Poema Cecilia Meireles

REINVENÇÃO

Cecília Meireles

A vida só é possível

Reinventada.

Anda o sol pelas campinas

E passeia a mão dourada

Pelas águas, pelas folhas...

Ah! Tudo bolhas

Que vêm de fundas piscina

De ilusionismo... - mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,

A vida só é possível

Reinventada.

Vem à lua, vem, retira

As algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços

Cheios da tua Figura.

Tudo mentira! Mentira

Da luz, na noite escura.

Não te encontro não te alcanço...

Só - no tempo equilibrado,

Desprendo-me do balanço

Que além do tempo me leva.

Só - na treva,

Fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,

A vida só é possível

Reinventada.

Quando Celicia diz "a vida, a vida, a vida", isso nos transmite uma real situação. O peso do dia a dia, as dificuldades vividas.

As situações difíceis da vida rotineira. E ela logo soluciona dizendo que “a vida só é possível reinventada", isso é sonhada. Fazer mais leve o fardo levando não se prender às coisas ruins da vida, que mesmo que passemos por dificuldades não abaixemos nossa cabeça, não deixamos de sonhar, que o tempo nos leva como ela diz no poema.

A cada dia precisamos reinventar as nossas vidas, reinventar as nossas lutas, para encarar as correntes que muitas vezes nos prende de nossos sonhos, e não nos deixa ser feliz.

Nunca nos esqueçamos de nos reinventar diariamente, como a escrito Ana Jacomo fala em uma de suas frases “A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos.” Se reinventar nos exige muito esforço e renuncia sair do nosso comodismo, e Por esse motivo se é importante não só sonhar, mas ter a coragem de realizar.