Monografia alfabetização
Por: ednasuelisouto • 5/6/2015 • Monografia • 6.843 Palavras (28 Páginas) • 239 Visualizações
RESUMO
Este trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica sobre a práxis pedagógica do professor de literatura na educação infantil. Procura mostrar a importância da criação de hábitos de leitura, a utilidade das histórias infantis no aprendizado escolar das crianças, e no desenvolvimento e formação de suas personalidades e a arte como fator de desenvolvimento cultural. A contribuição da literatura para a educação infantil é muito grande, e sua importância é fundamental, porque, além de contribuir para o desenvolvimento da criatividade, e da linguagem oral e escrita, é fonte de conhecimento, desenvolve o senso crítico e a expressividade, e funciona como uma possibilidade para o desenvolvimento infantil, contribuindo para a solução dos conflitos, propiciando, assim, a criação de significados para a existência das vivências presentes no universo infantil.
INTRODUÇÃO
O contato diário com a literatura, desde a 1a infância, o gostar de ouvir, de ler e recontar histórias, a minha experiência como professora na educação infantil, despertou meu interesse em pesquisar sobre quais metodologias os profissionais da Educação Infantil desenvolvem no trabalho literário cotidiano, de forma lúdica e prazerosa, baseada na opinião dos autores, Berne, Bettelheim, Cagliari, Campbell, Candau, Cócco, Coelho, Coll e Palacios e Marchesi, Eliade, Ferreiro e Eberosky, Ferreiro, Fromm, Mc Cormick, Pavoni, Perrenoud, Resende, Soares, Von Franz, que discutem teorias pertinentes a este assunto.
Atualmente as questões relativas à leitura e as dúvidas quanto à escrita vêm sendo muito discutidas.
O ato de ler, antes restrito a ambientes fechados, hoje acontece em todos os lugares. Lê-se em casa, mas lê-se também nos bancos das praças, nas ruas, no metrô, nos aviões, etc.
São muitas e diferentes as circunstâncias da vida e por isso as pessoas produzem suas leituras e seus escritos de modo diversificado. Todas as formas de ler e escrever são relevantes, devendo ser contempladas.
Como estender, a todos os indivíduos de uma comunidade letrada, a possibilidade de desenvolver de forma satisfatória um domínio de leitura?
Cabe à escola, formalmente, estabelecer relações entre leitura/escrita e a criança, aprofundando os níveis de desempenho. Cabe também à escola, criar hábitos de leitura.
Como incentivar os alunos para que adentrem por vontade própria no maravilhoso universo da leitura?
A presente monografia baseada em revisão bibliográfica, se atenta aos seguintes objetivos:
- Mostrar a importância da práxis pedagógica do professor de literatura na educação infantil.
- Verificar novas formas de se trabalhar a literatura na educação infantil;
- Mostrar a possibilidade de um trabalho interdisciplinar com a literatura infantil.
CAPÍTULO I
O PROFESSOR COMO CONTADOR DE HISTÓRIAS
A literatura tem uma grande missão: contribuir para o desenvolvimento da mente e da personalidade da criança, além de estimular e alimentar os recursos de que ela mais necessita para lidar com seus problemas interiores, é ouvindo histórias que a criança pode sentir emoções importantes como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, a insegurança, vivendo profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve, com toda plenitude, significância, e verdade que cada uma delas faz (ou não) brotar. É através de uma história que ela pode descobrir outros lugares, outros tempos, outras maneiras de ser e de agir, mostrando a importância da motivação do professor.
Fazer de conta é uma fonte de cura muito rica para crianças da Educação Infantil. Podemos ver crianças aliviando seus próprios sentimentos quando as observamos brincando.
Coelho (1998, p.9) destaca o quanto a Ciência está se voltando para as idéias de transcendência, mistério, maravilhoso, imaginário, onírico, fantástico, e que as histórias narradas nos contos estão deixando de serem vistas como “pura fantasia ou mentira”, para serem tratadas “como portas que se abrem para determinadas verdades humanas” .
O significado mais íntimo e profundo do conto será diferente para cada criança e também desigual para cada uma em diferentes momentos da vida. Mas é através de várias histórias que a criança passa a compreender o mundo. Pôr isso também, a criança deve ser estimulada desde pequena para o gosto pela leitura, que é formado até os sete anos de idade. Mesmo que ela ainda não saiba ler, pais e professores poderão dar os referenciais de leitura para ela. Importante é familiarizar as crianças com livros, orientá-las quanto ao manuseio e conservação. Pais e professores que lêem para as crianças estão contribuindo para terem futuros leitores, com um caminho infinito de descobertas e de compreensão do mundo.
A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura (...). Comunicar práticas de leitura permite colocar as crianças no papel de ‘leitoras’, que podem relacionar a linguagem com os textos, os gêneros e os portadores sobre os quais eles se apresentam: livros, bilhetes, revistas, cartas, jornais, etc. (...). A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. A partir daí, ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual pertence. As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de histórias que as crianças devem em casa e em ambientes que freqüentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informações sobre diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo na construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças. Ter acesso à boa leitura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. (REFERENCIAL CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL – Orientações didáticas).
Ver e ouvir histórias não é apenas um lazer, um passatempo; é, também, um recurso valioso e agradável para a predisposição à aprendizagem e para sua complementação.
Campbell (1995, p.4) afirma que “um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito”, cujas informações, provenientes de tempos antigos, relacionam-se com “temas que sempre deram sustentação à vida humana, que construíram civilizações e informaram religiões através dos séculos” . Estas preciosas informações vão alertando sobre profundos problemas interiores, levando nossa atenção sobre os mistérios, colocando-nos em contato com os limiares da travessia da vida. Aquele que não souber “o que dizem os sinais ao longo do caminho, terá de produzi-los por sua conta”. Mas, o indivíduo atento ao simbolismo presente no assunto, perceberá “um senso de informação, de uma ou outra dessas tradições, de uma espécie tão profunda, tão rica e vivificadora, que não quererá abrir mão dele” .
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