Poetas
Resenha: Poetas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: HildaCampanhola • 10/4/2014 • Resenha • 971 Palavras (4 Páginas) • 201 Visualizações
As pessoas não são iguais. Nunca serão. Supondo que, em algum momento da história da humanidade, seja possível que todos tenham as mesmas possibilidades de educação, saúde, conhecimento, aprendizado, trabalho, lazer e até mesmo paz, ainda assim as pessoas serão diferentes e terão entre si seus conflitos. Porque são brancas, negras, amarelas, vermelhas, altas, baixas, morenas, loiras, bonitas, feias, magras, gordas. Ou seja: o Universo nunca nos dará os mesmos requisitos que um sistema qualquer de governo, dentro de uma programação burocrática. Isso pode, certamente acontecerá, evoluir para uma crise, a mesma que observamos hoje: porque eu não sou bonita? ou: porque não sou alta? O mundo sempre será injusto nas questões de atributos físicos. Mas, e a genética? Se por acaso ela puder alterar isso?. Certo, digamos que no futuro ela consiga. Os outros atributos: morais, espirituais, éticos, continuarão diferentes.
Isso que dizer, em primeira instância, e última, que os caminhos serão diferentes, os fatos, as conversas, as crises e as doenças. E de nada adiantaria um elenco de possibilidades iguais, com pessoas diferentes em essência. A utopia da igualdade pode muito bem ficar para um outro lugar: o mundo dos sonhos, da mente, ou um outro mundo qualquer.
Até mesmo o modo de olhar os objetos é diferente. Uma cadeira só é uma cadeira se vista e depois nomeada. Caso contrário será apenas um amontoado de restos de árvores destruídas por uma tempestade e recomposta pelos ventos. Aí está o segredo do caminho: a individualidade, em oposto à coletividade, que se comporta, às vezes, com uma curiosa histeria, que acaba contaminando. E a trilha da individualidade propõe, acusa e aponta silêncios inimaginados. Primeiro propõe, porque sempre será em um momento de silêncio que se descobre a dimensão do medo, da coragem, e da disponibilidade. Acusa, porque o silêncio é um grito de umaalma quase desperta dentro de si mesma. E aponta, porque a partir das duas premissas anteriores é que descobre a trilha.
O caminho pode se rlargo e frondoso, a trilha obrigatoriamente é estreita e pedregosa. Mas todos nós, eu inclusive, insistimos em ignorá-la mesmo intelectualmente sabendo que poderemos ter de andar por ela. Essa é a diferença: o que se aprende intelectualmente, o que se aprende através da percepção, e o que se aprende com o corpo. E são três coisas que não andam juntas, embora possam ser simultâneas. Mas, não é permitido processá-las juntas com eqüidade.
Não pronunciamos internamente, a palavra morte, nem a palavra tortura, nem a palavra dor, e nem a palavra doença. E se o fazemos, sserá com um significado diferente a cada uma delas. A minha ideia de morte era Yul Brynner em O Rei e Eu, a minha ideia de doença era A dama das Camélias.
Quando Bergman retratou a morte em O Silêncio, ele o fez com uma dignidade invulgar.
parte 2
Foi no meio de março de 2010. Eu estavas entada à escrivaninha e senti um arrepio de frio. Devia ser umas 19h, mais ou menos. Pus a mão no rosto, e achei um pouco quente. Mas, não me preocupei em procurar o termometro. Tomei um ácido acetilsalicilico e pronto, e uns dez minutos depois a febre abaixou. Debitei-a a um estresse que vinha me acompanhando desde a morte da minha mãe, quando tive de lidar com a loucura do meu pai, aí incluindo
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