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O ensina da lingua estrangueira

Por:   •  16/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.596 Palavras (7 Páginas)  •  269 Visualizações

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O Ensino de Língua   Estrangeira : uma visão de teoria e prática docente                                                                                    

                                                                      Ana Carolina Oliveira Freitag

Camilla Soto Nater

Kessianne Mendes

UFPR*

Resumo: O presente estudo tem como objetivo explorar os recursos teóricos utilizados no subprojeto PIBID espanhol da UFPR a fim de construir uma interação entre a teoria estudada e prática de docência vivida.  O Projeto tem como referencial metodológico o trabalho com os Gêneros do Discurso (BAKHTIN, Mikhail). Além disso, discutimos os documentos que regem a educação nacional, especialmente os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. No ambiente de interação possibilitado no PIBID entre escola-universidade, visões e teorias foram colocadas em discussão entre estudantes, professores da Universidade e participantes do Projeto, observando-se assim as diferentes apropriações das abordagens teóricas bem com o distanciamento ainda existente entre a teoria apresentada nos documentos oficiais e a vivência em sala de aula. Essa reflexão conjunta nos leva a conflitos produtivos e faz com que todos os bolsistas e docentes participantes se insiram na discussão que permeia o Projeto e sobre tudo o ensino de língua estrangeira através dos Gêneros Discursivos.

Palavras-chave: Gêneros discursivos. Teoria. Prática

  1. Introdução

Este trabalho tem como objetivo apresentar as discussões desenvolvidas dentro do subprojeto PIBID espanhol bem como a metodologia e referenciais teóricos utilizados para realizá-las.

A partir da análise e leitura de textos teóricos, documentos que regem a educação nacional e estadual, e observações feitas em salas de aula, constatamos a distância ainda existente entre teoria e prática escolar, e sobre isso passamos a tratar agora.  

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná traz, na sua reformulação de 2008, a proposta de redirecionamento para o trabalho de ensino de língua estrangeira. Partindo do entendimento da língua não como um mero instrumento de acesso a informação, mas apresentando a possibilidade do ensino de língua estrangeira como agente possibilitador de conhecimento, expressão e transformação da maneira como o aluno vê, conhece e interage com o mundo, ampliando seus horizontes sociais e culturais. Assim, encontramos, segundo as diretrizes, que:

O ponto de partida da aula de língua estrangeira moderna será o texto, verbal e não verbal, como unidade da língua em uso. Propõe-se que nas aulas de Língua Estrangeiras Moderna, o professor aborde os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008).

Desse modo, o contato com os diferentes gêneros textuais possibilita ao aluno não apenas o conhecimento sistêmico da língua, mas também o conhecimento das diferentes estruturas mais ou menos fixas com as quais nos comunicamos, o que contribui de forma significativa no desenvolvimento crítico do aprendiz, tanto no uso da linguagem, quanto no engajamento discursivo.

Junta-se ao anteriormente exposto o fato de os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), já adotavam, em 1998, a proposta do Ensino de Língua Estrangeira pautado na abordagem comunicativa com ênfase na leitura, tendo como premissa uma visão sociointeracional da linguagem, seguindo os fundamentos teórico-metodológicos e os conhecimentos acerca das Teorias do Círculo de Bakhtin.

  1. Desenvolvimento

Partindo da concepção de língua como um construto histórico-cultural e que esta está sob constante movimento e transformação, o Ensino de Língua Estrangeira deixa de ter seu objetivo pautado em uma visão apenas estrutural, passando a ter um sentido de interação verbal entre os aprendizes de uma determinada língua, tornando-os assim, sujeitos ativos no processo de aprendizagem como usuários sociais da língua que estão aprendendo.

Segundo Bakhtin (1992), toda fala é uma enunciação, dada em um processo dialógico, que, como tal, envolve a presença de dois ou mais indivíduos. É nesse processo de interação que são constituídos os atos de fala. A alternância dos sujeitos no processo discursivo é uma das características desse processo dialógico. Nesse sentido, o falante sempre tem uma atitude responsiva em relação ao que foi ouvido, podendo assim, concordar ou refutar o emissor. Esse processo torna-se importante na aquisição de uma Língua estrangeira, pois proporciona ao aprendiz um posicionamento crítico frente à nova cultura e língua que estão sendo aprendidas, ampliando o seu conhecimento de mundo, tornando-o um sujeito ativo no processo discursivo:

Em outras palavras, a língua concebida como discurso, não como estrutura ou código a ser decifrado, constrói significados e não apenas o transmite. O sentido da linguagem está no contexto de interação verbal e não no sistema linguístico (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 53).

Resumidamente, os pressupostos de Bakhtin entendem a língua como manifestação e construto cultural, assinalando que os discursos variam de acordo não apenas com os usuários de uma determinada língua, mas com o contexto social no qual estão inseridos, e, obviamente, com a finalidade do discurso.  

          Segundo Bakhtin, os Gêneros do Discurso são formas relativamente estáveis, determinadas pelas relações estabelecidas dentro de uma determinada cultura e de um determinado tempo:

A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e a cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa” (BAKHTIN, 1992, p. 279).

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