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PARA SER LITERATURA

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Por:   •  12/2/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.057 Palavras (9 Páginas)  •  333 Visualizações

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1 – ESTAR ALFABETIZADO.

Estar alfabetizado é expandir os horizontes da mente para novos conhecimentos e possibilidades de crescimento como pessoa. É estar pronto para mergulhar nessa maravilha que é o saber. É vivenciar o prazer de conhecer as histórias que nos tornaram o que somos e escrever as histórias que influenciaram no nosso futuro. Estar alfabetizado é acordar para um novo mundo.

(Rosilaine Marques)

A alfabetização deve ser compreendida como processo que vai muito além da aquisição do código. Estar alfabetizado significa atribuir significado e sentido às funções sociais vinculadas à escrita. Segundo Gordon Wells3, estar plenamente alfabetizado é ser capaz de compreender diferentes tipos de textos, possuir um repertório de procedimentos e habilidades para relacioná-los em um campo social determinado.

A aquisição do sistema da escrita não promove o desenvolvimento do intelecto, mas, sim, a reflexão e o uso da multiplicidade de funções da escrita. Os adultos não alfabetizados, apesar de não dominarem o código escrito, estão imersos em um universo letrado que oferece pistas e possibilidades para um pensamento alfabetizado.

Durante muito tempo, acreditou-se que, primeiro, os educandos deveriam conhecer as letras, saber juntá-las, relacioná-las com a pauta sonora, saber pontuação, regras gramaticais etc. Só depois conseguiriam lidar com a linguagem escrita, ou seja, com a elaboração e compreensão dos textos.

No campo da alfabetização de adultos, essa concepção ainda é muito freqüente. Mesmo os adeptos da análise da realidade, quando no trabalho com a escrita, retrocedem ao ensino hierarquizado (primeiro, letras, depois, sílabas, palavras etc.).

O processo de ensino e aprendizagem da língua visa ao desenvolvimento da competência discursiva (ampliar a capacidade de produzir e interpretar textos orais e escritos), para possibilitar a resolução de problemas do cotidiano, a participação no mundo letrado, contribuindo para o exercício pleno da cidadania. Os textos orais e escritos e seus usos sociais e comunicativos assumem relevância como unidade básica do ensino. O trabalho com a língua escrita na escola deve estar estreitamente vinculado a suas funções comunicativas e sociais, aspectos discursivos e finalidade, sem anular suas características intrínsecas É através do trabalho com a produção e interpretação de textos de uso social (orais e escritos) com a prática de leitura e escrita que a competência textual é desenvolvida nos adultos pouco escolarizados.

Existem formas de discurso e competências apropriadas para diferentes propósitos: para escrever uma carta, uma receita, registrar pensamentos ou regras de jogo, comunicar notícias... O que deve ser ensinado é a possibilidade de uma escrita, leitura e fala autônoma na diversidade de circunstâncias, o que implica em desenvolver formas organizativas e discursivas diferenciadas e realizar atividades distintas com o ler, escrever e falar: re-escrever, parafrasear, citar, revisar, reproduzir, ler para se divertir, ler para buscar informação, ouvir etc.

2 – O QUE SIGNIFICA ESTAR ALFABETIZADO.

Estar alfabetizado significa ser capaz de interagir por meio de textos escritos em diferentes situações; significa ler e produzir textos para atender a diferentes propósitos. A criança alfabetizada compreende o sistema alfabético de escrita, sendo capaz de ler e escrever, com autonomia, textos de circulação social que tratem de temáticas familiares ao aprendiz.

Alfabetizar significava aquilo que ainda hoje significa, ou seja, ensinar o alfabeto. Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos da linguagem verbal.Ser alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de com eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados, melhorando desse modo a comunicação entre os sujeitos e incrementando, consequentemente, o seu nível e qualidade de vida.

Porém, essa alfabetização cedo se revelou de algum modo, uma falácia no que respeita às intenções supracitadas. Ensinou-se a ler e a escrever, mas de uma forma de tal modo elementar e instrumental que essa nova competência das populações se tornou, não raramente, num veículo de dominação política ou comercial e consumista.Não havendo uma alfabetização universal e neutral, o contraste entre os diferentes tipos e níveis de alfabetização converte-se numa diferenciação/oposição social entre os que detêm e controlam certo domínio do saber e os que dele carecem.

O conceito de alfabetização é, muitas vezes, confundido com o de literacia. Esta confusão advém do fato de ambos os conceitos repousarem na linguagem escrita. A alfabetização é designada como um conceito relativo a aprender a descodificar a linguagem escrita. Assim, distingue-se um alfabetizado como alguém que aprendeu e sabe ler e escrever e um analfabeto como aquele que não sabe ler nem escrever.Alfabetização refere um conhecimento obtido, estável, enquanto literacia designa um conhecimento processual em aberto.O termo alfabetização, a que se foi acrescentado o termo funcional, tentava medir a capacidade de utilização em contextos formais e informais as aprendizagens obtidas na escola. O termo literacia vem do termo alfabetização funcional.

3 – CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO VERSUS LETRAMENTO.

As utilizações do termo letramento vêm sendo discutidas de forma muito eficaz por diversos autores especialistas em educação. Para eles, trata-se de um termo relativamente novo no vocabulário utilizado por aqueles que não têm envolvimento na prática educacional. Entretanto, tal termo ressalta um sinônimo amplamente conhecido por educadores há muito tempo: muitos indivíduos conhecem a simbologia das letras, mas não conseguem decifrá-las corretamente.

Fica evidente quando comparamos o estudo dos autores que existe uma diferença fundamental entre alfabetização e letramento. Para eles, a alfabetização é um processo praticamente mecânico apreendido, na maioria das vezes, dentro das salas de aula e o letramento é um conjunto de conhecimentos que o indivíduo acumula ao longo da vida. Seguindo esta linha de pensamento a alfabetização um dia tem fim, isto é, termina quando o indivíduo adquire a capacidade de compreensão dos sinais que compreendem determinada língua escrita.

Logo, é importante ressaltar que alfabetização e letramento caminham juntos embora nem todo sujeito letrado precisa, necessariamente, ser alfabetizado. É difícil imaginar, no entanto, que alguém possa exercer tal condição em grau satisfatório sem que antes

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