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Projeto Para O EJA

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Por:   •  30/4/2014  •  2.860 Palavras (12 Páginas)  •  1.499 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

DISCIPLINA: Alfabetização de Jovens e Adultos (AJA)

DOCENTE: Dr. José Ramos

EQUIPE: Glauciene Carvalho

PROJETO PARA O AJA

RESUMO

O ponto principal desse projeto é analisar a importância da alfabetização de jovens e adultos (AJA) na rede pública de ensino na cidade de João Pessoa/PB que trabalham com esse método de Educação Popular. Utilizaremos como base de estudo e como fonte teórica na elaboração desse trabalho estudiosos da área como Paulo Freire, Moacir Gadotti e Vera Ribeiro.

Como linha principal a pesquisa abordará três etapas importantes na educação do AJA que são: 1. Análise das práticas pedagógicas; 2. Análise e avaliação dos benefícios para os discentes observando as principais dificuldades enfrentadas no processo de ensino/aprendizagem; e, 3. Análise das políticas públicas destinadas ao AJA apresentadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais.

1. INTRODUÇÃO

A Alfabetização de Jovens e Adultos (AJA) visa um caminho repleto de desafios principalmente em relação a suprir as necessidades oriundas da evasão escolar na idade própria, levando assim muitos estudantes a regressarem a escola na idade adulta, procurando minimizar os problemas da exclusão social.

A aprovação da Lei 9.394 de 1996 apresentadas pela LDB deu aos municípios a oportunidade para quem tiver interesse terminar os estudos e que foram impedidos na idade certa, fazendo assim com que o AJA fosse aprovado para reparar os anos de escolaridade perdida, inserindo o sujeito no meio social permitindo também o acesso a educação de qualidade

Um ponto importante para o AJA é a valorização destinada a homens/mulheres, permitindo terem formação educacional igualitária, trazendo transformações tecnológicas proporcionando a melhoria da desigualdade social que vem sendo multiplicada por diversas crises. A educação tem um papel importante para a formação de cidadãos capazes de se relacionarem e que devem aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a conviver na sociedade em que vivem, proporcionando com que esses indivíduos possam fazer uso de materiais simples em seu dia a dia como o preenchimento de cheques, leitura de bula de medicamentos, fazer feira no supermercado etc.

No Brasil, o AJA tem se constituído, nos últimos anos, como um campo estratégico para fazer frente à exclusão e desigualdade social presentes no século XXI, e percebemos que essa modalidade tem pretensões de assumir contornos que transbordam os limites do processo de escolarização formal ao abarcar aprendizagens realizadas em diversos âmbitos. Contudo o projeto que o MEC elaborou para o AJA não deve reter apenas a oferta de vagas nas redes públicas de ensino na cidade de João pessoa/PB, mas também deve garantir uma educação de qualidade com docentes qualificados para trabalhar nesse área com um amplo conhecimento dos assuntos a serem ministrados na sala de aula e devem estar atentos as dinâmicas sociais.

Tendo em vista as metas estabelecidas para o AJA, o primeiro aspecto de nossa abordagem é avaliar a formação dos alunos, buscando maneiras de conhecer as metas alcançadas pela rede pública de ensino. Para tanto, precisamos investigar entre os educandos os aspectos positivos do aprendizado, e seus planos para além da escola quando terminarem os estudos, para assim poder ter um cronograma avaliativo do ensino nas escolas de João Pessoa/PB, tendo como base o modelo teórico-pedagógico dessa modalidade.

Outra abordagem preciosa é elencar as especialidades da Educação Popular que busca modificar a estrutura social, pois estão relacionadas com a classe popular mais desprestigiada procurando inseri-los na vida pública de forma mais democrática. Ao nos pautarmos nas discussões empreendidas por Paulo Freire, percebemos que um dos principais problemas da população excluída dos bens e serviços disponíveis é o pouco preparo para o questionamento e a participação na sociedade. Com isso Freire tem um pensamento formulado sobre a Educação Popular que é:

Entendo a educação popular como o esforço de mobilização, organização e capacitação das classes populares; capacitação científica e técnica. Entendo que esse esforço não se esquece que é preciso poder, ou seja, é preciso transformar essa organização do poder burguês que está aí, para que se possa fazer escola de outro jeito. Em uma primeira ‘definição’ eu a apreendo desse jeito. Há estreita relação entre escola e vida política (FREIRE, 1993, p. 19).

