O Papel da Linguagem
Por: joaovictor21 • 25/4/2017 • Dissertação • 1.841 Palavras (8 Páginas) • 319 Visualizações
O artigo postado na Área acadêmica “Comunicação: Reflexos sobre a mídia e a linguagem” ANDRÉ PUGLIESE, faz uma analise da evolução das mídias e a sua relação com os processos comunicativos. O texto tem como principal objetivo destacar a evolução da linguagem e os impactos que causa em diferentes suportes comunicativos ao decorrer dos tempos.
A sociedade é mutável, logo os pensamentos dos indivíduos que nela habitam passam por essas mudanças e tentam se adaptar com as ferramentas que lhes são oferecidas. A linguagem sofre diretamente com essas transições e, como o indivíduo, adaptaram-se as novas tecnologias de comunicação. Essa adaptação sofre algumas mudanças que permitem um estudo mais aprofundado nessas mutações lingüísticas e adequações do próprio meio, esse artigo vai fazer uma breve análise de varias vertentes da língua em suas determinadas épocas, fazendo um comparativo com os fatos evolucionários presentes.
A representação das idéias e pensamentos do ser humano é de extrema importância pra a comunicação da espécie. O mesmo usa desse artifício para se posicionar socialmente, tanto no pessoal como no profissional. Falar, escrever e ler, hoje em dia, é um aspecto importante para a ascensão social de um individuo. No entanto, a forma como nos expressamos atualmente, é um acumulo de experiências das diversas adaptações que a língua sofreu durante os tempos.
A linguagem tem um papel muito importante na estruturação e na formação da cultura humana. Permite a transferência de conhecimento e amplia os horizontes, possibilitando novas interações e a absorção de novas sabedorias.
Se comunicar, expressar as suas idéias, mostrar o seu conhecimento e se posicionar no mundo, são desejos da maioria das pessoas. A língua é a única ferramenta capaz de fazer com que isso se torne físico e representável. Alem disso, falar, escreve e ler pode ter funções diferentes em determinadas mídias e a suportes.
Durante a evolução lingüística, a língua se naturalizou em diferentes meios comunicativos. A criação da escrita é um ótimo exemplo dessa naturalização e teve um importante papel. Escrever é fixar e materializar uma idéia e um conhecimento e torná-lo acessível para varias pessoas, o que na linguagem oral primaria, não era possível.
A linguagem oral primaria se caracteriza pelo fato de ser ágrafa, ou seja, uma cultura sem escrita, a comunicação era por meio de signos comuns de voz, transmitidos em um mesmo grupo capaz de compreender o que era falado. Essa comunicação é limitada, visto o espaço geográfico em que o grupo se encontrava e a ferramenta que utilizavam para se expressar são limitadas. A memorização era a única forma de manter os elementos constitutivos dessa cultura.
Memorizar o que é dito era de extrema necessidade, por não haver nenhuma outra forma de armazenar esse conhecimento. A fala era muito utilizada e a receptação das informações passadas nessas relações orais variava de acordo com as singularidades do ouvinte.
O entendimento não era unilateral, acredito que nunca tenha sido, mas nessa época em principal a compreensão da narrativa dependia muito mais de uma carga sentimental, com base nas experiências próprias do individuo, do que com os fatos expostos pelo narrador.
Cada pessoa vai possuir uma interpretação diferente do mesmo texto, o próprio autor do artigo defende essa idéia. Porém, o meu ver, as pessoas daquela época acumulavam sensações, conhecimentos e idéias que ao serem representadas através da fala, as carregavam com essas acumulações passando um sentido pessoal e único para o fato. O peso da reação desse fato nos ouvintes, também poderia ser modificado dependendo das acumulações do próprio e da importância da narrativa.
Ainda somos assim, não de uma maneira tão direta, mas definimos o peso das coisas que ouvimos com base em nossos sentimentos e, em grande maioria, passamos adiante em forma de texto, escrita ou fala tudo isso.
A linguagem oral não teve seu fim, ainda hoje, é nossa principal forma de comunicação. No entanto, deixou de ser primária e se tornou secundária, apresentando alguns elementos da oralidade primária, mas contextualizada com os meios tecnológicos e a evolução social do nosso tempo.
Como disse, a escrita teve um papel fundamental nessa evolução e na transição de primaria para secundaria. O ato de escrever pode parecer simples para algumas pessoas, mas o seu surgimento é histórico. A escrita quando os homens deixaram de ser nômades e permaneceram nos locais e passaram a desenvolver atividades agrícolas. Esse acontecimento foi muito significativo na formação da nossa comunicação atual, pois fez com que os acontecimentos fossem registrados, libertando a dependência da memória como principal deposito de conhecimento.
O artigo “Comunicação: Reflexos sobre a mídia e a linguagem” ANDRÉ PUGLIESE, destaca essas características essenciais que fizeram a escrita e novas tecnologias advindas dessa pratica serem tão determinantes. O papel impresso é um ótimo exemplo. André cita em seu texto o pensamento de Eiseinstein (1979). Segundo ela, a contribuição da impressão foi tamanha, que colaborou em diversos importantes acontecimentos históricos como: O renascimento italiano, a reforma protestante e em diversas outras questões políticas que indeferiram muito na formação histórica do planeta.
O texto escrito tem varias peculiaridades que a fala não tem. O armazenamento, como já foi dito, é o principal, mas essa materialização de conhecimentos permite que as pessoas façam dos seus pensamentos e idéias uma herança e um patrimônio. Um livro é um objeto de valor, e com o passar dos tempos, foi se modelando ao ponto de ser portátil e esses dois aspectos fizeram com que ele fosse global e acessível para aqueles que tivessem capacidade de entender os códigos. Isso foi o estopim para a expansão de idéias e conhecimentos que até hoje ouvimos falar.
Hoje em dia, escrever ainda é visto como algo distante e complicado para algumas pessoas que não foram, por questões de oportunidades ou escolha, alfabetizadas. Escrever ainda tem, em sua forma atual, diversas regras que funcionam como um parâmetro que devem ser seguidos em determinados lugares.
Com a ascensão da escrita, veio a leitura. A visão passou a ter uma maior utilidade na linguagem. Ler é entender os códigos que são mostrados no texto escrito. Além disso, a leitura foi de extrema relevância na evolução da linguagem.
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