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O Que é Universidade

Por:   •  20/1/2021  •  Resenha  •  1.404 Palavras (6 Páginas)  •  193 Visualizações

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WANDERLEY, Luiz Eduardo W. O que é universidade. 5 ed. São Paulo. Brasiliense, 1985.

Universidade e suas estruturas

Felipe Alfredo Both

Esta obra retrata as origens e o desenvolvimento da universidade no decorrer da história. O autor apresenta as discussões sobre a autonomia da qual as universidades necessitam para que possam exercer a plenitude de suas funções, destaca ainda as finalidades e as estruturas acadêmicas das universidades no passado e no presente. Aponta a onda reformadora que sucedeu a reforma universitária de Córdoba em 1918.

Luiz Eduardo Waldemarin Wanderley é Doutor em Ciências Sociais (Sociologia) pela FFLCH da USP, Livre Docente em Sociologia da Educação, USP, 1993 e Pós Doutor pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris (1995-96).

Em seu livro “O que é Universidade”, Wanderley distribui-o em 8 capítulos, nos quais ele apresenta conceitos sobre a universidade, descrevendo assim, a história, o movimento reformista, cultura, comunidade, estrutura, autonomia, sociedade, desenvolvimento e finalidades da universidade em geral.

Sobre a história, Wanderley relata a origem e o desenvolvimento da universidade, sendo ainda que para ter direito a ensinar e conferir graus, era necessária a autorização papal, rei ou imperador, tornando assim, o ensinamento restrito aos professores e alunos, estes ainda possuíam privilégios como a proteção contra prisão injusta e moradia com segurança. No entanto, aos poucos as universidades foram se adequando ao processo de desenvolvimento social.

No segundo capítulo, o autor apresenta o movimento reformista, destacando os acontecimentos políticos e universitários ocorridos em Córdoba no século XX, o que abalou a universidade de toda a América Latina. A partir dessa reforma universitária, os estudantes elaboram um documento “Documento Preliminar”, assinado pela direção da Federação Universitária de Córdoba e redigida por Deodoro Roca.

Tratando da cultura universal, Luiz Eduardo Wanderley relata que é na universidade que se pode ter um contato com esta cultura, no entanto o autor discorda das correntes que afirmam ser a cultura o principal causador das mudanças sociais, políticas

e econômicas, mas que a cultura possui uma autonomia relativa, e se expressa livremente em formas de pensar e de agir, em valores, ideias, princípios, categorias e teorias.

O autor relata ainda, a questões culturais na América Latina e a dependência cultural no Brasil. A cultura latino-americana vem-se englobando com as diversas culturas nacionais, apresentando por uma parte aspectos comuns de dependência, seja pela

presença dos meios de comunicação ou pelas relações de produção. Já no caso do Brasil, o autor afirma que a dependência cultural perpassa toda a história do ensino superior, no qual as universidades se rendiam aos métodos de ensino do exterior.

O autor apresenta, no quarto capítulo, as finalidades da universidade (ensino e pesquisa), no qual durante muito tempo, eram apenas de transmitir o saber humano acumulado, porém pouco a pouco, com as inovações e transformações as quais o homem produzia, a universidade passou a se adaptar a esse novo contexto.

Segundo Luiz E. Wanderley, com a necessidade de ampliação e descoberta, passou a dar ênfase a pesquisa, como método de ensino, enfatiza ainda a grande importância do impulso que é necessário, para que o estudo e a pesquisa mantenham um elevado padrão de qualidade, sendo que separado, deve ser supervisionado e questionado, em função e sua importância social.

Outro ponto destacado pelo autor, é a formação dos profissionais, das diversas carreiras de base técnica, cientifica e intelectual, para o qual são compostos currículos. Uma questão ainda acentuada, nas universidades latino-americanas é de se preocupar exclusivamente em expedir diplomas legais para o exercício das funções. Ah também uma certa dificuldade do estudante de optar por uma área, levando em conta os poucos elementos para conhecê-la.

Luiz E. Wanderley afirma que a extensão universitária, nasceu, pela crítica a função da universidade e da constatação de que deve cumprir tarefas sociais relevantes por suas características especiais, contudo essa extensão tem assumido perspectivas diferenciadas de sua atuação, sendo assim, a esta não é pensada como função da universidade, mas

como um serviço prestado.

A nível mundial o autor aponta, há múltiplas experiências de extensão universitárias, como o ensino por correspondência, o uso de tecnologias de comunicação de massa e implementação de universidades populares. Na América latina há uma

preocupação em democratizar a cultura e o ensino em todos os níveis, a necessidade de estágios para alunos e outras mais.

Já no contexto brasileiro, Luiz E. Wanderley enfatiza que há duas fases, uma pré 64 onde havia uma hierarquia severa e ultrapassada, nessa organização havia uma figura de catedrático, figura essa que exercia o mais alto grau de docência. Porém, após o golpe de 1964, com a Lei da Reforma Universitária, extingue-se essa função e estabelece uma universidade com estruturas orgânicas com base em Departamentos reunidos.

No quinto capítulo, o autor trata da comunidade universitária, essa formada por professores, estudantes e funcionários. No âmbito dos docentes, o autor trata dos meios de admissão dos professores, sendo o método atualmente vigente o de seleção por concurso com exigência de títulos e provas. Wanderley ressalta ainda a função de catedrático existente até 1968, função essa que fazia com que os docentes que atingissem essa

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