Na concepção de Paulo Freire, o povo brasileiro, devido a sua posição de escravidão não busca seus direitos tornando uma população em silêncio com um comportamento que vem desde a ditadura militar. Portanto em meio a essa perspectiva, precisamos investigar o preparo dos profissionais atuantes no AJA, tendo em vista o compromisso político desses docentes para com a transformação social como também a fundamental importância dos profissionais para que a ação educativa seja eficiente e que os discentes sejam inseridos na sociedade de maneira correta e que possam gozar de todos os seus direitos como cidadãos.

2. JUSTIFICATIVA

A modalidade AJA possui muitas linhas de atuação que requer um leque de profissionais qualificados para atuar de maneira constante em prol dos interesses propostos pelo modelo pedagógico. Esse modelo busca a inclusão social de qualquer área, incentivam a educação de qualidade para todos permitindo assim com que toda a população tenha os mesmos direitos como cidadãos. Com essa linha de pensamento a “educação de qualidade” analisada pelo AJA é aquela que permita como objetivo principal a inclusão social que deve ser bem estruturada desde os docentes até a direção da escola, pois o trabalho de AJA movimenta toda a comunidade escolar porque é necessária uma avaliação constante do processo educacional que deve observar não só o suprimento de vagas, mas proporcionar condições para o realizamento do trabalho de forma satisfatória para ambas as partes discente/docente.

A educação de jovens e adultos deve qualificar os discentes a exercer suas funções como cidadão inserindo-os na sociedade e permitindo usufruir das mudanças sociais constantes no momento atual.

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) oferece uma disciplina no centro de educação voltada para os alunos das licenciaturas que irão futuramente exercer o ofício de docentes nas redes de ensino, a disciplina ofertada pela instituição superior é o AJA (Alfabetização de Jovens e Adultos) que tem como objetivo principal preparar os futuros docentes para atuarem nesse campo de trabalho.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atualmente o AJA na cidade de João Pessoa é voltado para os alunos que não terminaram seus estudos na idade regular por inúmeras razões. Mas o governo do estado abriu oportunidades para aqueles que querem voltar a estudar e a ter direito a uma educação de qualidade com base proposta pela Pedagogia Libertadora de cunho progressista.

Levando em consideração o projeto político da instituição à formação do discente deve ser voltada para a vida que ele terá na sociedade ao terminar seus estudos, o AJA deve preparar o cidadão para exercer seu papel diante da sociedade e ser inserido nela com todos os seus direitos. Com base no pensamento de formar para a vida precisamos compreender que a Educação Popular tem que estar amparado por políticas pedagógicas em seu programa de ensino que levem esses discentes a ter uma formação que permita incluí-los na sociedade. Segundo Moacir Gadotti (2003), a idéia de uma educação permanente não é nova. A preocupação do autor é evidente para a educação de adultos, uma vez que “para os trabalhadores”, a Educação Permanente é um aumento de formação profissional que serve para torná-los mais rentáveis e melhor adaptados às novas exigências e mudanças tecnológicas presentes na sociedade atual.

Esse projeto busca observar pontos do AJA, que estejam relacionados às políticas públicas e orientação pedagógica, a fim de investigar se há confluência desses aspectos com a formação dos educandos. Devemos analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para essa modalidade AJA a fim de observar os pontos de transformação social e formação do trabalho.

Portanto com essa linha de pensamento de formação para a vida o AJA deveria preparar seus alunos a terem um pensamento crítico levá-los a refletir sobre a vida em sociedade não só a busca de conhecimento, mas a analisar sobre a realidade que vivenciamos hoje. Tomemos como exemplo o pensamento de Paulo Freire em que não se deve separar teoria e prática, permitindo que o ato de educar seja algo político que possa discutir não só conteúdos curriculares, mas a própria vivência do aluno no seu cotidiano, permitindo que a disciplina relacione a vida do aluno com o que deve ser passado para ele.

