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O LATIM ATRAVÉS DO TEMPO

Por:   •  31/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.197 Palavras (13 Páginas)  •  439 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO – CAC

PORTUGUÊS VI – HISTÓRIA DA LÍNGUA

DOCENTE: MARLOS PESSOA

Discentes:

Maviaelson Domingues

Mayra Borges

Palloma Falcão

Yalle Moura

LATIM ATRAVÉS DO TEMPO

RECIFE

2017

RESUMO

O atual ensaio pretende expor os aspectos da língua latina no decorrer do tempo atentando para as modalidades escrita e falada. Sob uma perspectiva sociolinguística trataremos das variedades do latim, buscando contemplar os fatos ocorridos no processo de formação, disseminação e evolução dessa língua até os acontecimentos que precederam a formação das línguas latinas. Tendo como finalidade, não só realizar um estudo sobre o tema, mas responder a questões como: para que estudar latim? Qual a importância dessa língua?

  1. Introdução

Possivelmente muitos perguntarão para que serve estudar Latim. O saber Latim ajuda na compreensão de muitos termos presentes em textos do direito, científicos, filosóficos e teológicos, por exemplo, mas somente estes fatos não são necessários para responder tal questionamento.

Várias línguas têm sua origem no Latim. Significa dizer que conhecer um pouco mais sobre o Latim consiste num passo importante para a compreensão não só do português, mas também de outros idiomas, como o italiano e o espanhol, por exemplo.

Por outro lado, entender a história do latim e o que essa língua significa é conhecer também a história de vários povos e perceber como sua evolução através do tempo resultou no mundo como o conhecemos hoje.

Tendo em vista os fatos apresentados o presente trabalho se propõe a através das relações existentes entre língua e sociedade elucidar os caminhos percorridos pelo latim num estudo diacrônico. De início traremos o contexto geral da formação do latim e em seguida um pouco da sua história e relação com a sociedade. Abordaremos a linha do tempo desde o latim antigo até o latim moderno.

  1. Latim e as línguas indo-europeias  

O latim é uma língua pertencente ao grupo itálico da grande família das línguas indo-europeias, entre as quais podemos destacar o grego, o sânscrito e o hitita.

No fim do século XVIII, linguistas notaram que algumas línguas originadas da Europa e da Ásia, como exemplo o latim, o grego e o sânscrito, tinham marcas que indicavam a presença de uma mesma origem, portanto, fazendo parte da mesma família linguística. Supõe-se que o indo-europeu foi falado por um povo que se dispersou, por razões até hoje desconhecidas, há alguns milênios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela Ásia (CARDOSO, 2005: p.6).

Por esses motivos, entende-se a língua indo-europeia como proto-língua, ou seja, um ancestral comum de uma família linguística, porém dela não há relatos escritos, uma vez que era usada na comunicação antes de ser desenvolvida a escrita.

O latim era a língua falada na região do Lácio, na Itália, onde posteriormente foi fundada a cidade de Roma. Por volta do segundo milênio a.C, o centro da península itálica foi ocupado pelos povos da Europa central, os italiotas (sabinos, latinos e volscos), etruscos (provavelmente originados da Ásia), se mantiveram ao norte, depois migraram para o sul, dominando os italiotas. Dessa forma, Roma foi fundada e deu-se início ao período monárquico na região.

Antes dos romanos, os etruscos eram tidos como povos de civilização avançada na região da península Itálica. Com base nesse fato, estudiosos afirmam que o latim teria sofrido influência dos etruscos e também do grego.

Ao passo que os romanos se livravam do poder dos etruscos e dos gregos que dominavam a região, foram se fortalecendo e conquistando territórios. Daí então percebemos a grande disseminação do idioma latino, que vinha a ser peça essencial da cultura e da identidade ocidental, e que passou muito tempo sendo considerada a única língua culta do continente europeu.

  1. Historiografia

O latim não era a única língua da península Ibérica: osco, umbro, etrusco e grego também eram falados por lá. Porém, o latim sobressaiu-se, principalmente por causa das conquistas romanas sobre outros povos. O idioma latino já existia desde a pré-história, mas foi a partir do séc. III a. C. que apresentou forma literária, desenvolvendo paulatinamente gramática com normas claras, consolidando-se por volta do séc. I a. C., o qual é considerado o período clássico.

Existiam três variações de latim coexistindo: o Popular – utilizado pelas classes mais baixas da sociedade romana (e também pelos soldados) e o que mais influenciou e foi influenciado por outras línguas, não se prendia às regras gramaticais; o Clássico – usado pelas classes ricas e letradas, era a norma e por isso ficou fixo e não vingou no decorrer do tempo; e o Eclesiástico – predominante na época da expansão cristã no império romano, usado pelo clero e foi o que predominou no ensino no período da Era Medieval até inclusive o ensino de latim nas escolas brasileiras na 1ª metade do séc. XX. Outro fato sobre o latim é que não podemos atribuir-lhe ‘dialetos’ pois estes já se transformaram em línguas autônomas, chamadas ‘neolatinas’ (como por exemplo o francês e o próprio português).

Após conquistarem todo o mundo antigo, os romanos impuseram sua língua (o latim) aos povos subjugados. Eles sabiam da importância que a língua tinha na conquista e dominação de outros povos, tanto que, segundo DUARTE (2003: p.18) diziam os romanos: "Ubicumque lingua romana, ibi Roma", o que podemos traduzir como: "onde quer que esteja a língua romana ali estará Roma.

Com o esfacelamento do Império Romano (476 d.C.) temos o fim da História Romana e por volta de um século depois, finda a História da Literatura Romana, mas a língua latina continua por quase mil anos após, a ser em toda a Idade Média a língua da civilização Ocidental, sendo a “ferramenta” de todas as obras-primas das literaturas modernas, tanto europeias como americanas. (COMBA, 1991: p.23)


Podemos verificar que o latim teve um forte caráter de unificação do império Romano. Pode-se perceber claramente que os romanos se utilizaram do latim não somente como sua língua materna, mas também como um poderoso instrumento de conquista e expansão de seu território e sua cultura. Nota-se que a língua latina foi modificada, adaptada e transformada pelos povos que a receberam, tendo uma característica bem moderna já naquele tempo que costumamos chamar de “Antiguidade”: era uma língua de globalização. Como o inglês, atualmente, o latim serviu principalmente para o entendimento entre diferentes povos e virou um tipo de língua padrão mundial (do mundo conhecido até então, claro).

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