OS DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Por: Ligia_klein • 22/4/2022 • Ensaio • 613 Palavras (3 Páginas) • 98 Visualizações
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome da Componente Curricular | Literatura Brasileira |
Nome do/da Docente | Lourdes Kaminski Alves |
Nome do/da Discente | |
Número do Registro Acadêmico (RA) | |
Nome do Polo | |
Nome da Cidade em que reside | |
Nome da Atividade Avaliativa | Atividade Avaliativa 1 – Carta à Caminha |
RESPOSTAS DA ATIVIDADE
Curitiba, 22 de abril de 2022
Prezado Pero Vaz de Caminha,
Li atentamente seus relatos sobre a nova terra alcançada por suas naus e seus homens, descreveste as paisagens, a abundância de águas, aves de várias espécies e um povo de pele parda, os quais têm suas “vergonhas” a mostra e que, aparentemente, não são dotados de muitos conhecimentos e habilidades, bem como parecem ser facilmente comprados com uma simples peça de roupa ou objeto de insignificante valor.
Confesso que tiveste maestria em descrever as fartas áreas e as aves que aí observaste, bem como, percebi que não encontraste, em primeiro momento, metais e pedras preciosas nesta vastidão de terras e que esse povo parece ser, além de incauto, desprovido destes interesses e de vaidades, e como dissestes, carecem de doutrinação e de algo que lhes façam submeter-se a prática cristã.
Infelizmente, após séculos de vossa chegada aqui nesta terra, muita coisa mudou. Os povos que aqui encontraste, os de pele parda por vocês nominados de Índios, já não são mais abundantes e a sua simplicidade e inocência também já se foram. A doutrinação e a “catequização” proposta em vossa carta, trouxe cabalmente essa mudança a esta terra e a este povo.
Observamos a chegada de muitas naus, muitos foram os que chegaram aqui após sua descrição de um lugar tão lindo e ainda não dominado por vossa Alteza, a vossa necessidade de domínio e ampliação de território e riquezas, não só dizimarem com a pureza e naturalidade do povo nativo desta terra como também de tudo aquilo que a natureza aqui proporcionava.
Vê-se hoje, século XXI, que as sequelas deixadas por um domínio extrativista, obcecado por luxuria e riquezas a qualquer pereço, ainda assolam esta nação. O povo que hoje aqui vive ainda reflete as marcas de um passado de servidão e de aculturamento obrigatório imputado pela coroa portuguesa e posteriormente por outras coroas que virem a disputar por nossas terras, por nossas riquezas e pelas vidas dos povos que aqui viviam, além de castigarem e subalternizarem povos oriundos de um outro continente considerado por vocês um povo inferior, merecedores de sofrimento e castigos, em favor de uma nobreza infame, soberba e cheia de luxuria.
Triste é saber que as muitas aguas límpidas e puras que aqui haviam, já não existem mais, as grandiosas florestas e matas, limitam-se a algumas poucas áreas de conservação ambiental e nossos minérios e metais preciosos, também já não são mais nossos, uma vez que o capital estrangeiro, graças a vossas influencias mercantilistas, ainda se apropriam de tudo o que há em nosso solo.
Nossa terra, permanece sendo terra fértil, terra que produz abundantemente, hoje, não somos mais um povo pardo de olhos amendoados que têm suas “vergonhas” a mostra, somos um povo mestiço, de pele branca, negra, amarela, com olhos puxados ou redondos de cabelos lisos e encaracolados, somos um povo de muitas faces que hoje luta por uma terra livre e capaz de ser autônoma, ou seja, um povo que luta para se libertar da subalternação a nós imposta desde a vossa chegada nesta terra. Somos um povo uma nação que novamente tem um grito prezo na garganta e que clama para que o Brasil seja nosso e que possamos viver e aproveitar aquilo que temos de melhor nesta terra.
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