O Processo De Modernização Do Mundo
Ensaios: O Processo De Modernização Do Mundo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: henrisan • 17/8/2014 • 964 Palavras (4 Páginas) • 292 Visualizações
Supremacia das altas tecnologias e das mercadorias sobre o humano tem despertado a atenção de muitos intelectuais que se preocupam com o destino dos homens, com a formação humana e com a educação. É o caso do educador francês Edgar Morin, que entre seus postulados para a educação de hoje defende o princípio de que deve ser superado o problema da fragmentação dos saberes em função da reintegração humana:
Para a educação do futuro é necessário promover grande remembramento das ciências naturais a fim de situar a condição humana no mundo, (...) bem como integrar a contribuição inestimável da humanidade, não somente a filosofia, a história, mas também a literatura, a poesia, as artes (MORIN, 2000, p.46).
Ao postular a valorização de uma cultura humanística, Morin a conceitua como “uma cultura que pela via da filosofia, do ensaio, do romance, alimenta a inteligência geral, enfrenta as grandes interrogações, estimula a reflexão sobre o saber e favorece a integração pessoal dos acontecimentos” (MORIN, 2005, p.17).
As palavras de Morin possibilitam a reflexão sobre a situação em que muitas de nossas escolas se encontram quando não atentam para a formação de seres pensantes e criativos, capazes de produzir sentidos ao que lêem, capazes de articular a realidade do texto lido à vivência com o real, ao mesmo tempo em que ignoram o potencial do texto literário para o desenvolvimento da educação para a sensibilidade.
Ao tratar da cultura das humanidades, o estudioso francês afirma que o significado de uma cabeça bem cheia é óbvio:
É uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido. Uma cabeça bem feita significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de:- - uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; -- princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido. (MORIN, 2005, p. 21)
As palavras de Morin possibilitam a reflexão sobre a situação em que muitas de nossas escolas se encontram quando não atentam para a formação de seres pensantes e criativos, capazes de produzir sentidos ao que leem, capazes de articular a realidade do
texto lido à vivência com o real, ao mesmo tempo em que ignoram o potencial do texto
literário para o desenvolvimento da educação para a sensibilidade.
Ao tratar da cultura das humanidades, o estudioso francês afirma que o estudo da
linguagem, através das formas literárias, leva o homem diretamente ao caráter mais
original da condição humana, pois, pelo poder da linguagem, a poesia põe o fruidor em
comunicação com o mistério, que transcende a palavra, levando-o a experimentar a
dimensão estética da existência e a ver o mundo com um olhar inaugural.
Além disso, não se ignora que pelas obras que lêem, os leitores são influenciados
e influenciam a sociedade a partir das interpretações que elaboram para as leituras,
configurando um processo dialético, pois, como salienta Umberto Eco (1981, p.80),
“um texto não apenas se apóia numa competência, mas também contribui para criá-la.
Antonio Candido no ensaio “Direito à literatura” nos adverte que “a fruição da
arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito
inalienável” (CANDIDO, 2004, p.191). Concebida também como fator indispensável de
humanização, a literatura se constitui não somente como um direito, mas como uma
necessidade de equilíbrio do homem e da sociedade. Neste aspecto, vale destacarmos
que o conceito de humanização, defendido por Candido, nos possibilita relacioná-lo às
reflexões. Analisando ainda o fenômeno literário e seus efeitos, Antonio Candido expõe a
complexidade advinda de sua natureza, distinguindo três faces: (1) ela é uma construção
de objetos autônomos como estrutura e significado; (2) ela é uma forma de expressão, 4
isto
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