Uma pesquisa em Alfabetização de Jovens e Adultos levanta um leque de fatores a serem explorados numa investigação, mesmo porque propõe uma grande diversidade de necessidades formativas. Então como diz (RIBEIRO 1997):

Primeiramente, devemos considerar a necessidade de consolidar a alfabetização funcional dos indivíduos, pois estudos atuais indicam que é preciso uma boa escolaridade na formação de usuários da linguagem escrita capazes de fazer dela múltiplos usos para expressar a própria subjetividade, buscar informação, planejar e controlar processos e aprender novos corpos de conhecimento

Portanto o AJA é um campo de práticas e reflexões que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito. Primeiro porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando à qualificação profissional e a momentos culturais próprios dos educandos pautadas em outros espaços que não o escolar e que de forma alguma podem ser desmerecidas enquanto experiências a serem ampliadas.

Vale salientar que a Alfabetização de Jovens e Adultos é necessariamente considerada como parte integrante da história da educação em nosso país, num breve retrospecto, ocorreu diferentes campanhas que visavam erradicar o analfabetismo, como a criação do Fundo Nacional de Ensino Primário em 1942, do Serviço de Educação de Adultos e da Campanha de Educação de Adultos, ambos em 1947, da Campanha de Educação Rural iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958. E outras propostas importantes como a de Paulo Freire que passou a direcionar diversas experiências de educação de adultos organizadas por distintos profissionais com graus variados de ligação com o aparato governamental, como o Movimento de Educação de Base (MEB), o Movimento de Cultura Popular do Recife, ambos iniciados em 1961. Porém, em 1964, o golpe militar pôs fim às experiências freireanas. Paulo Freire foi exilado, mas continuou a desenvolver no exterior sua proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, utilizando palavras geradoras que, antes de serem analisadas do ponto de vista gráfico e fonético, serviam para sugerir a reflexão sobre o contexto existencial dos jovens e adultos analfabetos, sobre as causas de seus problemas e as vias para sua superação.

Em meados de 1969, o governo organizou O Mobral um programa voltado para alfabetização de adultos que não puderam freqüentar a escola, esse programa dispunha de material didático próprio, mas o mesmo foi extinto em 1985.

A LDB de 1996 diluiu as funções do ensino supletivo nos objetivos e formas de atendimento do ensino regular para crianças, adolescentes e jovens.

A partir desse olhar crítico o nosso projeto observar que a sociedade brasileira possui especificidades importantes, principalmente de desigualdade social e a falta de participação da população na vida pública Paulo Freire, ainda na década de 1960, já alertava para a nossa herança colonialista e escravagista. A influência dessa herança se faz sentir na má formação política do povo brasileiro que se acostumou a servir e ser passivo diante de situações de carestia extrema, diante da corrupção e dos diversos problemas sociais.

Com isso o AJA mergulha nos limites tradicionais da educação que exige profissionais bem preparados para atuação e preparação desses discentes em uma sociedade que a cada ano está se transformando e vale salientar que todos têm direito a uma educação de qualidade independente da vida que se leva fora dos muros escolares, os docentes deve preparar seus alunos para viverem na sociedade.

4. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS

O primeiro objetivo é visitar as escolas da rede pública de João Pessoa e fazer uma análise investigativa com a finalidade de coletar dados que mostrem a qualidade na Alfabetização de Jovens e Adultos, tendo como base os DCN e a LDB para essa modalidade de ensino.

A principio queremos observar se as escolas que adotaram o AJA os discentes estão satisfeitos com o que são transmitidos dentro da sala de aula, tendo como fonte de nossas análises entrevistas e questionários que nos mostre as mudanças que ocorreram no campo social e o preparo que foi realizado pelos docentes com seus alunos no decorrer do curso, analisando os meios de comunicação e tecnologia ao qual os alunos estão sendo apresentados e que são oferecidos pela escola.

O segundo ponto importante é conversar com os docentes para procurar saber se o ato da educação esta inserido na tendência progressista, mantendo como ponto principal o engajamento político de despertar para que os alunos participem de maneira efetiva na sociedade

As questões que procuramos responder se apóiam na dúvida, a saber, se os educadores estão preparados para exercer a sua profissão de forma a entender as especificidades dessa modalidade educacional, se estão dispostos a abrir mão da educação tradicional (educação bancária, na concepção de Paulo Freire), se acreditam na sua importância enquanto formadores de opinião, como interpretam o engajamento diante de questões necessárias para a transformação social, etc., que são fatores preponderantes para a eficácia da educação pautada nas tendências pedagógicas progressistas da educação. Acerca dessas questões temos de pontuar quais são os principais obstáculos enfrentados pelos educadores em relação ao ensino do AJA.

