem de histórias, casos curtos que poderiam existir independentemente, se não fosse a intenção do autor escrever um verdadeiro conto de fadas, tornando a viagem pelo país das maravilhas um sonho de Alice, e fazendo a correspondência ao episódio inicial em que ela lê um livro fatigante antes de cair no sono. O Lago de Lágrimas (capítulo 2), Um Chá Maluco (capítulo 7) e O Campo de Croqué da Rainha (capítulo 8) são capítulos que remetem o leitor a cenas muito visuais, seja pela descrição nada usual dos acontecimentos ou pelo inusitado dos diálogos. A concordância entre o início e o final aparece como uma prova de coerência na construção da narrativa, pois os leitores não exigem uma lógicatotal dos acontecimentos dentro do romance, uma vez que se trata do enredo de um sonho, universo onde as coisas mais incomuns são aceitas como naturais.
No ato de entrelaçarmos a obra aqui lida com conceitos e características que distinguem uma literatura infantil usando por meio do autor Jesualdo (1978), a linguagem de uma obra infantil possui uma necessidade de ser precisa, simples e pura, a obra que agrada o leitor (no caso aqui a criança) deve estar escrita de forma agradável e simples, mas isto não significa que, para ser simples, a linguagem tenha de tornar-se trivial. “Quanto mais depurada a expressão, quanto mais simples e bela a entonação da linguagem, mais a criança apreciará a leitura, para a qual se sentirá mais atraída. Reside em grande parte nisso o segredo da atração da criança pelas grandes obras da literatura.” (Jesualdo,1978, pg. 39). Partindo-se do pressuposto de tal conceito podemos observar que o Livro Alice no país das Maravilhas se encaixa perfeitamente nesse requisito de linguagem, a mesma contida em seu enredo transmite uma linguagem simples, porém não facilitadora. A obra consegue despertar a atenção da criança pelo modo como é escrita e transmitida, como os seus capítulos são iniciados, o modo como a história começa também instiga a criança a continuar lendo até que se chegue a um resultado final.
Todas as conclusões e pensamentos que a personagem Alice possui durante oenredo, são conclusões inteligentes e curiosas, excita a criança a pensar e ler. Podemos observar isso em trechos do Livro como: “Meu Deus, meu Deus!Como tudo é esquisito hoje! E ontem tudo era exatamente como de costume. Será que fui eu que mudei à noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei hoje de manhã? Estou quase achando que posso me lembrar de me sentir um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima pergunta é: ‘Quem é que eu sou? ’. Ah, essa é a grande charada!” (Cap. 2 – A Lagoa de lágrimas) e também em: “Eu gostaria de não ter chorado tanto!”, disse Alice enquanto nadava tentando encontrar a saída. “Eu devo estar sendo punida por isso agora, suponho, afogando-me em minhas próprias lágrimas! Isso sim será uma coisa estranha. Entretanto, tudo está estranho, hoje.” (Cap. 2 – A Lagoa de lágrimas).
Segundo Jesualdo (1999), os contos infantis, desde o princípio são caracterizados como narrativas de cunho moral em que é comum a presença de animais e objetos como personagens, a utilização de animais contribui para que a criança encontre um elo entre o
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