Os Níveis de Leitura

1 - APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 1

Além da assimilação do conhecimento, a leitura também contribui para a capacidade de comunicar os nossos pensamentos. E, quando comunicamos os nossos pensamentos, podemos intervir no mundo e modificar uma determinada realidade. Podemos afirmar que a leitura é um ato de assimilação, de compreensão e de sentido que é estabelecido a partir do contato com determinado texto. Para que a leitura aconteça, o leitor necessariamente precisa compreender o texto, dar sentido ao objeto lido.

 Esse objeto pode ser um texto escrito, como um livro, um texto visual, como uma escultura ou um quadro, um texto sonoro, como uma música, um texto audiovisual, como um filme e de muitos outros tipos que a criatividade humana permite. O texto escrito, especialmente, em que utilizamos a codificação e a decodificação, ou seja, a representação do mundo e a leitura do mundo, é muito importante para a nossa formação global.

Muito do que pensamos, do que defendemos, do que nos representa surgiu do nosso contato com textos escritos, da assimilação desses textos. E a leitura, assim como a escrita, inicia-se com textos menos complexos para textos mais complexos. O leitor que consegue entender o livro de Física Quântica, primeiramente, precisou aprender as primeiras lições de leitura: o alfabeto, a construção de ditongos, depois de palavras, em seguida de frase e assim por diante. Para alcançarmos as atividades mais complexas, todos nós precisamos passar pelas atividades mais básicas. Por isso, nunca podemos parar de ler, pois sempre haverá um degrau para um conhecimento mais profundo, ou melhor, para uma leitura mais profunda.

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2. COMENTÁRIOS

Neste módulo, trataremos da leitura e de sua importância para a produção de textos. A meta é apontar de que maneira a análise e a síntese de textos dependem de uma leitura proveitosa. Para alcançar esta meta, os seguintes objetivos são propostos:

• Aprofundar o conceito de leitura;
• Entender sobre a análise de textos;
• Entender sobre a síntese de textos;
• Entender a relação entre leitura, análise e síntese de textos.

Agora, eu convido você a ler o tema proposto e espero que goste do material que foi preparado com os temas mais importantes que envolvem esse módulo.

A LEITURA

Níveis de leitura

Quando falamos de leitura, logo nós a relacionamos ao texto escrito, à linguagem verbal. É fato que um texto não se estrutura apenas pela linguagem verbal. Todo texto apresenta uma mensagem, pois ele comunica algo, por meio da linguagem verbal ou não verbal. A leitura, portanto, não se faz somente pela palavra escrita. E, ainda, ela vai muito além da mera codificação e decodificação de um texto. Entendemos por codificação o ato de usar o código linguístico, a Língua Portuguesa, por exemplo, para escrever, ler, falar e ouvir. Decodificação pode ser entendida como o ato de reconhecer o código linguístico.

Leitura é a ação de ler algo, de decodificar e interpretar o código linguístico. É o hábito de ler. A palavra deriva do Latim "lectura", originalmente com o significado de "eleição, escolha, leitura". Ler não é somente o exercício de decodificar as letras. Ler implica em interpretar, racionalizar relacionar fatos com a realidade já vivida, e vivenciada. Ler é viajar por tempos históricos, culturas e lugares nunca visitados; também se designa por leitura a obra ou o texto que se lê. A leitura é a forma como se interpreta um conjunto de informações (presentes em um livro, uma notícia de jornal etc.) ou um determinado acontecimento. É uma interpretação pessoal. O hábito de leitura é uma prática extremamente importante para desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação.

O prazer da leitura deve ser despertado logo na infância. Ler faz parte da formação cultural de cada indivíduo. A leitura estimula a imaginação, proporciona a descoberta de diferentes hábitos e culturas, amplia o conhecimento e enriquece o vocabulário.

O processo da leitura pode ser definido de várias maneiras, dependendo não só do enfoque dado (linguístico, psicológico, social, fenomenológico etc.), mas também do grau de generalidade com que se pretenda definir o termo.  

A leitura é basicamente um processo de representação.  Como esse processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra.  A leitura não se dá por acesso direto à realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade.

Embora a leitura, na acepção mais comum do termo, ocorre por meio da língua, também é possível a leitura por meio de sinais não linguísticos. Não se lê, portanto, apenas a palavra escrita, mas também o próprio mundo que nos cerca.

Segundo Cervo & Bervian (1983, p. 25), as fases da leitura informativa ou de estudo são:

• Leitura de reconhecimento ou pré-leitura: também classificada por outros autores como leitura prévia ou de contato, tem como finalidade dar uma visão global do assunto, ao mesmo tempo em que permite ao leitor verificar a existência ou não de informações úteis para o seu objetivo específico; trata-se de uma leitura rápida, “por alto”, apenas para permitir um primeiro contato com o texto;
• Leitura seletiva: o objetivo é a seleção de informações mais importantes e que interessam à elaboração do trabalho em perspectiva;
• Leitura crítica ou reflexiva: leitura de análise e avaliação das informações e das intenções do autor. A reflexão se dá por meio da análise, comparação e julgamento das ideias contidas no texto;
• Leitura interpretativa: é a mais completa, é o estudo aprofundado das ideias principais, onde se procura saber o que realmente o autor afirma, quais os dados e informações ele oferece, além de correlacionar as afirmações do autor com os problemas em questão. Feita a análise e o julgamento daquilo que foi lido, o leitor está apto agora para fazer a síntese de tudo o que leu, a integrar os dados descobertos durante a leitura ao seu cabedal de conhecimentos.

         

 O ato de ler, mesmo com toda a tecnologia colocada ao alcance do ser humano hoje, é uma prática indispensável em qualquer meio intelectual e se constitui de um dos fatores essenciais para aquisição de conhecimentos.