Nesse sentido procuramos desenvolver nossa pesquisa fazendo um balanço dos programas anteriores do governo voltados para o AJA, com o intuito de criar novas fontes de elaboração para a reorganização desses programas como também o seu aprimoramento para assim proporcionar um ensino de maior qualidade aos alunos de Alfabetização de Jovens e Adultos da cidade de João pessoa/PB.

O objetivo específico está voltado para o ensino da pesquisa entre os professores/acadêmicos colaboradores que fazem parte do grupo que cursa a disciplina AJA.

5. METODOLOGIA E PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS

Mediante os objetivos que desejamos alcançar, é necessário fazer um levantamento teórico sobre a história da Educação de adultos no Brasil para depois analisar os objetivos alcançados pelas escolas da rede pública em João Pessoa.

Diante dos dados colhidos observamos as condições sociais e o poder político que influencia a educação em momentos diversos, causando assim, algumas mudanças no campo educacional da cidade de João Pessoa. Analisamos que a educação popular é crítica, pois busca desencadear um processo de transformação social no decorrer das medidas relativas ao poder e as mudanças em relação à desigualdade social em que o papel do docente é debater as dificuldades enfrentadas pela população e a participação dos alunos na construção de uma sociedade mais igualitária.

Como bem enfatiza Freire a conscientização tende a produzir alguma mudança nas relações sociais pela motivação política contra a dominação. Sendo primordial mostrar a evolução da Alfabetização de Jovens e Adultos e sua implantação nas escolas de João Pessoa e como vem sendo aceita esse tipo de ensino pela população da cidade e até que pontos as metas do projeto pedagógico estão sendo alcançadas.

Portanto, dividiremos nossa pesquisa em três focos de investigação, com coleta de dados distintos e em momentos diferentes: 1) entrevistas e questionários direcionados exclusivamente aos educandos; 2) entrevistas e questionários direcionados a educadores; 3) entrevistas e questionários direcionados a coordenadores, diretores de escolas e supervisores responsáveis por determinada escola da rede pública da cidade de João Pessoa/PB. A pesquisa aplicada aos discentes tem um caráter avaliativo sobre os objetivos do AJA em relação à educação que eles estão recebendo, se estar de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o público em questão.

A pesquisa direcionada a educadores, por sua vez, objetiva analisar dados que possam apontar problemas entre o ato de educar e o modelo pedagógico do AJA, tendo em vista a premissa de que uma conduta negativa em relação ao modelo proposto afeta o processo de ensino e aprendizagem.

Com isso vale ressaltar a importância do docente que participa da vida pública de sua cidade, pois sabe que isso é importante para o andamento da democracia. Nessa pesquisa a coleta de dados trás informações plausíveis para que os objetivos planejados possam ser alcançados.

6. CONCLUSÃO

O nosso projeto contribui para a formação de futuros professores que cursa, atualmente, a disciplina AJA na UFPB, cuja finalidade é mostrar a importância da Educação de adultos fazendo assim com que eles tenham direito a uma educação de qualidade e a serem inseridos na sociedade que estar em constante mudança. O projeto também proporciona aos alunos da instituição superior a está, mas presente nas escolas podendo observar sua realidade e as dificuldades que alunos e professores enfrentam no decorrer do ano.

7. BIBLIOGRAFIA

FREIRE, Paulo; DONALDO, Macedo. Alfabetização: leitura da palavra leitura do mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

_______. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1983. 96 p.

BRASIL, Ministério de Educação. Diretrizes para uma Política Nacional de Educação de Jovens e Adultos. Cadernos de Educação Básica. Brasília: 1994.

BRASIL/MEC/SNEB. Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania. Brasília: 1991.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (Brasil). Câmara de Educação Básica. Parecer CEB 11/2000. Aprovada as Diretrizes Nacionais para Educação de Jovens e Adultos.

_______. A educação de pessoas jovens e adultas e a nova LDB. In: Brzezinski, Iria (Org.). LDB interpretada: Distintos olhares se entre-cruzam. São Paulo: Cortez, 1997.

L.D.B. nº 9.394/96.

RIBEIRO, Vera M. Masagão et al. Educação de jovens e adultos: proposta curricular para o 1º segmento do ensino fundamental. São Paulo/Brasília: Ação Educativa/MEC-SEF, 1997.

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