O Que é Literatura?
Artigo: O Que é Literatura?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Suellenalencar • 18/3/2015 • 693 Palavras (3 Páginas) • 283 Visualizações
O que é literatura?
Anos atrás quando o homem iniciou o estudo sobre a arte por ele mesmo produzida, a questão sobre o conceito e a função da literatura é um assunto de muita controvérsia. Sabe-se, pois, que em cada época literária, são atribuídas à literatura natureza e funções distintas, condizentes com a realidade cultural e social da época.
A literatura assume aspectos de representação e demonstração. Através dessa linguagem, pode-se refletir sobre a própria língua com liberdade. A linguagem literária permite que as palavras assumam vida própria, com novas significações. A linguagem passa a ter “sabor”. Na literatura assumem novos significados e representações.
A literatura é a representação do real. Esta representação, no entanto, é feita de um modo especial, uma vez que o real não pode ser plenamente representado em um plano unidimensional por ter uma natureza distinta, pluridimensional. Assim, Barthes diz que “a literatura é utópica, pois permite a criação de novas realidades, conferindo às palavras uma verdadeira heteronímia das coisas.” Essa heteronímia pode ser melhor entendida quando se pensa que esta linguagem, como já dito anteriormente, é livre para conferir novos significados às palavras. Ela joga com os signos ao invés de reduzi-los a um universo já determinado.
Como dito acima, a literatura tem como uma de suas funções a representação do real. Assim é que o crítico e sociólogo Antonio Candido constrói o seu conceito de literatura:
A arte, e, portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem , que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando em uma atitude de gratuidade... (CANDIDO, 1972:53).
Na citação acima, Candido fala da indispensável presença de um elemento de manipulação técnica, o qual é fator determinante para a classificação de uma obra como literária ou não. Esse elemento entende-se, é a linguagem classificada por Barthes como a linguagem literária, a qual estabelece uma nova ordem para as coisas representadas, mantendo uma ligação com a realidade natural. Embora a literatura permita a criação de novos universos, esses são baseados, ou inspirados, na realidade da qual o escritor participa. Daí a afirmação de que a literatura é vinculada à realidade, mas dela foge através da estilização de sua linguagem.
Um dos registros mais antigos que se tem acerca do tema deve-se a Aristóteles, pensador grego que viveu entre 384 e 322 (A. C.). Aristóteles elaborou um conjunto de anotações em que busca analisar as formas da arte e da literatura de seu tempo. Para isso, o pensador elaborou a teoria de que a poesia (gênero literário por excelência da época) era “técnica” aliada à “mimese” (imitação), diferenciando os gêneros trágico e épico do cômico e satírico e, por fim, do lírico. Segundo o filósofo, o que difere a arte literária, representada pela poesia, dos textos investigativos em prosa é a qualidade universal que a imitação permite. Ao imitar o que é diferente (épico e tragédia), o que é inferior (comédia e sátira) e o que está
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