RESENHA DO FILME VERMELHO BRASIL
Por: Estelha Maria • 16/2/2019 • Resenha • 1.088 Palavras (5 Páginas) • 14.623 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CURSO DE LETRAS – PORTUGUÊS
LÍNGUA PORTUGUESA – LITERATURA PORTUGUESA I
PROF: ELISE APARECIDA DE OLIVEIRA SOUZA
20 NOV. 2018
ESTELHA MARIA,
RESENHA: O FILME “VERMELHO BRASIL” E SUA REALAÇAO COM OS CRONISTAS DO SÉCULO XVI
Vermelho Brasil é um épico histórico baseado no livro homônimo (Rouge Brésil) do escritor francês Jean-Christophe Rufin e dirigido pelo canadense Sylvain Archambault. Entre os 75 atores que participaram do filme, estão nomes como Stellan Skarsgård, Joaquim de Almeida, Théo Frilet, Juliette Lamboley, Liane Balaban, Giselle Motta, Pietro Mário, entre outros.
O lançamento do filme ocorreu nos cinemas brasileiros em junho de 2014, mas a produção também preparou 2 minisséries televisivas: uma com dois capítulos de 100 minutos cada, para ser exibida nas televisões europeias, e outra, em 5 capítulos de 40 minutos de duração, para ser exibida pela Rede Globo de Televisão.
O filme Vermelho Brasil conta a história da expedição de Nicolas Durand de Villegaignon ao Brasil por volta dos anos 1550 e sua luta para criar uma colônia, a chamada França Antártica, no Brasil conquistado pelos portugueses.
O enredo mostra a trajetória de Just e Colombe, duas crianças que devido a decadência da família, embarcam na expedição francesa ao Brasil, iludidas pela esperança de reencontrar o pai. Na verdade, servirão de intérpretes para a tripulação junto às tribos indígenas e como as mulheres não eram bem-vindas nas expedições, Colombe veste-se como homem e passa a se chamar Colin. Uma história emocionante da descoberta de um mundo novo e da difícil experiência de se adaptar a uma outra cultura, num exercício de perseverança e aceitação das diferenças. Ao chegar nas terras portuguesas os franceses se instalam numa colônia em nome do rei Henrique II, onde são rapidamente confrontados com os povos indígenas, alguns canibais tradicionais e outros escravos do bandido português João da Silva. Colombe é capturada pelos índios, mas conseguiu se integrar dentro da tribo liderada pelo antigo francês Pay Lo que fez sua vida entre eles. Villegagnon desenvolve planos para construir uma fortaleza de pedra, mas com a falta de recursos humanos, tem de negociar com João da Silva no empréstimo de escravos indígenas, contrariando os princípios ditados por seu humanismo, a sua fé religiosa e respeito às populações locais.
O filme Vermelho Brasil traz uma reflexão sobre valores, crenças, religiões, princípios, símbolos e comunicação. Quando o novo mundo entra em contato com antigo mundo, os franceses e portugueses com uma visão etnocêntrica, com o sentimento de superioridade, julgando os povos indígenas pela sua cultura, pelo seu padrão, idioma, sua vestimenta, seus deuses e seus ritos. O novo mundo sendo representada pela civilização e os que estão fora da civilização o “outro” era vista como primitiva, atrasada, considerados selvagens e bárbaros. Os franceses e portugueses que acreditavam que a cultura dos nativos, eram inferiores a eles, que não tinham nem almas, destruindo de maneira desumana o mundo social deles. Perdendo a conexão com a natureza. É como se o homem "branco" se achasse o “ser supremo” que pode dominar tudo que for considerado primitivo e inferior.
Eram apresentado como maus selvagens pois não tinham leis, os alimentos eram diferentes, os sinais (linguagem, a comunicação e os gestos).
Já Colombe, personagem do filme, tem uma nova percepção ao observar os selvagens, reavaliando e desconstruindo a ideia de mau e analisando de forma positiva os selvagens, caminhando para o relativismo cultural, compartilhando dos mesmos costumes, mostrando a plasticidade em conviver com outros costumes se identificando, permitindo se reconhecer e viver de tal maneira.
O interesse nas terras vem em base da expansão dos domínios, do comercio, da riqueza, e um reino onde cada homem poderia amar o Deus que acreditasse, todos tratados com o mesmo respeito. A ideia era levar as crianças para ser usadas como mediadoras, pois elas tinham mais facilidade em se adaptar e aprender um novo idioma.
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