O Romantismo no Brasil
Por: aniball • 10/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.591 Palavras (15 Páginas) • 280 Visualizações
Romantismo
ROMANTISMO NO BRASIL – O romantismo surge em 1830, influenciado pela Independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões político-sociais. Nas Artes Plásticas , influencia as obras dos pintores Araújo Porto Alegre (1806-1879), Victor Meirelles (1832-1903) e Rodolfo Amoedo (1857-1941) (ver Artes Plásticas no Brasil).
Na Literatura , o marco inicial é a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). A produção literária passa por quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre (1806-1879) e Gonçalves de Magalhães.
Na segunda fase (1840-1850), predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o romance de costumes. Os destaques são Gonçalves Dias (1823-1864), poeta de Canção dos Tamoios e Marabá, José de Alencar (1829-1877), autor de O Guarani, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), de A Moreninha. Na terceira fase (1850-1860), o nacionalismo intensifica-se e prevalecem o individualismo, a subjetividade e a desilusão. Na poesia sobressaem-se Álvares de Azevedo (1831-1852), autor de Lira dos Vinte Anos , Casimiro de Abreu (1837-1860), de As Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na prosa, consolidam-se os trabalhos de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825-1884), autor de A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), com Memórias de um Sargento de Milícias.
Na quarta e última fase (1860-1880), prevalece o caráter social e liberal ligado às lutas abolicionistas. É uma época de transição para o realismo e o parnasianismo. O grande representante na poesia é Castro Alves (1847-1871), autor do poema Navio Negreiro . Outro poeta importante é Sousândrade (1832-1902), autor de Guesa. Na prosa, destacam-se Franklin Távora (1842-1888), autor de O Cabeleira, e Machado de Assis (1839-1908), em suas primeiras obras, como Helena. Com o romantismo surgem as primeiras produções do regionalismo, que retrata de forma idealizada tipos e cenários de regiões do país.
Na música, o principal compositor é Carlos Gomes (1836-1896), autor de O Guarani. Uma segunda fase do movimento é marcada pelo folclorismo. Destacam-se Alberto Nepomuceno (1864-1920) e Luciano Gallet (1893-1931).
O Teatro desenvolve-se a partir da chegada da Corte portuguesa, em 1808. A primeira peça brasileira é a tragédia romântica Antônio José ou O Poeta e a Inquisição (1838), de Gonçalves de Magalhães, encenada por João Caetano (1808-1863). Mas é Martins Pena, autor de O Noviço , que é considerado o primeiro dramaturgo brasileiro importante (1815-1848).
Iluminismo
Corrente de pensamento dominante no século XVIII que estabelece o primado da razão como critério da verdade e do progresso da vida humana. Representa uma visão de mundo da burguesia intelectual da época. Seus principais idealizadores são: John Locke (1632-1704), Voltaire (1694-1778) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). As primeiras manifestações ocorrem na Inglaterra e na Holanda, porém alcança especial repercussão na França, onde se opõe às injustiças, à intolerância religiosa e aos privilégios do absolutismo em decadência. Prepara o caminho para a Revolução Francesa (1789), fornecendo-lhe, inclusive, o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
O movimento tem suas origens no Renascimento (século XV), o primeiro grande momento de construção de uma cultura burguesa, na qual a razão é tida como a chave para o entendimento do mundo. Para o iluminismo, Deus está na natureza e no homem, que pode descobri-lo por meio da razão, dispensando a Igreja. Afirma que as leis naturais regulam as relações sociais, assim como os fenômenos da natureza. Considera os homens naturalmente bons e iguais entre si – quem os corrompe é a sociedade. Cabe, portanto, transformá-la e, orientados pela busca da felicidade, garantir a todos liberdade de expressão e culto, igualdade perante a lei e defesa contra o arbítrio e a prepotência. Quanto à forma de governo para a almejada sociedade justa, uns defendem a monarquia constitucional, outros a república.
Símbolo de liberdade – Os precursores do iluminismo são o filósofo francês René Descartes (1596-1650) e o cientista inglês Isaac Newton (1642-1727). Na Filosofia, o inglês John Locke representa o individualismo liberal contra o absolutismo monárquico. No seu Ensaio sobre o Entendimento Humano (1690), trata a experiência como fonte do conhecimento, processado depois pela razão. Montesquieu, como é conhecido o escritor francês Charles Louis de Secondat (1689-1755), propõe em sua obra Do Espírito das Leis (1748) a independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário como garantia da liberdade. Voltaire é o mais importante pensador iluminista, símbolo da liberdade de pensamento. Critica violentamente a Igreja e defende a monarquia comandada por um soberano esclarecido. Exilado na Inglaterra por ter ofendido um duque, publica Cartas Inglesas ou Filosóficas (1734), com elogios à liberdade reinante naquele país.
O suíço Rousseau torna-se o iluminista mais radical, precursor do socialismo e do romantismo. Na obra O Contrato Social (1762), defende o Estado democrático, voltado para o bem comum e a vontade geral, que inspira os ideais da Revolução Francesa. É dele a noção do “bom selvagem”, que representa o homem nascido bom e sem vícios, mas depois pervertido pelo meio social. Denis Diderot (1713-1784) organiza a Enciclopédia, 17 volumes de texto e 11 pranchas de ilustração publicados entre 1751 e 1772. Conta com a ajuda do matemático Jean D’Alembert (1717-1783) e de vários iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Rousseau. Proibida pelo governo por divulgar as novas idéias, a obra passa a circular clandestinamente.
Na economia, o iluminismo é representado pela fisiocracia, contrária à intervenção do Estado na vida econômica, que tem em François Quesnay (1694-1774) seu principal expoente, e pelo liberalismo econômico, inspirado nas idéias do escocês Adam Smith (1723-1790), considerado “o pai da economia política”. No livro Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), Smith defende o trabalho livre como fonte de riqueza e a economia dirigida pelas leis de oferta e procura, o laissez-faire.
As idéias iluministas influenciam alguns governantes, que procuram agir segundo a razão e o interesse do povo, sem contudo abrir mão do poder absoluto – o que dá origem ao despotismo esclarecido, no século XVIII. Ocorrem melhorias na economia, no ensino e na administração. Liberdade de culto e igualdade civil são garantidas. Mas permanecem incólumes tanto a servidão como a autocracia, com o aguçamento inevitável das contradições sociais e políticas.
Arcadismo
Movimento literário que se desenvolve na poesia no século XVIII, de acordo com os princípios neoclássicos. Numa época marcada pelo racionalismo e pela visão científica do mundo inaugurada pelo iluminismo, o arcadismo defende uma literatura mais simples, objetiva, descritiva e espontânea, que se opõe à emoção, à religiosidade e ao exagero do barroco, considerado confuso e rebuscado. A idéia de que toda beleza está na natureza e a idealização da vida no campo e do homem simples fazem do arcadismo um movimento nostálgico diante da revolução industrial e da urbanização que começam a acontecer em parte da Europa.
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