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Períodos Literários

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Por:   •  25/11/2013  •  1.767 Palavras (8 Páginas)  •  374 Visualizações

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Com o passar do tempo mudaram-se os trajes, os penteados e a forma de se fazer uma descrição. Todo momento histórico apresenta uma conjunto de normas que orienta e caracteriza suas manifestações culturais, constituindo o que se chama de estilo da época.

Historiar um período consiste em mostrar a ascensão, a predominância e a decadência de um sistema de normas, tendo presente que isso não ocorre em datas precisas e passíveis de um rígido registro no calendário, o que ao lado da noção de convivência de estilos num mesmo período, conduz à noção de imbricação de períodos, em lugar da concepção que os vê em sucessão, como se pudessem existir isoladamente.

Cada período é dominado por um determinado ponto de vista a partir do qual se cunha uma padrão de homem, representação simbólica de uma concepção de humanidade que configura, estaticamente, a ideologia de um determinado momento.

As cantigas medievais fazem parte da história da poesia moderna ocidental, a qual inicia segundo Arnold Hauser em sua história social da literatura e da arte com a poesia cavalheiresca da Idade média que em pleno teocentrismo medieval, opõe-se ao espírito ascético da igreja. Esse momento tão significativo pode ser considerado como decisivo para a história da literatura. inicia-se assim o culto ao amor com um aspecto espiritual, no entanto conservando um caráter sensual e apelo erótico e ainda com a idéia de que a felicidade depende do amor e que a iniciativa amorosa feminina era inconveniente. Porém nesta poesia da Idade média nem todas são poesias cortês, há uma quantidade representativa das cantigas inspiradas na vida popular rural.

Os textos literários mais antigos da língua portuguesa são composições poéticas reunidas em cancioneiros de fins do século XII e também dos séculos dos séculos XIII e XVI. Os cancioneiros são coleções de composições em verso, produzidas em épocas anteriores e conservadas pela tradição oral. Um tratado de poética anônimo, a arte de trovar define os três gêneros fundamentais dessa poesia: cantigas d`amor, cantigas d`amigo e cantigas de escárnio e maldizer. O denominativo comum "cantiga", isto é, poesia para ser cantada a um público ouvinte.

O Renascimento é identificado pela valorização da razão, pelo culto aos valores da Antiguidade Clássica e pelo humanismo. A sociedade vai se libertando do domínio da igreja e a arte vai se voltando mais para a realidade, valorizando o homem e colocando-o como o centro ao redor do qual gira o mundo. Valorizando sobremaneira a faculdade de conhecimento e a soberania do raciocínio, capazes de conduzir os homens a grandes proezas.

A independência da arte significa para o Renascimento independência perante a igreja. A arte libera-se dos dogmas religiosos e prende-se à imagem científica do mundo. O Brasil recebeu influência de elementos renascentista em nossa cultura. O ensino ministrado pelos jesuítas de grande influência na educação brasileira nos três primeiros séculos foi transmissor dos valores humanistas do Renascimento.

O Maneirismo foi um estilo dirigido a um reduzido grupo de intelectuais. Quando sobreveio a Contra-Reforma, movimento de reação da igreja católica contra o luteranismo, ele era o estilo predominante. A literatura brasileira não apresenta obras maneiristas. Contudo, o fato de nomes maiores da literatura ocidental, com amplo espectro na produção literária posterior a eles, como Cervantes e Shakespeare, terem sido maneiristas, impõe o registro e a atenção a esse estilo.

A denominação "Barroco", dada a essa arte que se estende do fim do século XVI até a metade do século XVIII, é posterior à época de sua manifestação. O termo surgiu no século seguinte, para denominar fenômenos de arte considerados, pelos classistas de então, confusos e extravagantes. As peculiaridades do estilo barroco vinculam-se à ideologia da Contra-Reforma e do Concílio de Trento. O Barroco é uma tentativa de retorno à tradição cristã. Afrânio Coutinho identifica no homem barroco a saudade de uma religiosidade de outra época.

Há contudo um dualismo nesta época que encontra expressão na irregularidade e na intranquilidade do estilo barroco, onde convivem tensamente o ascetismo e o erotismo, a religiosidade e a mundaneidade. A linguagem imagística barroca desafia a compreensão do leitor, não só pelos jogos verbais, mas pelo conflito que revela. Em sua mais alta manifestação, o Barroco expressa, ao mesmo tempo, êxtase e pessimismo perante o mundo.

À tentativa de retorno, no século XVIII, aos padrões greco-latinos dá-se o nome de Neoclassicismo. Prega-se uma revolução baseada no progresso do conhecimento humano. Junto ao Neoclassicismo surgem as tendências do iluminismo e do Arcadismo. As tendências diversificam-se mas têm em comum a fé na razão e na ciência, o culto a racionalidade e à sensibilidade clássicas. A literatura dessa época deveria ser a expressão racional da natureza para ser a manifestação da verdade. A busca da objetividade conduziu à neutralização da individualidade do poeta. Este passa a recorrer a situações e emoções genéricas nas quais sua emoção se dilua. O Neoclassicismo é o estilo de uma burguesia que está surgindo na Europa Setecentista, como fruto de transformações econômicas, políticas e sociais.

O Romantismo expressa o sentido burguês da vida e um meio eficaz na luta contra a mentalidade aristocrática, classicista e propensa ao normativismo que pretende estabelecer, com antecipação, o que é universalmente válido e valioso. Conta com um público novo para uma arte nova, produzida por uma classe em ascensão que se assume como sentimental e exaltada , em oposição a uma aristocracia reservada e contida.

O individualismo, o emocionalismo e o moralismo são características marcantes do romantismo. A luta pela liberdade é outro traço marcante do estilo romântico. A sensibilidade, a audácia, a anarquia e a sutileza da arte de hoje procedem da rebeldia romântica. O romantismo valorizou os fatores locais, fazendo do nacionalismo um traço decisivo do estilo, correspondeu no Brasil, no plano artístico, à nossa liberdade política.

Com o despertar da consciência de classe do proletariado, por volta de 1830, inicia-se a separação das duas classes. A teoria do socialismo começa a se estruturar e, paralelamente, surge um movimento artístico ativista que põe em crise, por primeira vez, a arte pela arte, e exige utilidade social da manifestação artística. A essa tendência, oposta ao idealismo romântico, dá-se o nome de Realismo. Por essa época passa a ser norma julgar uma obra literária a partir de sua relação com os problemas da atualidade política e social. Os termos Realismo e Naturalismo

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