RESENHA DO FILME “VERMELHO COM O CÉU”

RESENHA DO FILME “VERMELHO COM O CÉU”

O filme retrata a história, baseada em fatos reais, de uma criança sensível, curiosa e apaixonada por cinema, filho único de uma família humilde, que, devido a sua curiosidade e inconsequência dos pais que, como tantos, guardam uma arma de fogo carregada dentro de casa, sofre um acidente doméstico que o leva a perder a visão parcialmente e mais tarde perde-a totalmente.

Na época as leis exigiam que as pessoas com Necessidades Especiais frequentassem uma escola especial, portanto, os pais da criança foram obrigados a manda-la para um internato em Genova bastante distante de sua cidade natal. A criança sentindo-se abandonada torna-se rebelde e agressiva, recusando-se a aprender o Braile.

Porém o professor que ministrava aulas para os garotos não desistiu de Mirco, o novo aluno da sala.

O filme tem como tema principal a educação inclusiva e focalizando a necessidade educacional especial.

Naquele tempo as pessoas com deficiências, principalmente doenças psicológicas e mentais, não recebiam cuidados especiais e nem tão pouco eram amparadas pelos governantes, sendo consideradas loucas e eram condenadas a viver exiladas em instituições, afastadas dos olhos da sociedade evitando, com isso, incômodos para as pessoas ditas “normais”.

Com o passar do tempo, estudiosos interessados pelos problemas dessas pessoas criam novas perspectivas de vida para elas. Com uma melhor prática de ensino surgem novos horizontes para se pensar essas práticas educativas ligadas às pessoas com Necessidades Educacionais Especializadas.

Ainda hoje há pessoas com pensamentos retrógrados que acham que os indivíduos com deficiência deveriam estar em escolas criadas especialmente para eles e que o governo ao introduzi-los ao ambiente das escolas de ensino regular, tem a oportunidade de fugir da responsabilidade de lidar diretamente com o assunto, tornando essa, uma forma menos incômoda e mais econômica de lidar com o assunto. Mas infelizmente nossas escolas e nossos profissionais de educação não estão aptos a receber essas pessoas. E a introdução dessas pessoas em uma escola de ensino regular não que dizer que estejam integradas a comunidade escolar. Portanto, esse processo e inclusão do aluno nas escolas de ensino regular é um processo que deve ser muito bem trabalho e conduzido por profissionais, obrigatoriamente, capacitados. Essa nova forma de pensar a educação dos alunos com Necessidades Educacionais Especializadas, despertam novas ideias, novas culturas e novos grupos sociais e assim as reais propriedades da educação especial aparecem e essas pessoas deixam de ser excluídas e passam a serem simplesmente pessoas com suas necessidades especiais específicas e com sua realidade particular. E se os profissionais da educação observarem essa situação com um olhar pedagógico mais atualizado, orientados coerentemente, poderão conscientizar outras pessoas e os próprios alunos do ambiente escolar quanto a preconceitos, discriminações e o real significado do termo Necessidades Educacionais Especiais. Se a conscientização realmente acontecer, estará criada a verdadeira escola inclusiva.