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RESENHA LIVRO: “LÍNGUA MATERNA”

Por:   •  1/11/2018  •  Resenha  •  813 Palavras (4 Páginas)  •  402 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS

Letras – 4º semestre

BEATRIZ MUNIZ

LARISSA RODRIGUES

RESENHA LIVRO: “LÍNGUA MATERNA”

Santos, 20 de outubro de 2018

Estudos sobre a língua

Esta obra relata as contribuições da linguística para os estudos relacionados à linguagem e deixa evidente que, até nos dias atuais, o estudo privilegiado é o estudo normativo que intitula um jeito como certo e o diferente como errado, o que podemos caracterizar como exclusão social, pois as diversas linguagens e dialetos de determinadas partes da sociedade são desvalorizadas por conta disso, sendo que para eles que falam desta forma, não é errado, mas sim o habitual, e a norma culta quando falada por alguém nesse meio, é tida como a "errada". Segundo Bagno, a língua é resultado de inúmeras variantes, portanto deve ser vista em suas diferentes formas, ou seja, tendo como proposta uma pedagogia da língua materna que não perde de vista o fato fundamental da heterogeneidade linguística, e não como um sistema pronto e acabado de maneira uniforme, como pregam as gramáticas normativas. Nesta proposta de ensino de língua é exposta uma tríplice perspectiva; Marcos Bagno, linguista brasileiro, foca no português brasileiro: língua herdada pela colônia que, mesmo mais de quinhentos anos distante de seu "descobrimento", ainda mantém resquícios de sua origem lusitana; Michael Stubbs, enfoca o inglês britânico e seu ensino nos bancos escolares da Grã-Bretanha; e Gilles Gagné, detém-se no francês em Quebec. Todos eles abordam a importância da variação dialetal na abordagem da língua, a necessidade de a escola abranger também o estudo das variedades linguísticas próprias de qualquer língua em uso, o papel da escola ao possibilitar ao aluno condições de promover o letramento por meio de atividades constantes de leitura e escrita, a reflexão na abordagem do ensino da língua, que deve ser vista como sistema heterogêneo com suas múltiplas variações em vez de sistema homogêneo que prioriza exercícios estruturais e mecânicos.

Sendo assim, o papel da escola é de suma importância, pois cabe a esta o letramento dos discentes em suas variedades. Stubbs traça uma cronologia com a história sobre o ensino de língua e a relação desta com o fracasso escolar, e chega à conclusão de que os responsáveis pela educação insistem em repetir o erro, de se limitar a ensinar, somente, o inglês padrão. O autor propõe aos professores que ensinem a língua além da forma normativa que tanto é estigmatizada, pois dessa forma a escola dialogará com o aluno e mostrará as possibilidades, não deixando de lado a forma padrão, para que os mesmos não sejam excluídos socialmente, uma vez que a língua se torna objeto de dominação, classe social.

Portanto, a obra mostra que o português brasileiro assim como as demais línguas, deve ser vista numa perspectiva de variação dialetal e que o conhecimento da norma culta não deve ser descartado, pois o conhecimento da mesma da subsídios para se expressar e escrever em determinadas situações, todavia a língua materna do falante não deve ser encarada como inferior, mas sim respeitada e valorizada ao invés de gerar hierarquia da língua como pronta e homogênea. Compreender as possibilidades, variedades e a heterogeneidade que sofrem influências de fatores históricos, sociais e interacionais são os passos chave para minimizar o preconceito linguístico que é impõe determinada forma de falar, negligenciando os contextos.

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