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Os Generos Do Discurso

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Por:   •  18/11/2013  •  1.778 Palavras (8 Páginas)  •  584 Visualizações

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OS GÊNEROS DO DISCURSO: O CONTO

Fernanda Almeida Sousa

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo fazer um breve comentário acerca dos gêneros do discurso, analisando particularmente o gênero conto. Tendo como suporte teórico os textos de José Luiz Fiorin (2006) “Introdução ao pensamento de Bakhtin” e Nádia Battella Gotlib (1985) “Teoria do Conto”.

PALAVRAS CHAVE: gênero, esfera literária, atividades humanas, conto.

INTRODUÇÃO

Este artigo tem como meta fazer uma discussão teórica acerca dos gêneros do discurso e sobre o gênero conto. Para tal estudo foi utilizado textos de Fiorin (2006) e Gotlib (1985). Pretende-se abordar alguns aspectos relevantes dos gêneros do discurso, mostrando que para se entender como funcionam os gêneros é necessário compreender a relação existente entre a utilização da linguagem e as atividades humanas dentro de suas esferas de atividades. O gênero escolhido é de infinita riqueza e como os gêneros estão em contínua mudança, deve se ter o cuidado de não confundir o conto com outros gêneros, assim tentarei definir bem o que é conto para facilitar a identificação de tal gênero. Inicialmente falarei sobre os gêneros do discurso e suas esferas de atividades, posteriormente, será estudado um gênero específico; o conto. Tentarei definir o que é conto de acordo com o estudo feito a partir da teórica Gotlib (1985). Logo após será analisado dois contos de Dalton Trevisan, intitulados “Ricardo seu nome” e “Apelo”. Logo após a análise dos dois contos, será feita a conclusão do trabalho.

Os Gêneros do Discurso

Depois da criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, viu-se a necessidade de estabelecer que o ensino de português fosse feito, com base nos gêneros do discurso, assim sendo um veículo do ensino, torna-se normativo. Seu ponto de vista segundo Fiorin é o vínculo intrínseco existente entre a utilização da linguagem e as atividades humanas.

As ações humanas estão em determinadas esferas de atividades, são algumas delas; as da igreja, as da literatura, as da política, as pedagógicas, as da mídia, as do comércio, as do cotidiano, e assim por diante. Essas esferas de atividades implicam a utilização da linguagem de enunciados. Os enunciados são produzidos dentro das esferas de ação; cada enunciado é específico de sua esfera de acordo com o meio que se insere. Assim, em cada esfera de atividade há vários tipos de gêneros que são caracterizados por um conteúdo temático, uma construção composicional e um estilo. Segundo Fiorin, a riqueza e a variedade dos gêneros são infinitas, uma vez que as possibilidades da ação humana são inesgotáveis e cada esfera de ação comporta um repertório significativo de gêneros do discurso. Assim há várias esferas de atividades. De acordo com que as esferas de atividades se desenvolvem, os gêneros desaparecem ou aparecem, assim é possível dizer que os gêneros estão em contínua mudança. Para Bakhtin, os gêneros se dividem em primários e secundários. Os primários são os gêneros da vida cotidiana, predominante os orais; e os secundários pertencem às esferas da comunicação cultural mais elaborada, predominantemente escrita.

De acordo com Fiorin, os gêneros e sua vinculação com os enunciados concretos dos outros. Pode ocorrer também à hibridização dos gêneros, um gênero secundário pode valer – se de outro secundário no seu interior ou pode imitá-lo em sua estrutura composicional, sua temática ou estilo.

O gênero que será estudado neste trabalho é o conto que faz parte da esfera da literatura. Quanto à origem do conto, temos que esta forma literária tem suas raízes na transmissão oral de histórias inventadas ou reais presentes na cultura e tradição de povos antigos. Com o passar do tempo, o conto passou da transmissão oral para o registro escrito e foi pouco a pouco afirmando sua categoria estética.No passado o conto era narrado de uma forma que abrangia o mundo como um todo e conseguia representá-lo. Hoje, cada um representa uma parte de uma realidade que lhe é particular. Pode-se, dizer então que o conto é uma narração oral ou escrita de um acontecimento falso ou verdadeiro, são modos de contar alguma coisa, e sendo assim é uma narrativa. Toda narrativa apresenta uma sucessão de acontecimentos, tendo um início, meio e fim. Geralmente é uma narrativa curta, apresenta poucos personagens, poucos conflitos, e é um texto mais condensado. Segundo Gotlib, essa economia de meios narrativos no conto é para se conseguir, o máximo de efeitos, para se conquistar o interesse do leitor. O autor deve ter em mente, qual o efeito pretende no processo de escrever as histórias. Aterrorizar? Encantar? Enganar? Deslumbrar? Após, decidir qual efeito se produzir, deve buscar combinações adequadas de acontecimentos visando à construção dos efeitos.

A brevidade é a característica principal do conto, pois, como afirma Poe (1846), que vale mais dizer menos que dizer demais: ‘Mas em contos é melhor não dizer o suficiente que dizer demais, porque, porque- não sei por que!...’(p.106). É necessário ser breve e causar o efeito no leitor provocando assim a tensão no leitor, dessa forma ele será levado até o fim da leitura do conto. Outro aspecto importante é a clareza, o autor deve ser objetivo no que quer dizer e escolher palavras simples para que o leitor possa entender o que está sendo transmitido. O texto não precisa ter excesso de detalhes e informações, deve ser compacto, ou seja, se concentrar no objetivo da ação com concisão, havendo condensação dos elementos. Quanto mais objetividade, mais forte será o efeito sobre o leitor. Assim, produzir e praticar a leitura de contos faz com que o autor revele o que está oculto, pois surge uma nova maneira de narrar, o autor tem a liberdade de produzir seu estilo individual, daí a importância do conto.

Agora, serão analisados dois contos; “Ricardo seu nome” e “Apelo” de Dalton Trevisan. (em anexo).

No primeiro conto o autor narra à história de um pai que perde seu filho, ainda bebê, tudo indica que ao nascer. Há um conflito interno referente ao pai, pois o médico chama o bebê de feto, e o pai já triste com tudo que acontecera, diz que não era feto, era Ricardo, percebe-se a frieza do médico perante o sentimento paterno e da perda do filho querido. Logo após, com poucas palavras o autor termina a narrativa descrevendo o momento em que os personagens saem do hospital em direção ao cemitério onde a família iria enterrar o feto, Ricardo.

No segundo conto, é narrada uma história

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