O QUE É LEITURA

BRITTO, Luiz Percival Leme. Leitura: acepções, sentido e valor. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente, SP, v. 21, n. 22, p. 18-31, jan./abr. 2012.

O objetivo principal do texto é tratar da promoção da leitura no meio didático, para o que se aborda sua definição. Para isso, o ensaio propõe-se a responder duas perguntas: “Que é leitura?” e “Que se quer promover quando se promove a leitura”.

O raciocínio parte da origem do termo ‘leitura’, quando o leitor gera significado para o que lê, escolhendo entre as possíveis interpretações das palavras nos contextos em que estão inseridas. Porém, a referência etimológica é insuficiente para entender as características da leitura. Analisam-se, então, as definições desta palavra contidas no dicionário, criando comparações entre o sentido mais imediato tido por ‘leitura’, sendo este o de ‘leitura de textos’, e suas outras aplicações em diversas situações, como a ‘leitura de jogos, imagens, filmes’ e medições em aparelhos.

Baseando-se na ideia de que a ‘leitura de textos’ consiste do processo de tradução de símbolos seguido da interpretação na mente, encontram-se diferenças que coloca o conceito sob o risco de erro, generalizando-se ‘leitura’, tomada ser qualquer interpretação acerca do mundo, e desconsideram a necessidade de símbolos a serem traduzidos. Conclui-se que não há apenas um significado ou algum mais correto para este vocábulo e não necessariamente suas diversas utilizações estão erradas. Isso, todavia, contribui para a construção de uma ação que promova a leitura.

Em relação à ‘promoção da leitura’, seu objetivo é desenvolver nas pessoas o hábito de ler arbitrariamente, seja para entretenimento ou agregação de informações. Isso resultaria em um benefício social, de aprimoramento da visão de mundo de cada indivíduo. Há outros meios que funcionam para tal meta, como telejornais ou rádios, entretanto a leitura apresenta dentre suas vantagens uma maior densidade de informações e controle intelectual do leitor acerca delas.

Finaliza-se apontando que esta pauta não deve apoiar-se na indústria de conteúdo escrito consolidada, já que poderia gerar alienação do consumo de materiais específicos, nem na necessidade da aprendizagem escolar, pois tornar-se-ia uma obrigação.