Luciane Kirchhof Ticks, no artigo “O Professor de línguas, seus falsos mitos e os novos desafios em sala de aula”

         Luciane Kirchhof Ticks, no artigo “O Professor de línguas, seus falsos mitos e os novos desafios em sala de aula” conta a história fictícia de uma professora de língua estrangeira, recém graduada no Mestrado, que inicia sua carreira na área da educação, bem disposta, cheia de vontade de trabalhar e ansiosa para colocar em prática seus conhecimentos, mas é pega de surpresa nas primeiras semanas de aula, quando percebe  que o que havia aprendido na universidade estava longe de preparar o professor para a realidade da profissão.

         Para analisar tal fato, a autora cita e descreve dois grandes mitos da profissão de professor: o de que ele deve deixar seus alunos embevecidos com suas palavras, ou seja, ser a personificação do carisma; e o de que o professor deve ter respostas para tudo, afinal, que espécie de professor seria se não as tivesse. Uma vez que somos seres sociais, Bakhtin nos ajuda a entender como o chamado senso comum é incorporado à nossa cultura sem que o percebamos.

A autora afirma que os professores precisam lutar contra falsos mitos para encontrarem sua verdadeira identidade, pois, muitas vezes, alguns deles se escondem para justificar a sua dificuldade de agir. Por exemplo: os que afirmam não ter problemas com as suas turmas, pois os alunos são todos ótimos; os que estão com 14 turmas e com quase 400 alunos, sobrecarregados e que não têm tempo para dedicar-se à preparação de aulas que atraim a atenção dos alunos; e, finalmente, aqueles que já tentaram de tudo e nada funcionou e se sentem derrotados pelo contexto. Sentem-se traídos pela universidade porque sentem que, em momento algum, ela os alertou de que isso aconteceria. Esta visão, talvez, seja a mais triste, pois o professor parece ter perdido tudo no processo: sonhos, esperanças e inclusive o bom humor, cabendo-lhe uma postura autoritária para disciplinar problemas de comportamento recorrentes.

Desta forma, pode-se concluir, a partir do texto, que o processo de rompimento desses mitos, para nos colocarmos em condições de repensarmos o nosso contexto de ensino, é muito complicado.  E, ao depararmos com uma sala de aula, somos obrigados a repensar todas as abordagens metodológicas e expectativas de solução de todo e qualquer problema na sala de aula e, em alguns momentos, colocá-las de lado.

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